Anualmente, a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com a Datafolha, realiza uma pesquisa para conhecer os hábitos de poupança e de investimento da população brasileira. Essa é uma pesquisa bastante abrangente que analisa como o brasileiro lida com o dinheiro e o seu conhecimento sobre finanças e investimentos, buscando fazer um “Raio X do Investidor Brasileiro”.
A pesquisa foi realizada em novembro de 2019 e divulgada em julho de 2020 com 3.433 pessoas de 149 municípios, com 16 anos ou mais, das classes A, B e C, economicamente ativas (renda ou aposentadoria). Esse recorte equivale a 96,3 milhões de habitantes do Brasil, correspondente a 58% da população geral de 16 anos ou mais.
O objetivo da pesquisa é entender como as pessoas economizam dinheiro, investem e planejam a aposentadoria. Além disso, acompanha a evolução dos indicadores para entender se há correlação com o cenário econômico e político, como a redução das taxas de juros e a reforma da previdência. Em resumo, a pesquisa permite acompanhar o comportamento dos investidores e dos não investidores.
Este é um tema bastante relevante para o momento atual, visto que estamos passando por uma crise sanitária e financeira de proporções globais. É bem provável que a crise deixará o mundo e os brasileiros mais pobres, por isso, assuntos sobre poupança e investimentos se tornam tão importantes.
Com a análise do comportamento financeiro dos brasileiros em 2019, será possível entender por que os impactos da crise causada pela Covid-19 serão mais sérios para uns do que para outros.
Em 2019, 62% da população brasileira não economizou um centavo, uma situação que deixa essas pessoas especialmente vulneráveis em tempos de crise como a atual, em que a falta de reserva financeira é, muitas vezes, combinada com a redução de renda ou de faturamento (no caso de empreendedores), ou até com a perda total de receita.
Os resultados de 2019 estão divididos da seguinte maneira:
Quem economizou em 2019?
38% dos brasileiros conseguiram economizar algum valor em 2019.
O perfil de quem conseguiu economizar é predominantemente masculino (59%), jovem (48% têm entre 16 e 34 anos) e pertencente à classe C (54%).
Já entre os que não conseguiram economizar, o perfil é mais homogêneo: 50,5% são homens e 49,5%, mulheres. No total dos que não economizaram em 2019, 25% têm entre 45 e 59 anos e 22% entre 35 e 44 anos.
Entre os que conseguiram economizar em 2019*:
*Base: entrevistados que conseguiram economizar dinheiro em 2019 (1.309 pessoas), 2018 (1.181 pessoas) e 2017 (1.119 pessoas)
Entre os 38% dos brasileiros que economizaram em 2019, a maior parte (42% desse universo) aplicou o dinheiro em produtos financeiros, por exemplo, renda fixa, títulos públicos, poupança ou mercado de ações. Esse percentual está em linha com os patamares de 2017 e indica uma queda de seis pontos percentuais em relação a 2018 (48%).
Em segundo e em terceiro lugar, com apenas 8% e 7% aparecem a aquisição de bens móveis (como carros e motos) e imóveis (casas, lotes, terrenos), em percentuais praticamente estáveis em relação à pesquisa anterior.
Vale destacar que grande parte dos brasileiros (66%) que aplicaram seu dinheiro em produtos financeiros em 2019 incrementaram uma aplicação financeira que já possuíam em anos anteriores.
A poupança manteve a liderança como principal destino dos investimentos, mas vem perdendo participação: 84,2% dos investidores deixaram os recursos na caderneta em 2019, uma queda de mais de quatro pontos em relação aos 88% do ano anterior. Assim como ocorreu na última pesquisa, a segunda posição também se manteve com os fundos de investimento, na preferência de 6% dos investidores. Os demais produtos, como títulos privados (5%), planos de previdência (5%), títulos públicos (4%), moedas digitais (3%), aparecem logo em seguida.
O investidor brasileiro se mostra cada vez mais confiante com a ideia de que as aplicações financeiras o ajudarão a conquistar seus objetivos. No total, 38% pensaram dessa forma em 2019, ante 35% em 2018.
Quando perguntados sobre as vantagens de investir, as três principais respostas dos investidores foram:
A segurança financeira e o retorno financeiro aparecem como as duas principais vantagens de investir em produtos financeiros:
Ao mesmo tempo que o retorno é uma das maiores vantagens vistas pelos investidores, ele é considerado desvantagem também. As três principais respostas para essa pergunta foram:
Neste aspecto, o investidor apontou a segurança financeira como o que mais leva em conta antes de fazer uma aplicação:
São aqueles que usam somente canais digitais.
São aqueles que investem somente pelo telefone ou presencialmente.
A pesquisa Raio X do investidor Brasileiro é realizada há três anos em parceria com o Datafolha. O objetivo principal do estudo é aprofundar o conhecimento sobre o comportamento e a motivação dos brasileiros quando os temas são a gestão do dinheiro, a poupança de recursos e os investimentos financeiros.
O estudo traça o perfil do investidor, identifica quais os produtos financeiros que ele mais utiliza, os principais destinos de suas aplicações e perspectiva de situação financeira para a aposentadoria, entre outras informações. Em 2019, a pesquisa apontou que os investidores brasileiros são, a maioria, do gênero masculino (53%) e tem em média 43 anos. São casados (51%), pertencente à classe C e têm renda familiar média mensal de R$ 5,6 mil.
Os dados completos do estudo e o relatório da pesquisa estão disponíveis na página especial do Raio X do Investidor Brasileiro – 3º edição, no site da Anbima.
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