O que são ADRs?

  • 05/06/2019
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Os ADRs representam uma maneira líquida e mais fácil para investidores americanos comprarem ações de uma companhia estrangeira. As empresas cujas ações são negociadas também se beneficiam dos ADRs, pois elas facilitam a atração de investidores americanos sem que seja necessário realizar toda a burocracia para a listagem direta em uma bolsa de valores americana.

O que são ADRs?

ADR vem da sigla para American Depositary Receipt, que pode ser traduzido para Recibo Depositário Americano. Eles são certificados emitidos por um banco depositário americano representando um número específico de ações de uma companhia estrangeira. Esses certificados são negociáveis, podendo ser comprados ou vendidos nas bolsas americanas.

Em alguns países que possuem restrições de acesso de capital estrangeiro para a sua bolsa de valores, como é o caso de algumas bolsas chinesas, os Recibos permitem o investimento nessas companhias, que seria muito mais difícil de outras maneiras.

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Características dos ADRs

O ADR é um certificado denominado em dólar, que tem como contraparte uma ação depositada por uma instituição financeira americana no exterior. Na prática, esses certificados simplificam a operacionalização do investimento para os investidores americanos. Negociando ADRs, eles não precisam se preocupar com o valor da moeda estrangeira nem precisam enviar o seu dinheiro para outro país. Toda a negociação de ADRs acontece através dos sistemas de liquidação americanos.

Para oferecer um ADR, um banco americano comprará ações em uma bolsa de valores estrangeira, como por exemplo a B3, no Brasil. O banco efetuará o depósito dessas ações no Brasil e emitirá nos Estados Unidos um certificado do depósito dessas ações específicas. O ADR é então listado em alguma bolsa americana, como por exemplo a NYSE ou a Nasdaq, ou então pode ser negociado ainda no mercado de balcão.

Os bancos exigem que as empresas forneçam todas as suas informações financeiras de modo bastante detalhado, facilitando assim o acesso dos investidores americanos a essas importantes informações.

Tipos de ADRs

Existem dois tipos básicos de ADRs, os patrocinados e não patrocinados.

Patrocinados

Esses ADRs são emitidos em comum acordo entre o banco emissor do ADR e a companhia cuja ação será negociada. Geralmente nesse tipo de ADR, a companhia contrata e paga os custos de emissão, enquanto o banco age apenas como a contraparte da operação. Esse tipo de ADR é categorizado pelo nível de conformidade da companhia estrangeira às regras da SEC (equivalente americano da CVM) e das normas contábeis americanas.

Não patrocinados

Um banco pode emitir ainda um ADR não patrocinado. Esses ADRs não têm envolvimento, participação ou permissão da companhia estrangeira.

Devido ao não envolvimento da empresa no caso dos ADRs não patrocinados, teoricamente podem haver múltiplos ADRs de uma mesma empresa emitidos por diferentes bancos. Já no caso dos ADRs patrocinados, existe apenas um por empresa.

Em geral os ADRs patrocinados tem uma liquidez maior e são considerados de menor risco, tendo em vista que as empresas que os emitem em geral se adequam as regras americanas definidas pela SEC. Isso, no entanto, tende a variar bastante de empresa para empresa.

Outra diferença é que os ADRs patrocinados quase sempre são negociados em alguma grande bolsa de valores, como a NYSE ou a Nasdaq. Os não patrocinados, em geral, são negociados apenas no mercado de balcão.

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História dos ADRs

O conceito de ADR não é novo e foi idealizado e posto em prática pela primeira vez em 1927. A primeira emissão de ADR foi da rede britânica de lojas de departamento Selfridges. Ele foi criado pela Guaranty Trust Co., banco que se fundiu e compõe atualmente o J.P. Morgan, e não era patrocinado.

Esse mesmo banco, em 1931, emitiu o primeiro ADR patrocinado. Dessa vez a empresa em questão era a EMI, gravadora britânica que, diretamente ou através das suas subsidiárias, já teve entre os seus artistas Frank Sinatra, The Beatles, The Beach Boys, David Bowie, James Brown, entre outros.

Vantagens e desvantagens dos ADRs

Antes dos ADRs, para que um investidor americano investisse em uma empresa estrangeira, era necessário que ele enviasse dinheiro ao exterior para negociar a ação na bolsa do país em questão. Por mais que na era digital atual o investimento em bolsas estrangeiras tenha facilitado muito, ele ainda apresenta algumas dificuldades e riscos.

A questão da compra da moeda no exterior é algo que, dependendo dos custos, inviabiliza esse tipo de operação. Outra questão importante é a regulação específica de mercado de capitais, que varia de país para país. Assim sendo, um investidor americano que tenha ações diretamente no Brasil, China, Índia e México, precisa entender e atender as obrigações regulatórias de cada um desses países. Investindo com um ADR ele estará sujeito aos mesmos direitos e deveres que já está acostumado.

Assim sendo, os principais pontos a favor dos ADRs são a facilidade de acompanhamento desse tipo de papel na bolsa local, o fato dele ser denominado em dólares, a possibilidade de negociar através de corretores locais e a diversificação que o investimento em companhias estrangeiras traz para um portfólio.

Apesar disso, os ADRs apresentam também algumas desvantagens. Como a empresa estrangeira é taxada no seu país e o investidor é taxado em outro, pode haver uma dupla taxação sobre os rendimentos incorridos com os ADRs. Apenas uma fração das empresas listadas nas diversas bolsas do mundo possuem ADRs, portanto existem opções limitadas de empresas. Outro ponto relevante é que, no caso de ADRs não patrocinados, a empresa em questão pode não seguir as regras locais da SEC.

ADRs brasileiras

As ADRs existentes atualmente no mercado são de diversas empresas negociadas em várias bolsas de valores do mundo. O Brasil também compõe essa lista, sendo que atualmente existem 24 empresas brasileiras com ADRs patrocinados, todas negociadas na NYSE. Veja abaixo quais são:

ADRs brasileiras

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