Taxas de administração, carregamento e performance: entenda cada uma!

  • 26/12/2017
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Taxas de administração, carregamento e performance

Quando falamos de produtos financeiros, assim como em qualquer outro produto ou serviço em outros setores, os prestadores de serviços são remunerados pelos serviços prestados e nesse caso a remuneração se dá através de taxas. Quando falamos mais especificamente de Fundos de Investimento essa cobrança é normal e natural, no entanto é importante verificar se as taxas cobradas estão de acordo com o nível de complexidade e a natureza do fundo. Para isso vamos falar um pouco sobre os tipos de taxa, como são cobradas e como avaliar se são ou não adequadas.

Taxa de Administração

A taxa de administração é a taxa mais comum e é cobrada por todos os fundos de investimento. Ela é expressa em base anual (Ex: 1% ao ano) mas é cobrada diariamente de maneira proporcional, chegando à taxa cheia somente se o valor ficar o ano todo aplicado. Apesar de haver essa cobrança diária, quando você analisa as cotas e a rentabilidade de um fundo elas são sempre já líquidas de taxa, ou seja, aquele valor de rentabilidade já está descontado da cobrança da taxa.

Os valores cobrados de taxa de administração variam muito de fundo para fundo, dependendo da complexidade do fundo, tamanho da aplicação mínima entre outras coisas. Via de regra, quanto mais estratégia e análise um fundo exigir e quanto menor as aplicações mínimas do fundo, maior deve ser a taxa.

Vejamos por exemplo um Fundo DI, que investe somente em títulos públicos, com pouco giro na carteira e com movimentação mínima de 1 milhão de reais. Esse é um fundo de baixa complexidade, pois tem uma carteira cheia de títulos públicos e é essencialmente passivo, ou seja, carrega as posições sem fazer giro na carteira. Além disso tem uma movimentação mínima bastante alta, o que minimiza as operações de resgate e aplicação no fundo, que também geram custos. Sendo assim, tendo em vista todas essas questões esse deveria ser um fundo com uma taxa de administração baixíssima, pois exige pouco expertise e complexidade na sua operação.

Já um fundo de ações, por exemplo, com gestão ativa, uma carteira pouco concentrada e uma aplicação mínima de R$5.000,00, faz sentido que tenha uma taxa bem mais alta que o anterior. Esse é um fundo que provavelmente tem uma equipe de analistas dedicados a procurar ações com valor adequado para compra, que monitoram o desempenho dessas ações e que buscam através da sua estratégia bater o Ibovespa, movimentando bastante a sua carteira. Tudo isso tem um custo, portanto é adequada a cobrança de uma taxa maior.

Taxa de performance

Essa é uma taxa cobrada por fundos com gestão ativa como prêmio por rentabilidade acima de um benchmark, que é um referencial de mercado e uma meta a ser batida pelo fundo. A taxa de performance só é cobrada sobre o rendimento que exceder o do benchmark, como o CDI ou Ibovespa por exemplo, sendo geralmente em torno de 20%.

Imagine, por exemplo, um fundo que ganhe taxa de performance sobre o que exceder o CDI. Se no ano que vem o CDI for de 7% e o fundo render 8% bruto, os 20% serão cobrados sobre a diferença entre os dois, sendo 0,20% a taxa e 7,80% o rendimento líquido do fundo (8% – 7% = 1% x 20% = 0,20%). Por mais que seja uma cobrança a mais para os cotistas do fundo, essa é uma taxa mais justa pois remunera o gestor pelo seu desempenho e alinha o interesse do cotista, que é o de ter uma boa rentabilidade, com o do gestor, que é o de ter uma boa remuneração. Outra coisa interessante da taxa de performance é o conceito de linha d’agua. Esse conceito determina que não será cobrada taxa de performance quando a rentabilidade de um fundo for negativa, mesmo se ela for superior à do benchmark, e que só será cobrada performance quando a rentabilidade ultrapassar o nível da última cobrança.

taxa de performance

Veja o caso hipotético acima do XYZ Valor FIA cujo benchmark é o Ibovespa. Veja que até abril ele possuía rentabilidade positiva e superior ao Ibovespa, portanto até ali seria devida a taxa de performance. Em junho o fundo continuou rendendo mais que o Ibovespa, mas tanto o fundo quanto o seu benchmark tiveram rentabilidade negativa, então a taxa de performance já não é devida. A linha d’agua nesse caso seria o 1,05 e a taxa de performance só poderia voltar a ser cobrada em outubro, quando a rentabilidade do fundo ultrapassou a linha.

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Taxa de carregamento

A taxa de carregamento é um tipo de taxa mais comum em fundos previdenciários, como os PGBLs e VGBLs, sendo difícil de ser encontrada em outros tipos de fundo. Essa taxa, assim como as outras, remunera os gestores e segundo esses fundos, serve de estímulo para que o cliente não resgate o fundo antecipadamente pois ela diminui com o tempo.

Ela pode ser cobrada na entrada no fundo, na saída ou em ambos e é bem fácil de ser calculada. Se o fundo cobra 5% de taxa de carregamento na entrada e na saída isso quer dizer que se você aplicar R$100,00 no fundo na verdade vai entrar com R$95,00 aplicados e se depois de um tempo quiser resgatar o seu saldo de R$150,00 o resgate será no valor de R$142,50. Essa é uma taxa que serve muito mais aos gestores dos fundos previdenciários do que a quem investe pois desalinha o interesse dos dois. Com essa taxa o gestor não é remunerado por desempenhar corretamente a sua função e obter um rendimento satisfatório, mas sim pelo seu esforço comercial de conseguir mais clientes.

Exemplo:

Para mostrar o impacto da cobrança das taxas na rentabilidade fizemos o exemplo abaixo. Temos dois fundos hipotéticos que aplicam exatamente nos mesmos ativos de Renda Fixa, com rentabilidade bruta de 105% do CDI. O XYZ Referenciado DI é um fundo que cobra somente taxa de administração, no valor de 0,30% ao ano. Já o XYZ Previdenciário é um PGBL, cobrando 5% de taxa de carregamento na entrada e 3% de taxa de administração. Vendo em um horizonte de 5 anos caso você tivesse aplicado R$1.000,00 em cada um dos fundos temos o resultado abaixo.

impacto das taxas nos investimentos

O resultado é gritante.

A taxa de carregamento faz com que o PGBL já parta de um valor menor a sua rentabilidade mais baixa faz com que ele demore mais tempo para recuperar o rendimento. O resultado é que a rentabilidade do Previdenciário é 16,39% menor que o Referenciado DI. Além disso a rentabilidade que o Previdenciário teria em 5 anos o Referenciado DI obteria em menos de 2,5 anos.

Esse exemplo serve para mostrar como as taxas de administração e de carregamento influenciam na rentabilidade dos investimentos. Se um fundo com taxas maiores rende o mesmo que um fundo com taxas menores é porque ele corre mais riscos, portanto é importante ficar atento.

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