O que são Derivativos Financeiros?

  • 24/08/2018
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Derivativos Financeiros são uma categoria de ativos financeiros no qual o seu valor depende ou é derivado de um outro ativo ou grupo de ativos, como ações, títulos, commodities, moedas, taxas de juros e índices de mercado.

O derivativo em si é um contrato entre duas partes e este contrato e o seu preço vai depender do comportamento no ativo no qual ele se baseia. Os derivativos possuem diversas utilidades, entre elas a proteção contra algum risco de mercado específico, a sintetização do comportamento de um ativo (dando assim mais liquidez para operações com ele), a alavancagem de posições, entre outras.

Origem dos derivativos financeiros

Apesar de não serem chamados dessa forma na época, os derivativos têm origem anterior aos mercados financeiros como conhecemos hoje.

Inicialmente eles eram contratos estabelecidos entre produtores e comerciantes de produtos agrícolas. Um dos exemplos mais antigos documentados é o relato de Aristóteles, na sua obra “A Política”, onde ele relata que o filósofo Tales previu uma grande safra de azeitonas com um ano de antecedência.

Dessa forma, alugou por baixo custo todas as prensas de azeite da região. Com a chegada da safra prevista, os produtores foram obrigados a alugar de Tales as prensas a um custo bem mais alto.

Outro exemplo muito antigo do mercado de derivativos acontecia na Bolsa de Arroz de Dōjima. Ela foi estabelecida em Osaka, no Japão, em 1697 e era um mercado privado aonde eram realizadas negociações do mercado de arroz japonês.

Esse mercado tinha grande importância histórica e desde essa época já existiam evidências de contratos de futuros nos moldes dos produtos financeiros usados atualmente.

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Principais derivativos financeiros

Mercado a Termo

O Mercado a Termo, ou simplesmente Termo, é um dos derivativos mais básicos e simples de entender. Nele duas partes acordam a compra e venda de um determinado ativo em uma determinada data a um determinado preço. O termo é liquidado integralmente na data pré-determinada.

Imagine, por exemplo, que João tem 100 ações da Petrobrás, que na data custam R$20,00 cada, e estabelece um termo com Miguel no qual se compromete a vender esse lote daqui a um ano a R$25,00 cada. Ao realizar a operação, Miguel terá que fazer o depósito de uma margem, que costuma ficar entre 20% e 30% do valor da operação.

O depósito de apenas parte do valor acordado permite que Miguel faça uma alavancagem da posição, tendo posições em um valor maior do que se ele comprasse no mercado à vista, já que o desembolso financeiro efetivo é de apenas uma parte da posição.

O desembolso financeiro de toda a operação ocorre apenas no vencimento. O valor do termo geralmente consiste no valor atual da ação remunerado pela Selic até a data do termo. Além do valor da margem, Miguel ainda terá outros custos como a taxa de corretagem, taxa da bolsa e taxa de registro, semelhantes às que são cobradas em uma operação normal.

Caso a ação no vencimento esteja em um valor maior do que o termo, Miguel terá um rendimento expressivo. Caso esteja abaixo, o seu rendimento será negativo.

Mercado Futuro

O Mercado Futuro, ou simplesmente “Futuro”, tem um comportamento semelhante ao termo.

Nele as duas partes também acordam a compra e venda de um determinado ativo em uma determinada data a um determinado preço, no entanto o contrato vai sofrendo ajustes diários de acordo com o comportamento do ativo.

Imagine que João e Miguel do exemplo anterior estabeleceram um contrato com as mesmas características, no entanto ao invés de um termo foi estabelecido um futuro. Caso em 2 meses a ação da Petrobrás estivesse a R$26,00, João teria que depositar a diferença entre o preço acordado e o preço de mercado para Miguel.

Se depois de outros 2 meses o preço tivesse caído para R$23,00, Miguel teria que pagar a diferença para João e assim por diante. O futuro vai tendo reajustes diários até que chegue a data de liquidação determinada.

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Opções

As opções são um pouco diferentes dos exemplos anteriores porque elas estabelecem o direito de realizar uma operação por quem a compra (tomador) e uma obrigação de quem a vende (lançador).

A opção pode ser tanto de compra quanto de venda, e quem comprar a opção é que vai determinar se quer ou não exercê-la. Existem ainda dois tipos de opções, a do tipo americano e a do tipo europeu. Nas opções do tipo americano você pode exercer a opção a qualquer momento até o prazo de vencimento.

Já nas opções do tipo europeu a opção pode ser exercida somente no prazo de vencimento. As opções de compra são chamadas de “Calls” e as opções de venda são chamadas de “Puts”. Devido às suas características, as opções são ativos de baixo custo e de grande volatilidade, podendo ser usadas tanto por alguém que possui uma determinada posição na sua carteira ou a ‘descoberto’.

Para quem já tem a posição ela cumpre uma função de proteção. Já pra quem opera a descoberto, tem um caráter especulativo.

Swaps

O swap é a negociação da troca do fluxo de pagamentos entre dois ativos específicos em um prazo pré-definido. Imagine que a empresa ABC é exportadora, recebendo em dólares, e tem um contrato de locação reajustado pelo IPCA. Já a empresa XYZ vende produtos no mercado local, que são ajustados pelo IPCA, e contraiu uma dívida com um banco internacional que deve ser paga em dólares.

Essas duas empresas poderiam realizar um contrato de swap de dólar com IPCA, trocando os fluxos de pagamentos das suas obrigações e anulando assim o risco cambial de uma e o risco de inflação da outra.

Saiba mais: O que é mercado primário e secundário?

Utilidade dos derivativos financeiros

Como vocês podem perceber, os derivativos são bastante versáteis e tem várias utilidades dependendo da necessidade de cada agente econômico. Algumas das principais utilidades dos derivativos são:

Proteção

Muitos derivativos são utilizados para a proteção do fluxo de pagamentos ou recebimentos de uma determinada empresa, anulando assim a exposição da empresa a algum risco do mercado financeiro.

Caso uma empresa tenha dívidas em dólares, pode utilizar-se de um swap, anulando assim o risco de uma alta do dólar.

Um produtor de soja pode também comprar uma opção de venda de soja a um valor específico, tirando o risco do preço da soja estar muito baixo quando for a hora de vende-la.

Arbitragem

Derivativos podem ser usados para realizar a arbitragem dos preços de um determinado ativo em diferentes mercados. Caso haja uma diferença entre os preços das ações da Petrobrás negociadas no Brasil e nos Estados Unidos, podem ser comprados alguns derivativos para travar o risco cambial e estabelecer a compra em um mercado e a venda em outro, obtendo um ganho com risco menor que no caso de uma alavancagem.

Alavancagem e Especulação

Os derivativos podem ser usados também para fazer alavancagem e especulação. Digamos que você ache que uma ação vai aumentar muito em um ano. É mais barato comprar opções de compra futura dessa ação do que a ação em si.

No exemplo da Teresa, a compra de uma ação da Petrobrás seria R$20,00, enquanto a compra de uma opção custa apenas R$1,00. Dessa forma você pode alavancar as suas posições, potencializando assim os seus ganhos ou perdas.

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