O que faz um Comitê de Investimento?

  • 21/06/2019
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O que faz um comitê de investimentos

O comitê de investimentos é formado por grupo de especialistas que se reúnem em datas determinadas e está presente em instituições que lidam com investimentos, como por exemplo os gestoras de recursos, fundos de pensão, regimes próprios de previdência social (RPPS), fundos de participações, fundações, family offices, entre outras.

O comitê de investimentos é obrigatório?

A natureza do comitê de investimentos e as suas responsabilidades podem variar de instituição para instituição. Em fundos de pensão esse não é um departamento obrigatório, no entanto é altamente indicado que ele exista na sua estrutura e na prática é muito difícil encontrar um fundo que não tenha um comitê de investimentos.

Já nos Regimes próprios de previdência social (RPPS) o comitê de investimentos é parte obrigatória da sua estrutura de governança.

Em instituições de caráter privado, como gestoras de recursos, fundos de participação, family offices, a existência ou não de um comitê é decisão própria de cada uma dessas instituições, no entanto, muitas delas mantêm esse tipo de comitê justamente porque ele agrega bastante nas decisões e deliberações relativas a investimentos.

Comite de Investimentos – Regulamentação – Compliance Par Mais

O que faz um comitê de investimentos?

As atribuições específicas de um comitê de investimentos também variam em cada tipo de instituição.

Geralmente o comitê de investimentos tem o papel de nortear a equipe de gestão. No comitê são tomadas decisões como, por exemplo, a aprovação ou veto a produtos, aprovação ou veto a gestores ou ainda a definição das macroestratégias de investimento acordo com a expectativa futura em relação ao cenário econômico.

Em geral, é o comitê de investimentos que decide, por exemplo, se as carteiras de investimento deverão aumentar ou diminuir sua exposição ao risco ou, mais especificamente, se deverão aumentar sua exposição a uma estratégia específica (ações, câmbio, ações globais, multimercados, renda fixa etc.). Muitas vezes também é o comitê que ratifica o cenário base que será utilizado pela equipe de gestão – projeção de juros, inflação, câmbio e outras variáveis.

Quem faz parte de um comitê de investimentos?

Geralmente o comitê de investimentos tem um caráter mais técnico e é formado por pessoas que tem experiência com investimentos.

No caso específico dos fundos de pensão e RPPS, o conselho ou colegiado deliberativo é o órgão máximo da governança que é o responsável por tomar as decisões dessas entidades. Tendo em vista que essas decisões dizem respeito a uma série de coisas, não apenas a investimentos, esse órgão muitas vezes não tem o tempo necessário à disposição nem o perfil técnico necessário para analisar somente os investimentos com a atenção necessária.

Dessa forma, o comitê de investimentos vem para auxiliar com essas questões. O seu papel é o de analisar especificamente as decisões de investimento e, por ter um perfil mais técnico, ele tende a ser mais crítico quanto a elas.

Tanto no caso dos fundos de pensão quanto dos RPPS é exigido dos membros do comitê de investimento uma certificação que diga respeito a investimentos (como por exemplo o CPA-20 da ANBIMA ou o CNPI da APIMEC), ajudando assim a comprovar o conhecimento técnico que os membros desse órgão necessitam.

Nos fundos de pensão e RPPS os membros do comitê de investimento geralmente fazem parte do próprio fundo ou RPPS, ajudando assim nas decisões e monitoramento do seu próprio dinheiro e dos seus colegas. Apesar disso, já existe a prática em algumas entidades de ter um membro independente no comitê de investimentos. O objetivo de ter um membro independente é trazer uma visão de fora, menos enviesada ou influenciada por outras questões comuns aos participantes do fundo de pensão ou RPPS.

No caso gestoras de recursos e dos family offices, como não existe a obrigatoriedade de existência de um comitê de investimentos, o seu papel, atribuições e a sua composição são todas determinadas internamente pela própria instituição.

De qualquer forma, o perfil técnico, experiência e conhecimento específico de investimentos são sempre pré-requisitos para os seus membros, tendo em vista que se espera que eles ajudem nas decisões de investimentos.

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Como funciona um comitê de investimentos

Os comitês de investimento geralmente têm um regimento interno, que indica todas as regras e responsabilidades do comitê, quem pode fazer parte, como os seus membros são indicados e a periodicidade com a qual se reúnem. Nos fundos de pensão e RPPS, como a maioria dos membros não trabalha diretamente na entidade, o comitê de investimentos geralmente se reúne bimestral ou trimestralmente e analisam uma pauta pré-definida pela própria área técnica de investimentos da instituição.

No caso gestoras de recursos e dos family offices muitas vezes os membros do comitê de investimentos trabalham na própria instituição e geralmente as reuniões são mensais.

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