Como funciona o Mercado de Crédito?

  • 31/05/2019
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O mercado de crédito é o mercado onde as companhias e governos emitem dívidas para investidores, seja através de debêntures, letras financeiras, bonds ou diversos outros tipos de ativos financeiros.

Às vezes, ele é chamado de “mercado de dívida” e também inclui dívidas securitizadas, como direitos creditórios e até mesmo os Credit Default Swaps, derivativos que funcionam como “seguro” para uma determinada dívida.

Entendendo o mercado de crédito

O mercado de crédito é muito superior ao mercado de ações no mundo todo, incluindo o Brasil.

Devido a isso, muitos economistas o consideram um indicador da saúde relativa dos mercados e da economia como um todo. Alguns analistas consideram o mercado de crédito o “canário na mina de carvão”, pois ele tipicamente mostra sinais de stress antes do mercado de ações.

Quando corporações e governos precisam de dinheiro eles emitem dívida. Investidores que compram essa dívida estão, essencialmente, emprestando dinheiro a eles sob condições pré-acordadas de juros e prazo de pagamento.

Quando a dívida chega à maturidade, ela é quitada pelo seu emissor, no entanto ela pode ser vendida antes do vencimento no mercado secundário para outros investidores interessados.

Esses são os exemplos mais simples de títulos de dívida negociados nesse mercado, no entanto existem diversas outras operações que também se caracterizam como crédito e são muito mais complexas.

Antecipações de recebíveis, hipotecas, empréstimos para compra de carros, dívidas de cartão de crédito e diversos outros tipos de dívidas podem ser “empacotados” e comercializados como um investimento. Conforme os débitos vão sendo pagos, o comprador ganha os juros destes direitos creditórios, no entanto se houver muita inadimplência, ele pode perder.

A saúde do mercado de crédito

As taxas de juros praticadas no mercado e o apetite por emissões de crédito são bons indicadores da saúde do mercado de crédito.

Outro indicador importante está no spread entre as taxas de diferentes títulos de dívidas, como por exemplo, entre títulos do governo e dívidas com grau de investimento ou dívidas de grau especulativo.

Títulos do governo, por definição, são os títulos de menor risco de crédito de uma economia, tendo em vista que o governo sempre pode emitir mais dinheiro para fazer o pagamento das suas dívidas (ainda que hajam outras consequências sérias para isso). Por ter um menor risco, eles costumam ter as taxas de juros mais baixas do mercado de dívidas.

Dividas corporativas tem um risco maior, portanto pagam taxas mais altas conforme as condições de cada empresa. Conforme o spread entre essas taxas vai aumentando, pode-se perceber o início de uma recessão, pois isso significa que os investidores estão vendo as dívidas corporativas como sendo cada vez mais arriscadas.

Porque investir?

Investidores utilizam o mercado de crédito porque ele é uma maneira menos arriscada de obter retorno sob os seus investimentos. Por oferecer ganhos previamente acordados, eles são considerados menos arriscados e voláteis que o mercado de ações.

Se uma empresa de capital aberto quebrar, por exemplo, ela deve pagar as suas dívidas antes de devolver dinheiro aos seus acionistas. Como forma de reduzir o risco de investir em poucos títulos de dívida, vários investidores investem em fundos de crédito, que agrupam diversos títulos e diversificam melhor o risco.

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Estrutura e órgãos reguladores do mercado de crédito

O mercado de crédito compõe o mercado de capitais, e dessa forma a sua estrutura e órgãos reguladores são muito semelhantes.

A maneira mais eficiente de investir no mercado de dívidas é através de uma corretora de valores. Com ela você terá acesso a diversos canais para esse mercado, como por exemplo:

As emissões de dívidas mobiliarias, que incluem todas essas citadas anteriormente, são reguladas pela CVM, que emite leis e diretrizes para esses investimentos e também para os participantes desses mercados, como por exemplo, os emissores das dívidas, bancos, corretoras, gestores de recursos e etc.

No caso específico das dívidas bancárias, o Banco Central e o FGC são órgãos que também cumprem papéis importantes. O Banco Central monitora e determina regras para o endividamento dos bancos enquanto o FGC serve como garantidor de diversos investimentos em dívida bancária, de acordo com as suas regras.

Conclusão

O mercado de crédito é um mercado enorme, bastante amplo e diverso. Apesar de alguns dos seus produtos serem complexos, ele oferece uma alternativa de menor risco para investir se comparado a outros ativos financeiros.

Ao canalizar os recursos de investidores poupadores para outros agentes econômicos que necessitam utilizar recursos, ele aumenta também a eficiência da economia como um todo. Ele serve como um “termômetro” da saúde financeira de uma economia e possui uma estrutura e órgãos reguladores fortes para que haja segurança para os investidores.

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