A importância do timing nos investimentos para aproveitar oportunidades

  • 24/07/2020
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Quando falamos em investimentos, inúmeras vertentes devem ser analisadas antes de decidir onde aplicar os recursos. É necessário analisar a perspectiva de retorno, o risco envolvido, a liquidez, o objetivo da aplicação, entre outros. Em todas essas vertentes, um dos mais importante aspectos dos investimentos financeiros a ser considerado é o timing, ou seja, o tempo determinado para alcançar o objetivo.

Tempo e Paciência

O timing nos investimentos está muito relacionado com paciência, que é extremamente necessária, seja para um trader ou para um investidor de longo prazo, principalmente nos momentos de estresse do mercado. A paciência é necessária para que as decisões tomadas sejam as mais acertadas e menos enviesadas possíveis durante o processo de investimento. Antes de tomar decisões precipitadas, é importante pensar nos motivos pelos quais determinado ativo foi escolhido, seus fundamentos e objetivos. Geralmente, é nos momentos de dificuldades que tendemos a esquecer desses detalhes, mas é justamente quando mais devemos lembrar.

Preparação e consciência

Comparando os investimentos com uma prova, podemos afirmar que eles não são corridas de 100 metros, mas sim, maratonas. Não importa como foi a largada, mas como a prova vai se desenvolver ao longo do percurso. Assim como em uma maratona, nem sempre o mais rápido vence a prova, mas geralmente o que está mais preparado, o mais consciente do percurso, que sabe o momento do sprint, que é atingir a maior velocidade, ou preservar o corpo.

Ao investir, a situação é bastante semelhante. Devemos sempre pensar quando devemos arriscar mais na carteira e qual o momento deve ser mais cauteloso. O timing de alguma movimentação pode não trazer resultados imediatos, mas no futuro, poderá reduzir ou aumentar o tempo que precisamos para atingir um objetivo ou a independência financeira.

Comprar na baixa e vender na alta?

Uma frase bastante difundida no mercado é aquela que afirma que devemos comprar ativos na baixa e vender na alta. Essa frase pode ser considerada uma verdade parcial, embora muitos investidores, impacientes e enviesados pelo momento, não têm disciplina para operar de acordo com a afirmação.

Podemos usar como exemplo o mês de março de 2020, que foi o ápice das quedas das bolsas de todo o mundo por causa da Covid-19. Nesse período, muitos investidores acabaram se desfazendo dos ativos de risco, tanto por necessidade de liquidez, como por medo. Independentemente do motivo, provavelmente muitos investidores foram equivocados.

Se um investidor se desfaz dos ativos de risco por causa de liquidez, provavelmente o planejamento financeiro não foi eficiente, visto que o primeiro passo para começar a investir é a reserva de emergência para momentos adversos. Se o motivo da venda dos ativos foi o medo, o investidor pode ter sido impaciente e o seu timing nos investimentos falhou, pois provavelmente os ativos foram vendidos na baixa e os prejuízos realizados foram grandes. Nesse caso, o investidor deve rever seu perfil de risco e readequá-lo para o futuro.

Devemos considerar também que a máxima de comprar na baixa e vender na alta nem sempre é verdadeira. O universo financeiro é muito dinâmico e as “verdades absolutas” podem se mostrar infundadas, com dias ou apenas horas de diferença.

Hora de reavaliar?

Quando os preços das ações caem rapidamente, é aconselhável reavaliar os cenários, a empresa, os objetivos e as perspectivas com a alocação, para então tomar a decisão. Nem sempre será um bom negócio manter a posição ou comprar mais ações simplesmente porque o preço está baixo. O investidor não deve ter vergonha de analisar e reavaliar a posição caso seja necessário, realizando o prejuízo e buscando melhores oportunidades.

Porém, é muito importante fazer esses movimentos depois de uma boa análise e pelas razões corretas e não seguindo o “movimento das massas”, o famoso efeito manada ou Maria vai com as outras.

Há uma frase bastante utilizada por traders que diz: “sempre haverá um trade no dia seguinte”, e provavelmente ele estará visando o controle de riscos. Essa pode ser considerada uma verdade absoluta, pois o mercado sempre oferecerá oportunidades diversas no dia seguinte, mas para aproveitá-las, é necessário ter paciência e foco para reconhecê-las.

A importância do planejamento

Quando o investidor aplica em ativos com riscos elevados, sem segurança ou necessidade, e se depara com a bolsa caindo de 115 mil para 70 mil pontos, é bem provável que no impulso e por desespero, ele venda as ações, para ter a sensação de tranquilidade e por estar fora do caos. Porém pode estar deixando passar uma boa oportunidade de retorno na retomada.

Quando o investidor está seguro dos motivos que o levam a investir, tem um bom planejamento financeiro e, principalmente, paciência e tranquilidade para passar por momentos de instabilidade – que sempre vão existir – é possível tomar as decisões no melhor timing dos investimentos, sem vieses. Desta forma, o investidor fica mais seguro e confiante para comprar ações na baixa e mantê-las pelo tempo que estiver disposto.

Conclusão

Ao investir, é muito importante ter paciência e estar atento ao timing nos investimentos, para não perder as oportunidades.

Quando o investidor perde o timing de uma oportunidade, mas tem paciência, provavelmente irá conseguir enxergar e aproveitar as próximas oportunidades que surgirem, pois o timing também irá aparecer novamente.

Outro fator extremamente importante é um bom planejamento financeiro, alinhado aos objetivos e ao perfil de risco do investidor. O planejamento financeiro irá auxiliar na tomada de decisões, embasar as teses e justificar a tomada de riscos.

Quando o planejamento financeiro está de acordo com as metas, o investidor consegue reconhecer com mais facilidade o timing nos investimentos, reconhecendo a hora certa para entrar e sair dos ativos, além de se tornar mais paciente e confiante nas decisões financeiras.

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