Entenda o que é CDS e como ele funciona

  • 23/10/2020
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É bem provável que você já tenha ouvido falar em CDS e que ele é um indicador muito importante para a economia. Mas você sabe realmente pra que ele serve?

O CDS – Credit Default Swap – é um dos índices que compõe o risco Brasil e é utilizado para diminuir os riscos de uma carteira de crédito. Ele funciona como uma espécie de seguro e tem a função de proteger contra calotes. Entenda neste artigo o que é e como funciona o CDS.

O que é CDS – Credit Default Swap

É um título derivativo do mercado financeiro que tem o objetivo de servir como proteção ou seguro contra a inadimplência em operações de crédito. Ele permite fazer trocas para compensar a ocorrência de perdas associadas ao não pagamento de obrigações financeiras. Em resumo, o CDS serve como uma espécie de seguro contra possíveis calotes de pagamentos de títulos públicos e privados.

CDS - Uma árvore dentro de um pote

Como funciona o CDS

O Credit Default Swap é um contrato bilateral – em que ambas as partes possuem direitos e deveres, como um contrato de compra e venda, por exemplo – que permite ao investidor comprar proteção para crédito específico contra evento de crédito do emissor de determinado ativo.

Um evento de crédito pode ser inadimplência, falha de pagamentos, reestruturação de dívida ou falência do emissor do ativo.

Para adquirir essa proteção, o comprador faz pagamentos periódicos ao vendedor, especificados como porcentagem do principal. Essa porcentagem é conhecida como spread, prêmio ou taxa fixa, e representa, para o investidor em ativo de risco, o custo para a proteção contra um evento de crédito relacionado com o emissor do ativo. Ou seja, o comprador faz o pagamento e, caso o emissor deixe de honrar com o compromisso, será indenizado.

Na prática

Na prática, o CDS funciona de maneira parecida com uma apólice de seguro, onde a pessoa paga um valor à seguradora e é indenizada caso ocorra algum problema.

Os pagamentos serão feitos até o vencimento do contrato ou a insolvência do emissor, ou seja, quando o devedor não consegue cumprir com suas obrigações. Neste caso, o vendedor da proteção paga ao comprador um montante que compense as perdas resultantes do evento, imunizando o risco de crédito. Se não houver insolvência, o contrato é encerrado no vencimento, sem troca de fluxo de caixa.

Por exemplo, um país vende um título público e um banco compra esse título. Para se proteger, o banco procura uma proteção contra o não pagamento desse título com uma seguradora.

A seguradora fará a análise de crédito do país e cobrará uma porcentagem do total da dívida do banco para oferecer o CDS.

No vencimento do título, caso o país não honre com o pagamento da dívida, a seguradora pagará ao banco o valor total do título. Se o banco receber a dívida do país, ele perderá o prêmio pago pelo CDS e a seguradora lucra a porcentagem da operação.

Relação entre CDS e o Risco Brasil

O Risco Brasil ou risco país é um conceito econômico que expressa a capacidade de um país de honrar suas dívidas e compromissos financeiros diante de investidores estrangeiros.

Entre os índices que compõem o Risco Brasil, estão o EMBI+Br, Credit Default Swap do Brasil – CDS – e o Rating de diversas agências.

Países que oferecem um risco mais elevado de não honrar seus compromissos possuem o CDS mais caro e os países que oferecem riscos moderados, têm um CDS menor. Os CDS também são utilizados para verificar se um país oferece alguma ameaça ao mercado financeiro.

Geralmente, quem determina o risco do país são os investidores e compradores de CDS. Lembramos que as negociações não são regulamentadas, podem ser bastante complexas e ter um alto nível de especulação.

Apesar disso, as negociações diárias e as variações de preços do CDS servem como uma espécie de termômetro de confiança do mercado financeiro de um país.

Conclusão

O CDS é utilizado como uma espécie de seguro ou proteção contra o não pagamento de obrigações financeiras.

Para adquirir essa proteção, o comprador faz o pagamento e, caso um emissor deixe de honrar com o compromisso, será indenizado.

Países que oferecem um risco mais elevado de não honrar seus compromissos possuem o CDS mais caro e os países que oferecem riscos moderados, têm um CDS menor.

As negociações não são regulamentadas e podem ser bastante especulativas e complexas. Porém, elas ajudam a medir a confiança do mercado financeiro do país.

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