Começamos 2021 acreditando que teríamos um ano de recuperação da atividade econômica e da volta da “normalidade” após as sequelas deixadas pela pandemia da Covid-19 em 2020.
Entretanto, logo no começo do ano, fomos surpreendidos por uma nova variante do vírus, que elevou o número de casos e de mortes no Brasil de forma absurda.
No âmbito econômico, o mercado financeiro, de maneira geral, enxergava uma inflação baixa para o ano, pouco acima de 2020. Pouco a pouco, o tom foi se alterando para uma inflação em função de uma retomada da atividade, transitória, persistente, acima do esperado, culminando finalmente nos 10,06% e trazendo a Selic para 9,25%.
Se no começo do ano o CDI de 2% não interessava para o retorno desejado dos clientes, no final do ano, após crises sanitárias, políticas e econômicas, o acumulado do índice de 4,40% pareceu extremamente atrativo contra os quase 12% negativos do Ibovespa.
Visto esse cenário, preparamos uma lista com os melhores fundos de investimentos de 2021.
Os melhores fundos de investimentos foram selecionados a partir da base de fundos que estão no radar de avaliação da ParMais. Foram escolhidos os fundos respeitando os seguintes critérios:
O motivo de realizarmos essas restrições justifica-se pelo fato de que não faz sentido apresentarmos fundos que não são acessíveis ao investidor pessoa física, por isso, foram retirados fundos exclusivos, destinados a investidores qualificados ou que possuem aplicação mínima inicial muito elevada, por exemplo.
Após esse filtro inicial, listamos os melhores fundos de investimento em termos de risco/retorno, classificando-os pelas seguintes categorias: renda fixa pós-fixada; multimercado e ações.
De forma simplificada, segue um resumo da composição da carteira de cada um desses fundos de investimento:
Os bons gestores de crédito superaram com folga o CDI. A fuga de capital da renda fixa em 2020 – em função da pandemia – e dos juros extremamente baixos levaram a grandes aberturas nos spreads de papel durante o período e premiaram os gestores que se preparam com caixa para comprar tais ativos, gerando um bom carrego para os portfólios.
Conforme 2021 avançava e com ele a Selic, a demanda por crédito no país retomou, comprimindo os spreads de crédito, potencializando os ganhos dos fundos de renda fixa.
Nome | Retorno | % do Benchmark (Retorno) – CDI | Volatilidade | Sharpe – CDI | Patrimônio Líquido | Aplicação Mínima |
---|---|---|---|---|---|---|
ARX VINSON FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 9,01% | 205,07% | 0,42% | 10,27 | R$ 1.245.559.464,18 | R$ 1.000,00 |
IBIUNA CREDIT FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | 8,40% | 191,19% | 0,48% | 7,93 | R$ 871.022.071,59 | R$ 1.000,00 |
SPX SEAHAWK FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP | 7,70% | 175,18% | 0,45% | 7,02 | R$ 656.806.304,17 | R$ 1.000,00 |
Podemos esperar retornos em porcentagem do CDI muito mais moderados para 2022, mas ganhos nominais mais altos que em 2021, dado a qualidade do crédito e do carrego dos fundos ainda interessante.
Toda a indústria de multimercados sofreu no primeiro semestre de 2021 por causa da disfunção econômica presente nas estratégias que os fundos operam, especialmente a categoria macro.
O call de alta de juros nos EUA demorou a se concretizar, ainda que fosse possível concordar com boa parte dos gestores de que existiam fundamentos que justificassem a abertura de juros e as posições.
Entretanto, especialmente os gestores que apostaram na abertura de juros nos emergentes, dólar fortalecido, commodities e bolsa no exterior, conseguiram obter bons desempenhos, dos quais destacamos dois fundos macro e um quantitativo.
