Série Estratégias de investimento – Ações

  • 03/05/2018
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Continuando a série ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO, falaremos sobre os fundos de investimento em ações.

Esse é um tipo de ativo que compõe a mais diversa gama de portfólios de investimento. Assim sendo é importante entender o que são as ações, quais as vantagens e desvantagens de investir nelas e como elas podem agregar valor à sua carteira individual.

Descrição

Uma ação nada mais é do que uma parcela do capital social de uma empresa. Isso vale para qualquer empresa mas, ao tratar de investimentos, quando falamos de ações geralmente estamos falando de empresas de capital aberto, que negociam as suas ações em uma Bolsa de Valores.

No Brasil, atualmente, existe apenas uma bolsa de valores, a B3 (antiga BM&F Bovespa). É nela que ocorrem as compras e vendas de ações de empresas de capital aberto no Brasil, além de outros tipos de ativos financeiros. Emitir ações na bolsa pode ser uma boa opção para uma empresa se capitalizar, conseguir novos sócios e assim desenvolver projetos que viabilizem o seu crescimento.

O primeiro lançamento de ações de uma empresa no mercado chama-se Oferta Pública Inicial, ou IPO pela sua sigla em inglês. Um IPO pode servir para a empresa se capitalizar ou ainda como saída para investidores estratégicos reaverem o seu investimento. O Follow On acontece quando são ofertadas novas ações de uma empresa no mercado depois de já ter havido o IPO. Já a Oferta Pública de Aquisição, ou OPA, acontece no fechamento de capital de uma empresa. Isso costuma ocorrer quando uma empresa é adquirida por outra, mas pode acontecer por decisão estratégica dos acionistas da empresa.

As ações podem ser de dois tipos, ordinárias ou preferenciais. As ações ordinárias são aquelas que dão direito a voto na assembleia de acionistas. Já as ações preferenciais não dão direito a voto, mas tem preferência no recebimento de dividendos e reembolso de capital.

Ao comprar uma ação de uma empresa, você se torna efetivamente sócio dela. Dessa maneira, você passa a ter direitos econômicos sobre o resultado e os ativos da empresa, proporcionalmente à sua participação nela. Existem essencialmente duas maneiras de obter rendimentos ao investir em ações. O primeiro é a partir da valorização da ação.

Se uma empresa é lucrativa ou por qualquer outra razão o mercado passa a acreditar que ela vale mais, as suas ações tendem a se valorizar e o acionista ganha com isso. Além disso as empresas podem distribuir dividendos, que é a distribuição de lucro de volta aos acionistas e tem o benefício de ser isento de Imposto de Renda.

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Vantagens e desvantagens de ações

Vantagens

As vantagens de investir em ações são as vantagens de se tornar sócio de uma determinada empresa. Diferentemente da Renda Fixa, na qual está acordado o quanto você ganhará no tempo, o único limite à valorização que você pode obter em uma ação é o da percepção de mercado dela. Uma empresa pode ter uma valorização extraordinária devido as mais diversas razões e, sendo acionista dessa empresa, você pode colher os frutos dessa valorização.

Investindo em ações você pode ter uma exposição também ao desempenho de um setor da economia real. Se você pensa que o setor financeiro, industrial, de energia ou consumo tem ótimas perspectivas futuras, investindo em ações de empresas do setor é possível capturar essa valorização.

Investindo em ações de empresas de capital aberto você tem ainda uma proteção adicional na figura da bolsa de valores. Para que uma empresa seja listada ela tem que cumprir diversos critérios e determinações que tem a ver com transparência, governança, divulgação de dados, entre outras questões. Isso serve para proteger o investimento dos acionistas e do próprio mercado de capitais.

Desvantagens

Assim como foi dito acima, as desvantagens das ações também são as de se tornar sócio de uma empresa. O desempenho e percepção de mercado de uma empresa afeta diretamente o seu preço de mercado, e caso ele seja negativo isso impactará o seu rendimento.

Outra desvantagem tem a ver com a previsibilidade do seu rendimento, já que ao investir em ações não existe retorno garantido. A volatilidade dos investimentos em ações também costuma ser maior do que investimentos em outros tipos de ativos, portanto ele não é adequado para quem não quer volatilidade. Por fim, é importante destacar que na situação drástica da falência de uma empresa, os acionistas são uma das últimas partes a receber alguma coisa de volta, já que escolheram por correr esse tipo de risco.

