O que é correlação em investimentos?

  • 03/07/2019
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Correlação em investimentos

A correlação é uma medida estatística usada para determinar como ativos se movimentam com relação a outros.

Ela pode ser usada com ativos específicos (como por exemplo a correlação da ação de uma empresa em comparação a outra) ou ainda para comparar índices ou classes inteiras de ativos.

A correlação é medida em uma escala que vai do -1 ao +1.

Uma correlação perfeitamente positiva significa que dois ativos se comportam de maneira idêntica e é representada pelo +1. Uma correlação perfeitamente negativa significa que dois ativos se comportam de maneira diretamente oposta e é representada pelo -1.

Na vida real, no entanto, correlações perfeitas são bastante raras.

Importante

Diversificação não necessariamente significa descorrelação.

Investir em ativos diferentes que tem um comportamento parecido (por exemplo, ações do Itaú-Unibanco, Banco Bradesco, Banco do Brasil e Santander na B3) não traz os benefícios de uma carteira descorrelacionada.

Correlação na construção de uma carteira de investimentos

A correlação é muito utilizada na construção de estratégias de investimento para mensurar a diversificação efetiva trazida por diferentes ativos de uma mesma carteira.

A Teoria Moderna do Portfolio usa uma medida da correlação entre todos os ativos de um portfólio para determinar a sua fronteira eficiente, ou seja, a carteira que melhor otimiza o retorno esperado para um determinado nível de risco.

Ao incluir ativos de baixa correlação a uma carteira, diminui-se o risco total do portfólio. Ou seja, busca-se obter o melhor retorno com o menor risco possível.

Apesar disso, a correlação pode mudar com o passar do tempo.

Ela é medida historicamente, no entanto dois ativos que tinham uma relação próxima podem passar a se comportar de maneira descorrelacionada com o tempo e vice-versa.

Saiba mais: Como funcionam os pontos do Índice Bovespa?

Correlação x Volatilidade

Durante períodos de alta volatilidade, como na crise financeira de 2008, ações tem a tendência de se tornar mais correlacionadas, mesmo sendo de empresas de diferentes setores da economia. Na crise de 2008, muitas ações derreteram seus valores, independente do setor, lucro ou qualidade das empresas.

Mercados emergentes, mesmo tendo dinâmicas singulares entre si, também tendem a se comportar de maneira semelhante durante períodos de alta volatilidade.

Opinião de um especialista

Ray Dalio é um investidor célebre e bilionário, mundialmente conhecido por administrar os hedge funds da sua gestora, a Bridgewater.

Uma das suas lições mais significativas é a importância e o poder da descorrelação em um portfólio de investimentos, conforme podemos verificar nesse vídeo.

Resumidamente falando, ele demonstra a importância de ter um portfólio não apenas diversificado, mas sim descorrelacionado. Com diversos ativos que não tem correlação uns com os outros, você melhora o seu retorno ajustado ao risco, diminuindo ainda a chance de retornos negativos.

https://www.youtube.com/watch?v=Nu4lHaSh7D4

Conclusão

Escolher ativos com uma baixa correlação pode ajudar a diminuir o risco de uma carteira de investimentos.

Por exemplo, a maneira mais comum de diversificar um portfólio de ações é com a inclusão de ativos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto, já que eles costumam ter uma baixa correlação histórica um com o outro.

Outro ativo muito utilizado na busca por uma diversificação efetiva é o ouro. Um investimento em renda variável de um país diferente, um investimento em moedas ou em ativos com lastro imobiliário, também são exemplos de ativos que costumam ter uma baixa relação diante de um portfólio de ações no Brasil.

Leia nosso artigo: Como investir em ouro

Busque sempre ativos descorrelacionados pois, quanto menor a correlação entre eles, menor será a volatilidade desses investimentos combinados e maior será o retorno composto da sua carteira.

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