Nome | Retorno | % do Benchmark (Retorno) – CDI | Volatilidade | Sharpe – CDI | Patrimônio Líquido | Aplicação Mínima |
---|---|---|---|---|---|---|
VINLAND MACRO PLUS FIC MULTIMERCADO | 11,79% | 268,31% | 6,88% | 1,03 | R$ 435.890.945,50 | R$ 1.000,00 |
SPX NIMITZ FIC MULTIMERCADO | 11,71% | 266,54% | 6,47% | 1,08 | R$ 922.960.365,25 | R$ 5.000,00 |
GIANT ZARATHUSTRA II FIC MULTIMERCADO | 7,76% | 176,62% | 6,52% | 0,52 | R$ 1.943.973.629,92 | R$ 10.000,00 |
Ainda esperamos um ano desafiador à frente para a classe, mas diversos bons gestores já se provaram ganhadores, tanto em cenários econômicos pujantes quanto no cenário inverso, particularmente aqueles com bom know how de operações no exterior, trazendo diversificação geográfica ao portfólio.
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O pior desempenho por estratégias foi, disparado, do Ibovespa. Como dizem: “contra fluxo, não há argumento” e, a despeito de vários bons resultados apresentados ao longo do ano e de um processo de vacinação relativamente rápido, a deterioração do cenário macro, as incertezas políticas e os ruídos penalizaram os ativos de riscos brasileiros, com saída de fluxo, fazendo do Ibovespa uma das bolsas de pior desempenho no ano.
Gestores extremamente fundamentalistas tiveram desempenhos ainda piores, dado que muitos deles tinham posições de varejo e tecnologia – setores mais impactados no ano – e pouco ou nada em agronegócio ou commodities, que tiveram bons retornos em 2021.
Como destaque no Brasil, ressaltamos o Vinci Total Return, que se protegeu bastante dos principais cenários de risco ao longo do ano e gerou excelente performance para os clientes.
Por outro lado, os melhores desempenhos ficaram a cargo dos fundos globais que seguiram com boa performance, especialmente o S&P.
Nome | Retorno | Excesso de retorno – Ibovespa | Volatilidade | Sharpe – CDI | Patrimônio Líquido | Aplicação Mínima |
---|---|---|---|---|---|---|
VERDE AM MUNDI AÇÕES GLOBAIS BRL INVESTIMENTO NO EXTERIOR FIC AÇÕES | 17,69% | 29,62% | 14,38% | 0,91 | R$ 276.536.153,14 | R$ 10.000,00 |
VINCI TOTAL RETURN FIC MULTIMERCADO | 17,05% | 28,98% | 15,59% | 0,81 | R$ 235.500.447,77 | R$ 10.000,00 |
IP PARTICIPAÇÕES IPG FIC AÇÕES BDR NÍVEL I | 5,95% | 17,88% | 15,52% | 0,17 | R$ 942.735.513,60 | R$ 1.000,00 |
Acreditamos que o Ibovespa apresenta hoje um desconto excessivamente alto no valuation dos ativos e permanecemos alocados principalmente nos gestores fundamentalistas, dos quais temos confiança na capacidade de geração de valor aos clientes no longo prazo.
Entretanto, ressaltamos que a posição técnica pode sim prevalecer sobre o fundamento ainda, enquanto o cenário de eleição, macro Brasil e de alta de juros nos EUA não se desenha com clareza. Seguimos alocados também nos fundos globais, priorizando o hedge cambial, desta vez em função da vantagem que esses apresentam no carrego da moeda com o CDI mais alto.
Este artigo listou os melhores fundos de investimentos do ano de 2021, classificados em três categorias: fundos de renda fixa, fundos multimercado e fundos de ações.
Vale lembrar que investir em fundos é uma forma de ter acesso a diversos ativos, beneficiando-se da diversificação, mesmo sem precisar desembolsar valores elevados.
Por fim, outro ponto importante é a alocação dos ativos. Apesar dos fundos de investimento aplicarem em diversos produtos financeiros, eles são categorizados em classes. Por isso, o investidor precisa diversificar sua carteira entre fundos de investimento de classes diferentes.
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