Aqui na Par Mais temos como missão informar sobre as alternativas de investimentos disponíveis no mercado para que todos possam livremente escolher. Também alertamos sobre a postura dos bancos que muitas vezes tentam empurrar aos seus clientes investimentos caros e desalinhados, não levando em consideração as particularidades do cliente. Esses produtos são mais vantajosos ao próprio banco do que ao investidor.
A dúvida que fica é, como os brasileiros ainda caem nas armadilhas dos bancos? Como os bancos conseguem vender esses produtos e porque os clientes recorrem a eles?
O brasileiro se acostumou a tratar de dinheiro com os bancos. É no banco que se recebe o salário e se paga as contas. Além disso, até bem pouco tempo os bancos mantinham atendimentos personalizados com gerentes que, muitas vezes, se tornavam amigos e sempre aconselhavam na hora de investir. Os bancos se aproveitaram disso e viraram verdadeiras lojas de produtos financeiros vendendo seguros, capitalizações e previdência. Como as pessoas não costumam comparar esse tipo de produto e confiam no banco, acabam pagando as altas taxas cobradas ou adquirindo produtos que não são adequados ao seu perfil.
Uma das principais razões para isso é o medo do mercado financeiro. Justamente por não terem familiaridade com o mercado nem tempo para acompanhá-lo, a maioria das pessoas acha que mercado financeiro é sinônimo de risco e banco sinônimo de segurança – o que de fato não é verdade. Todo mundo sabe que a poupança tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que protege os investidores caso o banco quebre, no entanto existem outros produtos, como por exemplo os CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) que são emitidos pelos mesmos bancos e muitas vezes tem rentabilidades melhores. E mais, CDBs, LCIs e LCAs de bancos menores têm rendimentos muito melhores e possuem a mesma cobertura que os dos grandes bancos.
Cada pessoa tem a sua área de especialidade e sabe como é complicado conversar sobre um assunto que não tem domínio. É como quando se conversa com um médico sobre uma determinada doença ou com um advogado sobre leis. O mesmo acontece com o gerente do banco, já que ele tem a vivência no assunto é difícil conversar em pé de igualdade com ele. Isso somado ao desalinhamento de interesse: o seu interesse é o melhor rendimento com o menor risco, o dele é obter a melhor comissão possível na venda do produto que dê mais lucro ao banco) pode levar a uma decisão equivocada na hora de investir. Para quem vai mexer no dinheiro em menos de 6 meses, por exemplo, um fundo de investimento em Renda Fixa com mais de 0,70% ao mês de taxa de administração já não faria sentido, pois com a queda na taxa Selic para o patamar de 7,25% ao ano e somado o Imposto de Renda a ser pago, esse fundo renderia menos que a caderneta de poupança, que é isenta.
Outra questão que atrapalha é a má avaliação dos riscos e o custo de oportunidade. Muitos fundos de investimento em Renda Fixa têm sua rentabilidade atrelada ao CDI. Eles levam essa classificação no próprio nome, no qual deve conter “Referenciado DI”. O Bradesco Hiperfundo é um fundo desse tipo, do qual já falamos nesse vídeo. No ano até o final do mês de agosto ele rendeu 4,62% e os cotistas do fundo concorrem a sorteios de carros como o Jeep Renegade e Ford Focus. Apesar disso, esse é um dos fundos com a maior taxa de administração do mercado, cobrando 3,9% ao ano de taxas. Isso faz com que ele renda muito menos que outros fundos que possui o mesmo risco, mas com taxas de administração menor. Para efeito de comparação, caso você deixasse R$ 50.000,00 em um fundo que rendesse 100% do CDI você teria, só em 2017, cerca de R$1.370,00 a mais do que se deixasse no Hiperfundo. O sorteio é um atrativo, mas como esse fundo tem um patrimônio enorme, você terá que concorrer com os outros 304.000 cotistas.
A conclusão disso tudo é que a primeira opção que o seu gerente de banco fornecer pode não ser a melhor opção, portanto é importante ficar atento aos detalhes e letras miúdas, ou ter um especialista e investimentos que te ajude a escapar das armadilhas.
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