Investimentos: além da poupança

  • 09/12/2014
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Alexandre Amorim, CGA, diretor da ParMais, contribui com dicas de como ir além da caderneta no Folha de São Paulo 

Investimentos: além da poupança

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Segura, simples de entender e isenta de Imposto de Renda, a caderneta de poupança é o destino dos recursos de muitos brasileiros. Em novembro, segundo dados do BC (Banco Central), foram depositados R$ 139,3 bilhões na caderneta, contra R$ 136,7 bilhões de saques, o que significa um saldo positivo de R$ 2,6 bilhões.

Mas, embora popular, a aplicação mal tem conseguido repor a perda inflacionária (veja texto ao lado). O investidor, contudo, dispõe de alternativas mais rentáveis dentro da renda fixa tão seguras quanto a poupança.

Uma delas são os fundos de renda fixa e DI, modalidades que representam 42% do patrimônio líquido total de fundos do país.

Outras opções são LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio), debêntures –títulos emitidos por empresas para buscar recursos para projetos–, CDBs e títulos do Tesouro.

Um investidor que aplicar R$ 500 por mês em um fundo DI por dois anos resgatará, ao final, R$ 13.093,37. Na poupança, o valor seria de R$ 12.909,95 –ou seja, ele deixaria de ganhar R$ 183,42.

Os fundos de renda fixa investem pelo menos 80% de sua carteira em títulos públicos federais. Eles são tidos como seguros porque o risco de calote por parte do governo federal é considerado baixo pelo mercado.

Já os DI devem compor seu portfólio com ao menos 95% de títulos ou operações que acompanhem as variações do CDI (taxa de empréstimo interfinanceiro) ou da Selic (taxa básica da economia), pós-fixadas. Eles têm rendimento maior em um ciclo de aperto monetário como o atual.

Há fundos também que têm em sua carteira crédito privado, como debêntures.

“Esses fundos costumam ter retorno maior por terem crédito privado, que precisa oferecer rentabilidade maior que títulos públicos para atrair investidores”, afirma o planejador financeiro Alexandre Amorim. No entanto, ao comprar cota de um fundo desses, o investidor deve analisar a carteira e lembrar que está sujeito ao risco de que a companhia não honre o pagamento do título.

CUSTOS

O investidor que escolher um fundo de investimento deve ficar atento aos custos. Ao contrário da poupança, isenta, fundos têm incidência de IR, com alíquota regressiva que começa em 22,5% para quem fica menos de 180 dias na aplicação e cai gradativamente até 15% se o prazo for superior a 720 dias.

Além disso, costumam cobrar taxas, sendo a de administração, que remunera o gestor, a mais comum. E, conforme o valor, ela pode tirar a atratividade da aplicação.

“Há fundos que cobram taxa de administração de 1,5% e empatam com a poupança. Se o fundo tiver taxa de administração menor que 1,5%, já se torna vantajoso”, afirma Michael Viriato, professor de finanças do Insper, instituto de ensino e pesquisa.Uma forma de reduzir os custos é acumular recursos na poupança para atingir um montante maior, diz Amorim. “Quando você tem mais para aplicar tem acesso a fundos mais competitivos”, destaca.

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