O que é IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

  • 25/07/2018
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o que é IPCA

O IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é calculado mensalmente pelo IBGE desde 1979 e, a partir dos anos 2000, passou a ser o indicador oficial de inflação para o Brasil, portanto, é com base nele que são estabelecidas as metas de inflação a serem cumpridas pelo Banco Central. É ele também o principal índice de inflação cuja expectativa é medida pelo Boletim Focus.

Como o IPCA e o IPCA-15 são calculados?

Por ser o índice oficial de inflação, o objetivo do IPCA é o de ter uma abrangência bastante ampla, buscando garantir a cobertura de 90% das famílias das áreas urbanas do Brasil. O IPCA busca ainda representar o consumo de famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos, sendo, portanto, mais amplo que o INPC, que representa as famílias que ganham entre 1 e 5 salários mínimos.

O preço da cesta de itens que o compõem é medido na região metropolitana de 16 capitais brasileiras. As cidades consideradas são:

  • Belo Horizonte;
  • São Paulo;
  • Aracaju;
  • Belém;
  • Brasília;
  • Campo Grande;
  • Curitiba;
  • Fortaleza;
  • Goiânia;
  • Vitória;
  • Porto Alegre;
  • Recife;
  • Rio Branco;
  • Rio de Janeiro;
  • Salvador;
  • São Luís.

São Paulo é a cidade que tem o maior peso, contando com mais de 31% do índice. Depois dela, as cidades mais representativas são Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com 9,7% e 9,4% do índice aproximadamente.

Tanto o IPCA quanto o IPCA-15 são auferidos de maneira muito semelhante, usando as mesmas cestas de produtos, as mesmas cidades e os mesmos pesos. A principal diferença entre os dois é o período de aferição. O IPCA é calculado do dia 1 ao dia 30 de um determinado mês, enquanto o IPCA-15 é calculado do dia 16 de um mês ao dia 15 do mês subsequente. Tendo em vista essa característica, muitos consideram o IPCA-15 como uma prévia do oficial.

A cesta de itens do IPCA

O peso dos itens no IPCA é dividido atualmente como na tabela abaixo:

Tipo de Gasto Peso do Gasto
Transportes 20,8%
Alimentação e bebidas 19%
Habitação 15,2%
Saúde e cuidados pessoais 13,5%
Despesas pessoais 10,6%
Comunicação 6,2%
Educação 6%
Vestuário 4,8%
Artigos de residência 4%

Os itens que compõem a cesta são agrupados da seguinte forma:

  • Alimentação e bebidas: refeição fora do domicílio, pão francês, leite longa vida, refrigerante, entre outros.
  • Habitação: aluguel residencial, energia elétrica residencial, taxa de água e esgoto, condomínio, entre outros.
  • Transportes: gasolina, ônibus urbano, transporte por aplicativo, automóvel novo, conserto de automóvel, entre outros.
  • Saúde e cuidados pessoais: plano de saúde, perfume, hipotensor, óculos de grau, dentista, entre outros.
  • Despesas pessoais: empregado doméstico, cabeleireiro, cigarro, serviço bancário, cinema, entre outros.
  • Vestuário: tênis, camisa masculina, blusa, calça comprida feminina, mochila, chinelo, entre outros.
  • Artigos de residência: móvel para sala, refrigerador, videogame, microcomputador, roupa de cama, entre outros.
  • Educação: ensino superior, ensino fundamental, ensino médio, curso de idiomas, livros, entre outros.
  • Comunicação: telefone celular, telefone fixo, TV por assinatura, serviços de streaming, acesso à internet, entre outros.

Como o IPCA leva em consideração famílias com uma renda maior do que o INPC, o percentual dos gastos com alimentação e habitação são relativamente menores. Ainda assim, alimentação e bebidas ainda é o grupo de maior peso no índice, representando aproximadamente um quarto deles. Os itens de maior peso individual atualmente nesse índice são “Refeição fora do domicílio”, “Gasolina”, “Empregado doméstico”, “Plano de Saúde” e “Aluguel residencial” respectivamente.

Uso do IPCA e IPCA-15

Por ser a inflação oficial do Brasil, o IPCA é o índice mais utilizado como base para reajustes e correção monetária da maioria dos produtos, serviços e salários. A maioria dos contratos estabelecidos no Brasil também preveem reajuste anual por esse índice. Já o IPCA-15 tem um uso mais restrito, servindo principalmente como índice de reajuste dos IPTUs.

Nos Investimentos

O IPCA é o indexador mais utilizado nos títulos de renda fixa que são reajustados pela inflação. O exemplo mais comum desse tipo de título é o Tesouro IPCA +, com ou sem pagamento de juros semestrais. Esses tão títulos públicos federais que pagam um rendimento atrelado diretamente ao IPCA e compõe grande parte dos títulos públicos no mercado hoje em dia.

Além deles, títulos como CDBs, LCIs e LCAs muitas vezes também são emitidos pagando a variação da inflação medida por esse índice mais um cupom de juros reais. Fora estes, existem ainda vários outros títulos de crédito privado indexados ao IPCA, como debêntures, FIDCs, CRIs, entre outros. Já o IPCA-15 não costuma ser utilizado como indexador.

Além de servir de indexador para vários títulos no mercado, o IPCA também é muito importante na determinação da Taxa Selic. O Banco Central tem como mandato o controle da inflação do país, buscando mantê-la dentro da meta pré-estabelecida, e um dos principais instrumentos para isso é o movimento da sua taxa básica de juros, que é a Selic. Sendo assim, ele impacta não apenas nos títulos indexados a ele, mas também em outros títulos pós-fixados que dependem do movimento da Selic ou do CDI.

Conclusão

O IPCA é um índice de inflação muito importante pois é o indicador oficial da inflação do Brasil. Ele é usado como base para o reajuste de boa parte dos produtos e serviços no Brasil, além do reajuste de contratos em geral. Além disso, ele serve ainda de indexador para diversos títulos públicos e privados de renda fixa, além de influenciar o movimento da taxa Selic. O IPCA-15 é bastante semelhante ao IPCA, sendo auferido do dia 16 ao dia 15 de cada mês e servindo de prévia para o oficial.

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