Investir em Previdência Privada vale a pena?

  • 26/11/2015
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Todos já nos confrontamos, em algum momento, com a possibilidade de investir em previdência privada, seja por sugestão do gerente de banco ou por estarmos preocupados com a aposentadoria. Inicialmente pode parecer um investimento interessante – a sedução ao visualizar os retornos projetados e as reduções de imposto convence facilmente os mais desavisados. Mas quando se pesa prós e contras desse tipo de aplicação, a conclusão é que a maioria das pessoas está perdendo dinheiro.

Então, investir em Previdência Privada vale a pena ou não?

A aplicação em Previdência Privada pode fornecer ao investidor complementação de renda na aposentadoria ou então o resgate (no futuro) de todo o valor poupado. Na hora da venda, vários argumentos são utilizados para elencar as vantagens da previdência e um dos principais são os benefícios tributários. Vamos nos ater aqui à rentabilidade desse tipo de aplicação, comparando com outras opções. Mas a tributação é um tema relevante e, para quem quiser ir mais a fundo, no final da página há links de outros artigos da Par Mais sobre o assunto.

Nos fundos de Previdência se pode optar por dois tipos de tabela de tributação: regressiva ou progressiva. Quem opta pela tabela regressiva, terá vantagem tributária se o valor investido permanecer aplicado por mais que 10 anos – pois o I.R. sobre a rentabilidade cai 5% a cada 2 anos de permanência dos recursos na aplicação, iniciando em 35% até chegar aos 10% em 10 anos.

Em qualquer outra aplicação de renda fixa não isenta, a partir de 2 anos da aplicação a alíquota fica em 15% permanecendo assim para qualquer prazo maior. Já os optantes pela tributação progressiva, têm seus investimentos tributados de acordo com a tabela de Imposto de renda – que vai de 0% a 27,5%. Sendo assim, esta é uma opção para quem pensa em sair em um prazo mais curto, por exemplo 3 anos, ou quer transformar a poupança acumulada em renda e esta renda fique em uma alíquota de IR baixa.

Para saber se investir em Previdência Privada vale a pena, é bom esclarecer outra diferença crucial na definição do plano de previdência e que costuma confundir os mais desavisados: a definição sobre PGBL ou VGBL.

A grande diferença está no tratamento tributário: enquanto no VGBL o imposto de renda incorre somente sobre os rendimentos (como ocorre na maioria dos investimentos) no PGBL o imposto se aplica sobre o valor total aplicado. Em contrapartida, para os que utilizam o modelo completo de declaração de imposto de renda, as aplicações em PGBL podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual, gerando menos imposto a pagar.

Mas o terceiro ponto, imprescindível para quem pretende entrar em um fundo previdenciário, e saber se investir em Previdência Privada vale a pena, é sobre a gestão do fundo e consequentemente a sua rentabilidade. Em última instância, mesmo com os benefícios de tributação incidentes, se a rentabilidade do fundo não for atrativa não compensará o investimento. E na prática, é justamente isso que ocorre com a maioria dos fundos de Previdência Privada.

Um fundo de Previdência tem custos um pouco maiores do que fundos com características e estratégias semelhantes teriam. Com isso, Fundos Previdenciários tendem a ter taxas de administração maiores, o que por consequência vai reduzir a rentabilidade alcançada pelo investimento (a rentabilidade informada pelo fundo já vem descontada a taxa de administração).

No médio e longo prazo, essa menor rentabilidade se acumula compensando negativamente os benefícios tributários. Essa diferença fica ainda pior para os fundos geridos por grandes bancos.

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Em levantamento feito até setembro de 2015 pela consultoria NetQuant, fundos geridos por gestoras independentes tiveram uma performance 30% melhor do que a rentabilidade obtida por grandes bancos. Em 60 meses, a diferença de rentabilidade foi de aproximadamente 10%, ou seja, quem tinha R$500.000 aplicados em previdência de grandes bancos, em média, deixou de ganhar R$50.000.

O fato mais curioso disso, é que a imensa maioria dos investimentos em previdência estão nas mãos de grandes bancos. Até meados de 2015, 97,5% de tudo que era investido em previdência privada (algo em torno de R$ 425 bi) estava concentrado nessas instituições, ou seja, os investidores de uma maneira geral deixaram de ganhar bilhões de reais (e você talvez tenha sido um desses).

Outro ponto é quanto a realocação de investimentos. Em investimentos não previdenciários, basta solicitar o resgate do fundo e reaplicar em outra estratégia, seja ela inflação, câmbio, multimercado ou outra qualquer. Já para quem tem previdência, realizar a portabilidade para outro fundo previdenciário é um processo relativamente oneroso e demorado (ao menos 30 dias) e solicitar o resgate geraria uma tributação excessiva. Lembrando que investimentos são tributados no seu resgate enquanto a portabilidade da previdência não gera tributação, mesmo assim, a mobilidade e agilidade, além da quantidade de opções disponíveis, tornam os investimentos comuns mais atrativos que a previdência.

Confira a diferença de rentabilidade dos fundos.

Para ilustrar essa diferença entre fundos previdenciários e fundos não previdenciários, separamos os principais fundos previdenciários de grandes bancos, que juntos, somam quase R$75 bilhões e comparamos com dois fundos de gestoras independentes não previdenciários a bastante tempo no mercado. Todos são fundos do tipo Renda Fixa, e possuem ativos semelhantes quanto ao risco.

PREVIDENCIÁRIOS RETORNO 5 ANOS TAXA DE ADM
Bradesco Private FICFI RF Pgbl/Vgbl Ativo 57,51 0,80
Brasilprev Rt Fix II FICFI RF 54,34 1,50
FICFI Previdenciário Caixa RF 300 42,64 3,00
NÃO PREVIDENCIÁRIOS RETORNO 5 ANOS TAXA DE ADM
Votorantim Institucional 66,90 0,20
Capitânia Top Créd Priv FICFI RF 66,61 0,32

Portanto, além de calcular quais as características do plano de previdência que melhor se enquadram ao seu perfil, progressivo ou regressivo, VGBL ou PGBL, a rentabilidade histórica do fundo (mesmo que rentabilidade histórica não seja garantia de rentabilidade futura), há de se estimar se é realmente vantajoso aplicar em previdência ou em aplicações comuns.

A vantagem para fundos, principalmente de renda variável como multimercados e ações, é discrepante entre gestores independentes e grandes bancos, principalmente pois as principais casas de gestão independente tem no seu quadro pessoas que já passaram por bancos grandes e instituições como o Banco Central, e resolveram criar suas próprias casas para gestão de recursos.

Por falta de tempo ou conhecimento, é comum ver pessoas deixando de ganhar mais dinheiro por conta de aplicações mal dimensionadas com o perfil do investidor. Para quem tem tempo, e quer se informar melhor, diversas fontes tem informações disponíveis, como o próprio site da Susep – Superintendência de Seguros Privados. Como esse tipo de investimento, geralmente fica aplicado por longos anos, uma menor rentabilidade durante um período longo pode ter um impacto bastante negativo.

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