O retorno esperado do seu investimento está proporcional ao risco que ele oferece?

  • 24/11/2020
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Ao montar uma carteira, várias premissas devem ser levadas em consideração na hora de escolher os ativos e uma das mais importantes é avaliar o retorno esperado, considerando o nível de risco. Neste artigo, vamos falar sobre os riscos atrelados aos investimentos e sobre a importância de ser exigente ao buscar o melhor retorno.

Riscos nos investimentos

Ao escolher os ativos para montar uma carteira de investimentos, o investidor deve buscar o melhor retorno, considerando o risco oferecido.

Por exemplo, ao comprar uma ação, o investidor está ciente que irá correr alguns riscos, mas se ele sabe que a empresa é sólida e tem conhecimento de onde está investindo, as eventuais perdas são mitigadas, pois o investidor já estará preparado para as possíveis oscilações.

Em resumo, o investidor deve conhecer os ativos antes de investir, seus riscos e a expectativa de ganho, para evitar obter pouco retorno e assumir riscos desproporcionais.

Os principais riscos ligados aos ativos são:

Risco de mercado – basicamente, é o risco de ocorrer uma variação no preço de mercado de um determinado ativo, tanto para cima quanto para baixo. Ele é medido pela volatilidade.

Risco de crédito – É o risco de não receber o valor de alguma dívida ou empréstimo realizado. Quando uma empresa, banco ou o próprio governo emite um título, seja ele uma debênture, um CDB ou o Tesouro Selic, o emissor está efetivamente emitindo dívida e o investidor está emprestando dinheiro ao emissor.

Risco de liquidez – É o risco de você não conseguir vender quando for necessário. Quanto maior o volume de compras e vendas de um ativo no mercado, maior é a sua liquidez, portanto, mais fácil é vender esse ativo pelo seu valor de mercado. Já se o ativo é de baixa liquidez, você talvez tenha que dar um desconto grande no preço ao vendê-lo.

Retorno Esperado - Imagem que ilustra o texto. Uma esfera em destaque no meio de 2 metades de esfera

Investimentos seguros

Vamos usar como exemplo os títulos públicos. Eles são papéis emitidos pelo Tesouro Nacional, representam uma forma de financiar a dívida pública e permitem que os investidores “emprestem” dinheiro para o governo, recebendo em troca uma determinada rentabilidade.

Eles são investimentos de renda fixa – isso quer dizer que a sua rentabilidade pode ser definida no momento da compra. A rentabilidade dos títulos públicos pode ser pré-fixada (já definida no ato da compra) ou atrelada às oscilações de algum indicador, como a Selic ou o IPCA.

Em resumo, ao comprar um título público, estamos emprestando dinheiro para o governo, o que é uma opção muito segura quando se trata de risco de crédito.

Saiba mais: Operações estratégicas com títulos públicos

Emprestar dinheiro para o seu país oferece baixíssimo risco, pois o governo tem o controle da política monetária e fiscal, podendo aumentar a taxa de juros, aumentar impostos ou fazer a emissão de dinheiro, por exemplo.

Podemos usar como exemplo a Argentina, quando deixou de pagar seus credores, deu calote nos credores externos e não para os internos, pois o país prefere pagar os cidadãos, senão a economia para.

Volatilidade no Tesouro Selic

Investimentos em Tesouro Selic eram considerados uma boa opção por oferecer riscos baixos, tanto de crédito, quanto de mercado (volatilidade) e um rendimento muito interessante, porque por muitos anos, a taxa Selic girava em patamares altos. Os brasileiros estavam acostumados a ganhar dinheiro dessa forma.

Porém, no atual cenário, com a Selic em seu menor patamar histórico, os rendimentos acabam perdendo para a inflação e até mesmo em títulos públicos percebemos volatilidade.

A rentabilidade anual do Tesouro Selic é composta pela taxa Selic. Porém, como dizem, o mercado é soberano e ele decide se aceita ou não determinada taxa.

E de forma inédita, vimos a poucos meses atrás a LFT ou Tesouro Selic – considerados os investimentos mais conservadores do mercado – apresentarem volatilidade nunca vista anteriormente, encerrando o mês de setembro com variação negativa de 0,46% (vencimento 2025).
Ressalta-se que a queda representa o equivalente a praticamente três vezes o CDI de um mês, ou seja, em um mês, se perdeu o ganho de três meses em épocas normais.

Saiba mais: o que aconteceu com o Tesouro Selic?

Retorno esperado dos investimentos

Apesar de ser um investimento seguro, investir somente em títulos públicos pós-fixados, não trará retornos significativos para a sua carteira de investimentos ao longo da jornada e, ao contrário, você corre o risco de perder o poder de compra no longo prazo.

Ao selecionar os ativos para investir, é necessário conhecer os riscos atrelados a esse investimento.

Saiba mais: Risco e retorno – gestão eficiente de investimentos

Um bom exemplo disso é o crescimento da procura por imóveis, porque a taxa de juros está baixa. Mas será que esse é o caminho?

Ao comprar um imóvel, deve-se avaliar a liquidez desse investimento. Caso aconteça algo e você tenha que vender esse imóvel, você corre o risco de liquidez. Já vimos casos de pessoas que demoram mais de dez anos para conseguir realizar a venda.

Neste caso, uma opção pode ser investir em fundos imobiliários, que oferece maior liquidez, pois são negociados na Bolsa de Valores, mas considere que você pode correr o risco de mercado, pois como a negociação é diária – igual as ações de capital aberto – pode sofrer variação de preços.

Saiba mais: Como analisar um fundo imobiliário?

O gráfico a seguir é bastante usado, pois exemplifica como avaliar o risco, considerando o potencial de retorno esperado:

Perceba que segundo o gráfico, ter um negócio próprio tem um alto potencial de retorno, mas também tem um risco alto. Suponhamos que você tem um negócio próprio, mas para manter esse negócio, é necessário ponderar se está valendo a pena e se o retorno esperado está proporcional ao risco, pois ao manter o seu negócio, você corre o risco de falência, riscos trabalhistas, entre outros.

Por isso, reforçamos a importância de estudar e conhecer todos os riscos envolvidos nos ativos, para evitar surpresas indesejadas e buscar sempre a melhor rentabilidade.

Importância da gestão ativa

O investidor precisa ser bastante exigente com seus ativos e não deve ficar acomodado. Ao investir, é necessário fazer com que o dinheiro trabalhe a seu favor ao longo da jornada.

Conhecer as taxas cobradas em cada tipo de investimento e saber avaliar se o retorno esperado está proporcional ao risco é essencial. Também é muito importante aplicar conforme seu objetivo. Se for de longo prazo, aplicar em produtos de baixa volatilidade e baixo rendimento não vão proporcionar o ganho necessário.

Caso não se sinta seguro para fazer as avaliações, procure por profissionais qualificados para fazer a gestão da sua carteira, pois eles podem te auxiliar a buscar o melhor retorno, de acordo com o risco que você aceita correr.

Conclusão

Quando se fala de investimentos, o binômio risco x retorno é uma grande verdade, ou seja, investimentos menos arriscados deveriam oferecer retornos com menor potencial de ganho. Já os investimentos que oferecem mais riscos, deveriam oferecer retornos mais atrativos.

Cabe ao investidor ser exigente, estudar e conhecer todos os riscos envolvidos nos ativos para ter certeza que aquele risco tomado no investimento está de acordo com o potencial de retorno esperado.

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