Conheça os tipos de inflação e os impactos nos investimentos

  • 13/10/2020
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A inflação é daqueles tipos de assuntos que, mesmo não tendo domínio total, é tratado nas mesas de bares, nas conversas de elevador, na fila do banco ou na espera do pãozinho quente da próxima fornada da padaria. Mas você sabia que a inflação pode ser classificada em mais de um tipo? Entenda melhor quais os tipos de inflação existem e quais os impactos nos seus investimentos.

O que é inflação?

Antes de abordar as variáveis, é importante relembrar o conceito geral de inflação, que podemos descrever como o aumento contínuo e generalizado dos preços dos produtos em uma economia.

Saiba mais: O que é inflação?

De forma prática, seria a mensuração de uma mesma cesta de produtos dentro de um período, sendo o valor dessa cesta e de seus produtos analisado frequentemente, podendo ser associado aos seus dados informações como o período e acontecimentos nele vivenciado.

Quais os tipos de inflação existem?

Inflação de Demanda

Mais comum quando existe uma expansão da economia, este tipo de inflação está associada ao crescimento maior da demanda do que o crescimento da oferta. Um cenário como esse poderia ser visualizado, por exemplo, associado ao aumento imediato dos investimentos, redução do desemprego e elevação dos salários.

Inflação de Custos

Também conhecida como inflação de oferta, está ligada ao aumento dos custos de produção, como falta de mão de obra qualificada, alta dos preços de matéria prima ou escassez, elevação dos tributos, entre outros, fazendo com que a produção fique cara, mesmo com uma redução.

Inflação estrutural

Muito similar à inflação de custos, é resultado da ineficiência da infraestrutura produtiva da economia do país, resultando na rigidez da oferta de produtos e serviços bases da estrutura da economia.

Inflação inercial

De forma simples, a inflação inercial está ligada diretamente a memória inflacionária, ou seja, refere-se à inflação de um período passado, da situação econômica atual e das expectativas futuras para o índice. Esse índice, na maioria das vezes, é analisado embasado em pontos de especulação e não possui ligação com a oferta e demanda, ou seja, além de estar indexado à economia e em uma espiral inflacionária, existe ainda a falta de confiança generalizada no mercado.

Hiperinflação

Não é exatamente uma inflação, mas sim, um nível dela e normalmente está associada à um momento de descontrole do mercado, onde as políticas econômicas já não fazem efeito no controle da inflação. Um dos casos mais recentes e noticiados é o exemplo da nossa vizinha Venezuela, que chegou a um aumento de mais de 9.500% em 2019 e contração drástica do poder econômico do país.

Como é realizada a mensuração da inflação?

Os índices diferem em relação à metodologia utilizada para mensurá-los, podendo ter alguns números índices diferentes como base, servindo de exemplo o IPCA, INPC, IGP-M, entre outros.

IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – é o índice oficial do governo e aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 à 40 salários mínimos.

INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor

Este índice verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Também é calculado pelo IBGE e os grupos de análise tendem a ser mais sensíveis à variações, visto que tendem a gastar todo os seus recursos em itens básicos como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros.

IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado

Esse índice é calculado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas – e é formado por três outros índices que medem os preços por atacado (IPA-M), ao consumidor (IPC-M) e de construção civil (INCC). O IGP-M normalmente é responsável pelo reajuste dos preços de aluguel, seguros de vida e tarifas públicas.

Qual o impacto da inflação na economia?

Como um efeito cascata, os impactos da inflação na economia atingem desde a população geral, as empresas, o governo e até mesmo os investimentos financeiros.

Em um primeiro momento, temos a redução do poder de compra da população em geral. Com alta nos preços e os salários sem reajuste, será cada vez menor a cesta de produtos comprada. Com menos produtos comprados, temos menor consumo. Sendo assim, as empresas tendem a reduzir a expectativa de vendas das empresas e investimentos no longo prazo.

Saiba mais: Como a taxa Selic baixa afeta o rendimento dos investimentos?

A queda no consumo e na taxa de investimento gerará impactos negativos no PIB – Produto Interno Bruto – do país que, provavelmente, terá uma queda no crescimento econômico e com isso, poderá impactar negativamente a remuneração dos títulos públicos – diretamente relacionada à inflação.

Isso ocorre porque, além de remunerar um diferencial de risco em relação à moeda, essa taxa tem que compensar a inflação corrente, visto que o rendimento real é o resultado entre a redução do rendimento bruto e da taxa de inflação, chegando ao rendimento líquido.

Sendo assim, em um momento de alta inflação, os rendimentos reais serão cada vez menores e o impacto será em todos.

Conclusão

A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços dos produtos em uma economia e existem diversos tipos de inflação que podem impactar a população, as empresas, o governo e até mesmo os investimentos financeiros.

É importante sempre considerar o aumento dos preços quando calculamos nossos objetivos financeiros e também considerar o efeito da inflação nos investimentos, pois em momentos de inflação alta, os rendimentos reais serão cada vez menores e o impacto pode ser grande.

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