Pandemia no Brasil: o que mudou depois de um ano?

  • 23/03/2021
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Completamos um ano de pandemia no Brasil e neste período, pudemos perceber algumas mudanças de comportamento e de hábitos das pessoas, que tiveram que se adequar à nova realidade e repensar atitudes.

Talvez o ano que passou tenha sido um dos mais desafiadores que já enfrentamos. Por isso, reunimos neste artigo algumas mudanças que aconteceram neste primeiro ano de pandemia no Brasil.

Principais mudanças nos hábitos financeiros durante a Pandemia no Brasil

A primeira atitude da maioria das pessoas com o início da pandemia no Brasil foi reduzir o orçamento doméstico e também mudar os hábitos de consumo. Quem gastava bastante com lazer e restaurantes aos finais de semana, começou a fazer compras nos supermercados e deliverys. Serviços que antes eram contratados – como salão de beleza, faxina e afins – passaram a ser realizados pelas próprias pessoas.

Orçamento

O orçamento que antes era reservado para viagens, acabou indo para outros objetivos, como trocar de carro e reformar a casa. Com isso, as pessoas começaram a investir mais em bens do que em serviços.

Reserva de emergência

Outra percepção que a pandemia no Brasil nos trouxe foi o aumento da preocupação com a reserva de emergência. As pessoas perceberam que uma reserva de emergência bem elaborada traz tranquilidade em momentos de crise. Para quem ainda não tinha, a reserva se tornou prioridade.

Planejamento

As pessoas começaram a se planejar e tomar atitudes pautadas mais na racionalidade do que no emocional. Questionamentos como “eu realmente preciso disso?” ficaram mais recorrentes antes de comprar qualquer coisa durante a pandemia.

Saiba mais: Como a razão e a emoção influenciam na tomada de decisões

Como as pessoas agiram em relação ao dinheiro?

Com o início da pandemia no Brasil, percebemos que a primeira reação das pessoas foi diminuir os gastos e montar uma reserva de emergência, afinal, a situação era complicada e o futuro incerto. O receio inicial era de ter a renda impactada e perder o emprego.

Nos meses iniciais, as pessoas diminuíram muito os gastos com lazer – também devido às medidas restritivas – mas com o passar do tempo, esses gastos foram voltando para o orçamento das famílias e vimos também o aumento de gastos pela sensação de “eu mereço”.

Investimentos

Nos investimentos, as primeiras sensações foram medo e incerteza, mas logo a reação inicial refletiu em mudança de hábitos, pois as pessoas começaram a procurar por ativos mais diversificados e estão tomando mais riscos.

Comportamento do mercado com a pandemia no Brasil

No início da pandemia no Brasil, o mercado se mostrou bastante sensível por causa da imprevisibilidade dos fatos e do cenário pandêmico inédito. Isso causou muita volatilidade e aversão ao risco.

O mercado teve grandes quedas no início da pandemia, recuperando posições ao longo de 2020. As incertezas quanto à capacidade de recuperação da economia mundial persistem até hoje, principalmente no Brasil.

Qualquer mudança de cenário faz com que o mercado movimente suas posições entre classes de ativos diferentes e provoque bastante volatilidade.

Aqui no Brasil, o cenário de juros baixos acabou com o tripé estabilidade, rentabilidade e liquidez nos investimentos. Até mesmo os investimentos mais estáveis tiveram momentos de variação negativa.

Dessa forma, os investidores brasileiros começaram a conviver com a volatilidade e aumentar a exposição ao risco na carteira de investimentos

Estímulos fiscais

Os estímulos fiscais no início da pandemia continuam, mas as medidas compensatórias são incertas até o momento, levando o mercado a ter ainda mais incerteza quanto ao futuro fiscal do país. Além disso, o descontrole da pandemia e o ritmo lento de vacinação devem impactar negativamente o PIB (Produto Interno Bruto) para o 2º trimestre de 2021, tanto que o mercado já atualizou suas projeções de crescimento para baixo.

Inflação

As pressões inflacionárias em torno de insumos para a atividade produtiva sustentam a taxa em alta do IPA (Índice de Preços por Atacado). Além disso, grandes commodities agrícolas e industriais seguem registrando aumento e impulsionando a inflação ao produtor.

O ajuste dos preços no combustível levou ao aumento de 10% na gasolina e 15% no Diesel, piorando as previsões dos economistas com inflação acima da meta final deste ano.

As commodities seguem com valorização persistente e devem voltar a registrar aumento no primeiro trimestre de 2021, o que pode impulsionar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Continuamos no mesmo barco

Se no início o mercado se perguntava em qual trade-off – economia ou vida – o governo iria focar seus esforços, ficou claro nesses últimos tempos que não houve escolha, o Brasil caminha para cerca de três mil mortes por dia e com uma economia fragilizada.

Conclusão

Após um ano de pandemia no Brasil, pudemos perceber algumas mudanças das pessoas em relação aos hábitos de consumo e com os orçamentos. Os objetivos foram se adequando à nova realidade e as pessoas passaram a gastar mais com bens do que com serviços.

A pandemia também trouxe a preocupação com a reserva de emergência e as mudanças de cenário causaram bastante volatilidade. No Brasil, o cenário de juros baixos acabou com o tripé estabilidade, rentabilidade e liquidez nos investimentos, fazendo com que os investidores aumentassem a exposição ao risco na carteira de investimentos.

O mercado ficou mais sensível a tudo. Seja pelo medo – no início – até as movimentações mais contundentes depois que o mercado foi inundado com dinheiro dos bancos centrais para estimular a economia. As incertezas quanto à capacidade de recuperação da economia persistem até hoje, principalmente no Brasil.

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