Muito se fala hoje nos jornais sobre perda de grau de investimento, agências de risco e coisas desse tipo. Mas, afinal, o que são e de que forma essas mudanças interferem em nossas vidas?
As agências de risco, ou agências de rating são instituições que analisam e classificam os riscos de se investir em algum ativo financeiro de uma empresa ou governo. O risco analisado, nesse caso, é o risco de crédito, ou seja, o risco de que o devedor não pague o credor que investiu o dinheiro.
Hoje existem muitas dessas agências, porém aquelas com maior renome e que são utilizadas como base de comparação para os títulos de dívida de países são: Fitch Ratings, Moody`s e Standard & Poor`s.
No universo dos títulos soberanos — dívida de países — as agências são especialmente importantes, pois medem a capacidade de pagamento e consequentemente a capacidade de financiamento desses governos, o que afeta todo o fluxo de capitais e investimentos que envolvem essas Nações.
Dentro das classificações de risco soberano — risco de que um país não honre suas dívidas — dessas agências, há uma separação entre a indicação de papéis com relativa segurança (“grau de investimento”) e papéis com risco demasiado (“grau especulativo”), conforme figura abaixo.
No contexto do mundo financeiro, fundos globais com grandes somas muitas vezes possuem algumas diretrizes de como seus recursos devem ser alocados e, nesse sentido, muitos deles possuem como critério que a maior parte de seu dinheiro seja direcionado a países que tenham grau de investimento.
Há também o consenso de que um país ganha ou perde grau de investimento definitivamente quando duas dessas três agências concordam com a mudança. Dessa forma, ao ganhar esse selo, grandes somas de dinheiro entram na forma de investimentos, puxando o crescimento. Por outro lado, no caso de um país perder a fama de bom pagador, grandes somas saem do país em direção a economias mais sólidas.
No mundo das finanças, credibilidade é fundamental e é isso que essas agências representam.
Quando uma agência de risco diminui a nota de um país, isso significa que há um risco inerente de calote e, como risco e retorno na maior parte das vezes são diretamente proporcionais, o país precisa pagar um prêmio (juros) maior para que valha à pena aos investidores continuarem com seus recursos aplicados ali. A intensificação do endividamento público, nesse caso, é uma consequência direta desse maior risco.
Nesse sentido, como a emissão de dívida soberana funciona como um padrão para o mercado, os juros internos também possuem a tendência de aumentar, influenciando diretamente no custo interno do dinheiro, de modo que os impactos desse aumento se alastram por toda a economia.
Em resumo, caso o Brasil passe de grau de investimento (condição atual) para grau especulativo, o governo brasileiro precisaria manter a taxa de juros alta para atrair investimentos externos.
Por outro lado, se você possui dinheiro para investir, esse cenário é interessante. Será possível encontrar produtos com retornos muito acima do que se via nos últimos anos, pois com os preços dos títulos mais baratos e uma maior rentabilidade, eles passam a ficar atraentes desde que, claro, o investidor aceite e entenda os riscos vinculados.
Porém, para ter acesso aos melhores produtos, é sempre importante a ajuda de um consultor de investimentos, especialmente se você ainda mantém seus recursos aplicados na caderneta de poupança ou em fundos de renda fixa com altas taxas de administração.
Segundo especialistas, atualmente a possibilidade é grande, pois estamos em um cenário de recessão, com inflação subindo e altas taxas de juros e, além disso, há uma grave crise política, o que dificulta a tomada de medidas emergenciais. O cenário é bastante incerto, por isso é muito importante que você olhe com prudência para o seu orçamento familiar, monte (ou mantenha) uma boa reserva de segurança e procure bons produtos no mercado de investimentos financeiros.
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O que é grau de investimento e como isso nos impacta? por Samuel Rech – 21.08.2015
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