O Brasil está vivendo um novo cenário em relação aos investimentos. A taxa básica de juros, a Selic, já estava sendo reajustada desde 2016, mas com crise de 2020, a Selic chegou no seu menor patamar histórico. Com isso, surgem as dúvidas: o CDI vale a pena?! Como ficam meus investimentos neste cenário de taxas de juros baixas?
Esse novo cenário de manutenção de taxas de juros baixas no Brasil está levando o investidor brasileiro a realizar mudanças na carteira de investimentos em busca de maiores rentabilidades.
Para entendermos melhor esse novo cenário, vamos começar explicando sobre a Taxa Selic e o CDI.
A taxa Selic é a taxa básica que indica a política de juros no Brasil. Ela regula os juros praticados pelo mercado, tanto para investimentos quanto para financiamentos. Além disso, é ela é o principal instrumento do Copom (Comitê de Política Monetária) para o controle da inflação.
O CDI – Certificado de Depósito Interbancário – de maneira simplificada, é a taxa de juros que um banco cobra do outro quando empresta dinheiro e seu valor é praticamente igual
a taxa Selic.
Funciona assim: no final de todos os dias úteis os bancos precisam zerar o caixa. É uma regra do sistema de compensação bancário. Na somatória de todas as movimentações dos correntistas em cada dia – cheques, TEDs, DOCs, depósitos, etc. – há instituições que ficam com a conta no vermelho, e outras no azul.
Então, para fechar a conta, os bancos em que “sobrou” dinheiro emprestam para aqueles em que “faltou”. A taxa de juros cobrada nestas operações entre bancos é semelhante à SELIC.
Por ter essas características, o CDI foi nacionalmente convencionado como uma referência – benchmark – para comparar o rendimento de investimentos em geral e para calcular a rentabilidade de títulos de renda fixa.
Você já pode ter ouvido alguém falar “meu investimento rendeu 100% do CDI nos últimos 12 meses”. Mas o que isso quer dizer na prática?
Quer dizer que, considerando a taxa Selic de 2% ao ano, o investimento rendeu:
Rendimento no ano = 100% x 2% = 2,00%
Ou seja, R$100.000,00 aplicados neste investimento em janeiro, seriam R$102.000,00 em dezembro.
Porém, ao analisar a rentabilidade de um investimento, também devemos estar atentos à inflação.
A inflação nada mais é do que o aumento contínuo e generalizado dos preços dos produtos em uma economia. Ou seja, se os preços sobem de forma consistente, você terá que pagar mais caro para comprar a mesma quantidade de coisas, pois seu dinheiro perde valor.
Atualmente, o indicador oficial de inflação para o Brasil é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Ele é calculado mensalmente pelo IBGE e é com base nele que são estabelecidas as metas de inflação a serem cumpridas pelo Banco Central.
Vamos usar como exemplo para os rendimentos, a poupança:
Como a rentabilidade da poupança está ligada à Selic, ela também sente essa diminuição da taxa de juros. Isso acontece porque o rendimento da poupança é calculado da seguinte forma:
Em resumo, quanto menor o valor da taxa Selic, menor será o rendimento da poupança.
Considerando a taxa Selic de 2% e o rendimento da poupança sendo 70% deste valor, se uma pessoa investir R$1.000 na poupança e deixar o dinheiro aplicado pelo período de um ano, ao final dos 12 meses, ela terá a rentabilidade de aproximadamente R$14,00, totalizando R$1.014,00 no período.
Saiba mais: O que é taxa nominal e taxa real de juros?
Porém, considerando a inflação de 2%, o que custava R$ 1.000,00 em janeiro estará custando em média R$ 1.020,00 em dezembro.
Conclusão: a cada R$ 1.000,00 investidos na poupança, o investidor perderá R$6,00 no seu poder de compra. Imagine isso ao longo dos anos!
Para os investidores mais conservadores, acostumados a investir principalmente em ativos de renda fixa, o objetivo de acumulação de patrimônio terá um ritmo diferente. As aplicações mais comuns dos brasileiros, como a Caderneta de Poupança, Fundos de Renda Fixa e Certificados de Depósito Bancário (CDBs), passaram a render menos e correm risco de perder para a inflação.
Nesse sentido, os investidores terão que poupar muito mais para ver o aumento de patrimônio em aplicações de perfil mais conservadores, correr mais risco em investimentos ou se acostumar ao novo cenário. Afinal, não estamos mais em 2016, quando a Selic estava 14,25% ao ano e não era difícil encontrar aplicações financeiras sem risco que rendessem acima de 10% ao ano.
Com a Selic baixa, algumas das aplicações mais tradicionais, que possuem o rendimento vinculado a esse índice, estão rendendo menos, podendo até ficar negativas. Com isso, o CDI não está valendo a pena e não deve mais ser usado como uma referência.
Ao definir os seus objetivos e escolher os investimentos, considere sempre a taxa real de juros para saber quanto o seu dinheiro realmente vai render acima da inflação, ou seja, que realmente vai refletir em valores de hoje o patrimônio acumulado.
Além disso, conte com o auxílio de profissionais para te ajudar a fazer as melhores escolhas e definir as estratégias de investimento de acordo com seu momento de vida, perfil de investidor e sua capacidade financeira e patrimonial.
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