Conheça as opções de investimentos seguros no Brasil

  • 19/12/2017
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opções de investimentos seguros no Brasil

Quando falamos de investimento, por mais arrojado que o investidor seja, segurança é algo que ele sempre busca. Isso faz todo o sentido porque, por mais que o investidor corra riscos calculados, ele não tem a intenção de perder dinheiro e, quanto mais segurança ele tem nos seus investimentos, menores são os riscos que ele efetivamente corre.

Para quem está começando a entrar no mundo dos investimentos, segurança também é algo essencial, mas é necessário avaliar a rentabilidade que o investimento oferece. Nesse artigo vamos descrever as opções de investimentos seguros no Brasil e o mapa da preferência nacional em investimentos seguros.

Risco de mercado e Risco de crédito

Inicialmente, precisamos entender a diferença entre risco de mercado e risco de crédito, pois os dois tem características bastante diferentes.

O risco de mercado é o risco do preço de um ativo flutuar no tempo. É, por exemplo, o risco do seu ativo estar valendo menos do que você esperava quando pretendia vender. Isso não quer dizer que você não vai ser pago, mas sim que será pago menos por ele porque ele desvalorizou.

Já o Risco de crédito é o risco de você não receber o dinheiro que foi investido em determinada aplicação. Isso não seria uma flutuação no preço do ativo, mas sim um calote no pagamento dele por parte do devedor.

Títulos públicos x Títulos privados

Um título público, no caso dos pré-fixados, pode ter um risco de mercado alto caso seja vendido antes do prazo, fazendo com que o seu preço flutue e afete os seus rendimentos. Porém o governo provavelmente não daria um calote na sua dívida, portanto o seu risco de crédito é baixo.

Já um título privado muitas vezes tem pouquíssima negociação, o que afeta pouco os preços e faz com que ele tenha um baixo risco de mercado. Apesar disso, dependendo da capacidade de pagamentos da empresa é possível que ela não cumpra o pagamento do título conforme acordado, logo esses títulos têm mais risco de crédito que os títulos públicos.

Por mais que seja menos frequente, o risco de crédito é muito mais prejudicial ao investidor que o risco de mercado e isso explica porque os títulos privados têm rendimentos maiores que os títulos públicos.

Sendo assim, vamos falar sobre alguns investimentos que tem grandes garantias e são considerados de baixo risco e, portanto, seguros para os investidores.

Títulos públicos

Na teoria econômica consideram-se os títulos públicos como ativos “livres de risco”. Não é que eles não tenham riscos embutidos pois como já foi descrito no parágrafo acima, vários deles tem um risco de mercado relativamente alto e na prática não existe investimento 100% seguro e sem risco.

Existem várias justificativas para isso, como a capacidade do governo de aumentar impostos, emitir moeda, fazer políticas econômicas e se endividar junto a órgãos internacionais, estratégias que não são acessíveis por uma empresa.

Mas a principal razão, para o baixo risco dos títulos públicos, é o fato que, caso o governo não pague os seus títulos, o sistema financeiro nacional seria afetado como um todo, enquanto se uma empresa não pagar o que deve, não afetaria o sistema financeiro de forma a colocá-lo em risco.

Caso você queira comprar um título público, mas não queira incorrer no risco de mercado, isso é possível através do Tesouro Selic. Esse é um título que não sofre rentabilidade negativas, sendo corrigido diariamente pela Taxa Selic. Sendo assim, é um dos títulos com o menor risco de mercado e de crédito possíveis no mercado.

Créditos garantidos pelo FGC

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um fundo que foi criado para dar estabilidade ao sistema financeiro nacional e mais segurança para os pequenos investidores. Isso se traduz em uma garantia extra, por parte desse fundo, no valor de até R$250.000,00 por instituição e por pessoa (seja ela física ou jurídica), para os títulos e créditos que o FGC garante.

Digamos por exemplo que, por azar, você tinha duas contas bancárias no valor de R$200.000,00 cada uma, em dois bancos que pediram falência e fecharam as portas. Contas bancárias são créditos garantidos pelo FGC, portanto nesse caso você estaria seguro e receberia todo o seu dinheiro de volta.

Vamos descrever alguns dos créditos mais conhecidos que possuem garantia do FGC.

Poupança

A poupança, por mais que tenha uma rentabilidade baixíssima, é um investimento bastante seguro porque conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso significa que os depósitos em poupança que fazem parte de qualquer instituição do sistema financeiro nacional estão assegurados pelo FGC até o limite estabelecido.

LCIs e LCAs

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) também são créditos garantidos pelo FGC. Assim como a poupança elas possuem o benefício fiscal de isenção de imposto de renda e possuem rendimento superior ao da poupança, sendo uma boa alternativa já que contam com a mesma garantia pelo FGC.

CDBs e RDBs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Recibos de Depósito Bancário (RDBs) também são investimentos que possuem garantia pelo FGC. São amplamente oferecidos pelo bancos e apesar dos CDBs não possuírem o benefício de isenção do imposto de renda, como veremos no final do artigo, depois da poupança é o preferido dos brasileiros.

LCs, LIs e LHs

As Letras de Câmbio (LC), Letras Imobiliárias (LI) e Letras Hipotecárias (LH) também são títulos garantidos pelo FGC. Esses não são produtos muito comuns pois não são tão ofertados por bancos, mas ainda assim possuem garantia por parte do FGC.

Mapa dos investimentos brasileiros garantidos pelo FGC

Veja que toda essa sopa de letrinhas que compõe o sistema financeiro nacional, com exceção dos títulos públicos, possuem a mesma garantia que a poupança. Para avaliarmos como o brasileiro investe, analisamos o último relatório da Anbima, (setembro de 2017) com os dados das aplicações das pessoas físicas no Brasil.

relatorio anbima

Fica muito claro que apesar dos investidores terem acesso a aplicações de baixo risco e boa rentabilidade, a gigantesca maioria dos recursos segue aplicada na poupança, que é a alternativa menos rentável.

Os brasileiros investem 5,7 vezes mais em CDBs que em títulos públicos!

Constatamos também que pouquíssimos recursos estão aplicados em Títulos Públicos, que tem um risco menor e, na maioria das vezes rentabilidade maior que os títulos bancários.

Fica comprovada assim, a grande influência dos bancos na indicação dos investimentos dos seus correntistas (aqui nem levamos em conta as aplicações em fundos de investimentos geridos pelos bancos, pois não são garantidos pelo FGC).

Podemos afirmar que a falta de conhecimento, interesse e mesmo análise por parte do investidor, afeta drasticamente a rentabilidade dos investimentos dos brasileiros e, na mesma proporção, enriquece os acionistas do sistema bancário.

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