Estratégias em fundos de ações

Investindo em ações através de um fundo, o investidor delega as decisões de investimento ao um gestor e sua equipe de analistas. Desta forma, mitiga-se um dos principais riscos de se investir em ações que é a tomada de decisão. Para se obter bons retornos é necessário não só analisar boas empresas, mas também escolher os melhores momentos para comprar e vender as ações. Com a gestão profissional também mitiga-se outro risco, que é o emocional. Pessoas comuns são muito influenciáveis psicologicamente pela oscilação dos preços dos ativos. Gestores profissionais tem mais racionalidade na tomada de decisão e isso normalmente resulta em melhores retornos no longo prazo.

Conheça as estratégias desenvolvidas nos investimentos em ações

Ações Valor – esses fundos são de gestão ativa e tem foco em ações consideradas com preço de mercado abaixo do valor intrínseco. Empregam-se critérios quantitativos na seleção dos papéis conjugado com conhecimento das empresas, peers de mercado, fornecedores e stakeholders. A decisão de venda ocorre quando a empresa alcançou o valor estimado ou perdeu os fundamentos.

Ações Dividendos – nessa estratégia o gestor deve investir em empresas com bom histórico de pagamento de dividendos ou com elevado potencial de pagamento de dividendos futuros. O pagamento de dividendos é parte importante da rentabilidade do fundo.

Ações Crescimento (Growth) –  o foco é em ações de empresas com elevado potencial de crescimento e valorização do papel. A estratégia costuma ter baixa rotatividade de papéis e depende de uma equipe com boas informações e profundo conhecimento das empresas, de forma a estar à frente dos demais players de mercado.

Ações Ativismo Corporativo – estes fundos caracterizam-se pela sua posição ativista, atuando de forma direta na gestão das empresas que possuem em carteira. A escolha das empresas certas, conjugada com a melhoria da gestão da empresa proporcionada pelo fundo, busca trazer retorno aos cotistas.

Ações Top-Down and Bottom-Up – nessa estratégia as análises macroeconômicas e de setores se misturam à avaliação fundamentalista da empresa. A análise Top Down se inicia pelo cenário econômico, passando pelos setores até chegar nas empresas indicadas. A análise Bottom-up é basicamente o contrário, iniciando-se o processo buscando as melhores empresas.

Ações Momentum – a seleção de ações é feita pela tendência de preços, através de análise técnica, buscando aproveitar momentos específicos de mercado. O gestor deve estar atento às oscilações de curto prazo. Essa estratégia costuma ter rápido turn-over de ações. Os retornos gerados podem ser altos e de curto prazo, mas há um elevado risco de mercado.

Ações Quantitativo – nessa estratégia usam-se algoritmos para identificar ações que conciliem as melhores características de diversas estratégias. A estratégia muda constantemente de acordo com condições de mercado, com o objetivo de anteceder a ação de outros players pela rapidez na execução das ordens.

Ações Long & Short – fundos de ações desse tipo de estratégia costumam ser classificados como Multimercado, porém exige expertise na gestão de ações. Nessa estratégia existe a compra e venda de ações relacionadas, geralmente aos pares, ficando assim o fundo com beta neutro e baixa exposição a movimentos de mercado.

Ações Passivo – com estratégia passiva, esses fundos buscam acompanhar um índice de ações. O índice escolhido varia de fundo para fundo. Fundos passivos podem seguir índice de Mercado (Ibovespa, IBrX-100); Setorial (IEE, INDX); Dividendos (IDIV); Melhores Práticas (IGCX, IGCT) ou de Estratégia relacionada a Market cap (SMLL, MLCX).

IMPORTANTE: esses fundos demandam pouca análise e decisão de investimento, portanto precisam necessariamente ter taxas de administração baixas.

Ações ETF – os ETFs são fundos passivos negociados na bolsa de valores. Um dos ETFs mais conhecidos é o iShares Ibovespa, negociado na bolsa com o código BOVA11. Por não terem uma equipe de pesquisa e terem pouco rebalanceamento de carteira, estes são fundos com baixo custo, que devem apresentar taxas mais baixas que as normais de mercado.

Conclusão

Ações são partes do capital de uma empresa e através delas é possível se expor ao desempenho de algumas das maiores empresas de diversos setores do Brasil. O investimento em fundos de ações traz mais riscos e volatilidade que a Renda Fixa, no entanto aumenta também o rendimento potencial da carteira e costuma fazer sentido no longo prazo. Existem fundos com diversas estratégias que se baseiam em análise fundamentalista e técnica. A diversidade nas estratégias é positiva, pois possibilita que o investidor encontre a que mais faz sentido para si. Sendo um fundo com estratégia mais simples, como os de gestão passiva, ou mais complexa, como os de gestão ativa, é importante avaliar o desempenho do gestor diante do que ele se propõe. Confira a série Estratégias de Investimento para saber mais sobre outros tipos de estratégia.

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