Entenda o que são títulos privados e saiba como investir

  • 08/09/2020
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Títulos privados são ativos de renda fixa emitidos por bancos, financeiras e empresas como forma de financiamento a novos projetos, capital de giro e empréstimos, ou seja, para captação de recursos.

Nesse sentido, é um título de dívida da entidade emissora com o compromisso de devolver o recurso ao investidor com uma determinada taxa de juros, baseado em indicadores como o CDI – Certificado de Depósito Interbancário – e IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Na prática, o investidor empresta dinheiro para o emissor e recebe uma remuneração em troca.

Alguns títulos privados bem conhecidos no mercado financeiro são os CDBs, LCAs/LCIs, debêntures, CRIs/CRAs, certamente você já investiu em alguns desses ativos ou já ouviu falar sobre eles.

Características dos títulos privados

As características desses títulos privados podem variar bastante – a depender das taxas, prazos, emissor e tributação. Falando em taxas, ela pode ser prefixada (já definida no ato da compra), como, por exemplo, 10% ao ano; pós-fixados (100% do CDI) ou ainda uma mistura entre elas (como IPCA + 6% ao ano).

O título pode ter amortizações periódicas ou pagar todo o principal no vencimento. Ele pode ter garantias reais – como algum bem ou duplicatas já emitidas – ou não. Pode ter liquidez diária ou prazo de vencimento com e sem possibilidade de resgate antes do período determinado. Além disso, o risco de crédito pode variar bastante de um título para outro.

Exemplos de títulos de crédito privado

CDBs (Certificado de Depósito Bancário) – são títulos emitidos por bancos e instituições de pagamento como forma de captação, como capital de giro ou disponibilizando empréstimos e financiamentos. A remuneração pode ser prefixada, pós-fixada ou atrelada à inflação, podem ter liquidez ou vencimento determinado. São tributados na tabela regressiva de imposto de renda, a depender o prazo de resgate. Esses ativos possuem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

LCAs/LCI – semelhante aos CDBs, também são títulos emitidos por bancos, mas com a exclusividade de financiar projetos específicos – no caso da LCA (Letra de Crédito Agrícola) destinado a projetos agrícolas e LCI (Letra de Crédito Imobiliário) para projetos imobiliários. A vantagem das Letras de Crédito Agrícola ou Imobiliário é que são ativos isentos de imposto de renda para o investidor pessoa física.

LC – as Letras de Câmbio, diferentemente dos CDBs, são títulos emitidos por financeiras, mas com o mesmo objetivo – capital de giro e empréstimos.

CRIs/CRAs – os Certificado de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio são títulos com lastro. No caso dos CRIs, possuem lastro em fluxos de pagamentos de aquisição de imóveis ou de aluguéis, ou seja, os bens imóveis atrelados a um CRI ficam como garantia da operação por meio da alienação fiduciária. No caso dos CRAs, vinculado a direitos creditórios de operações de financiamento de atividades do agronegócio, a operação pode ter alienação da terra ou o penhor da produção. São investimentos isentos da tributação de IR e também de IOF. São produtos com características similares às LCI e LCA, uma desvantagem do Certificado de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio é que não possuem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), diferente das LCI e LCA.

Debêntures – é um título de crédito emitido por uma empresa de sociedade anônima (S.A.) que podem ser emitidas por empresas de capital fechado ou aberto, no entanto, somente as empresas de capital aberto podem fazer emissões públicas de debêntures. Os títulos são emitidos para arrecadar recursos ao emissor com a possibilidade de programar o pagamento de título ao investidor conforme fluxo de caixa da empresa – ou seja, podem emitir com pagamento de juros periódicos. As debêntures incentivadas são títulos específicos de debênture, cujo objetivo da captação é a realização de projetos específicos de interesse para o desenvolvimento do país, no geral, no ramo de infraestrutura. Como forma de incentivar o investimento nesse segmento, importante para o governo, é oferecida a isenção do pagamento de IR.

Diferença entre títulos públicos e títulos privados

Os títulos públicos são papéis emitidos pelo Tesouro Nacional, com o mesmo objetivo dos títulos privados – captação de recurso em troca de uma determinada rentabilidade. A diferença é que, nesse caso, o emissor é o Governo e, por isso, são investimentos de menor risco de crédito. Inclusive, os títulos públicos são os ativos financeiros com menor risco negociados em um país – aqui no Brasil são garantidos pelo Tesouro Nacional.

Assim como nos títulos privados, as características desses ativos podem variar bastante: a rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada ou atrelada às oscilações de algum indicador, como Selic e IPCA. É possível comprar títulos públicos com muita facilidade por meio dos sites de corretoras de valores e bancos, com valores iniciais bem acessíveis.

A grande diferença entre os títulos privados e públicos está no risco de crédito da operação. A rentabilidade dos títulos de crédito costuma ser proporcional à percepção de risco de crédito do ativo, logo, os ativos que têm a maior rentabilidade costumam ser os que apresentam maior risco na operação.

Como investir?

O caminho mais fácil de investir em títulos privados é através de uma corretora de valores ou bancos. No geral, as corretoras disponibilizam essa alternativa de investimento com aplicações mínimas, relativamente acessíveis. Portanto, é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores e, mais importante de tudo, entender do produto que tem interesse de realizar o investimento.

Antes de iniciar o investimento é imprescindível pesquisar e estudar sobre a empresa que pretende investir, ler o prospecto de emissão do ativo (documento onde estão todas as informações sobre a emissão), conhecer sobre o emissor, buscar sobre os riscos da operação e programar-se quanto aos prazos de vencimentos e liquidez.

Uma alternativa para ter acesso a esses produtos seria através de fundos de investimento – existem fundos que investem essencialmente em ativos de crédito privado. Essa é uma maneira muito interessante, pois facilita a diversificação dos investimentos ao pequeno investidor, já que a carteira do fundo é composta por diversos ativos de crédito privado de diferentes emissores. Além disso, ao encontrar bons gestores, você terá acesso a uma gestão especializada que acompanha os mercados, emissões, cenário e possuem controle de risco das operações.

Conclusão

Os títulos privados são ativos de renda fixa emitidos por bancos, financeiras e empresas como forma de financiamento a novos projetos, capital de giro e empréstimos, ou seja, para captação de recursos. Na prática, o investidor empresta dinheiro para o emissor e recebe uma remuneração em troca.
Alguns títulos privados bem conhecidos no mercado financeiro são os CDBs, LCAs/LCIs, debêntures e CRIs/CRAs.

As características desses títulos privados podem variar bastante – a depender das taxas, prazos, emissor e tributação. A grande diferença entre os títulos privados e públicos está no risco de crédito da operação.

Para investir em títulos privados, o caminho mais fácil é através de uma corretora de valores ou bancos. Porém, antes de iniciar o investimento é muito importante pesquisar e estudar sobre a empresa que pretende investir, ler o prospecto de emissão do ativo, conhecer sobre o emissor, buscar sobre os riscos da operação e programar-se quanto aos prazos de vencimentos e liquidez.

Além disso, é importante contar com a ajuda de uma gestão especializada, que acompanha os mercados, emissões, cenário e possuem controle de risco das operações.

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