Se você acompanha a rentabilidade dos principais índices financeiros deve ter percebido que o Índice Ibovespa é um dos mais rentáveis nestes dois últimos anos. Sendo o principal índice da Bolsa de Valores brasileira ele é um grande conhecido dos investidores em geral. Para ajudar a compreender um pouco dessa valorização e como usufruir dela, nesse artigo vamos falar um pouco sobre o índice Ibovespa e o seu desempenho nos últimos anos.
A B3 (antiga BM&FBOVESPA) é a única bolsa de valores no Brasil e o índice Bovespa (também conhecido como Ibovespa) acompanha o desempenho ponderado das ações de um número de empresas brasileiras. Atualmente o Ibovespa é composto por 64 empresas no total, sendo que as 5 que tem maior peso (Itaú-Unibanco, Vale, Bradesco, Petrobrás e Ambev, respectivamente) representam mais de 40% do índice.
O Índice é medido num sistema de pontos, que evolui de acordo com a rentabilidade ponderada das empresas que compõem o Índice.
A deterioração dos indicadores econômicos e das perspectivas para o Brasil fez com que o Ibovespa engrenasse uma tendência de queda e perdesse aproximadamente 45% do seu valor desde de 2010 até o início de 2016.
Durante esse período, houve o impeachment, que trouxe consigo a mudança da equipe econômica, sendo encabeçada pelo então Ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o Presidente do Banco Central Ilan Goldfajn. As expectativas com a mudança do governo e as micro e macro reformas que essa equipe realizou fez com que o valor de mercado das empresas brasileiras, que já estava bastante deprimido, se recuperasse com força.
Nesse período de cerca de 2 anos o Ibovespa teve uma valorização de 100% sendo uma das maiores valorizações da história do índice.
A mudança de expectativas depois da aceitação do Impeachment e as reformas realizadas são as principais razões para isso. A expectativa do mercado era que entrasse no comando uma equipe de governo e econômica que realizaria as reformas necessárias para o equilíbrio fiscal no Brasil, o que vem se concretizando (claro, com muita turbulência política).
Essa mudança nas expectativas, aliada ao excesso de liquidez global, fez com que diversos investidores institucionais e estrangeiros voltassem ao mercado de ações do Brasil, causando assim essa valorização. De lá para cá o Ibovespa quebrou vários recordes de valorização, sendo o mais recente o de 79.000 pontos batido em 05/01/2018, tendo subido 3,5% só na primeira semana de 2018.
As Ofertas Públicas Iniciais ou IPO (Initial Public Offering na sigla em inglês) acontecem quando uma empresa busca, pela primeira vez, captar recursos através da emissão de ações em uma bolsa de valores.
E esse aquecimento do mercado de renda variável é extremamente positivo para empresas que pensam em utilizar o mercado como fonte de captação de recursos. Portanto, Por isso, nesse período, várias empresas decidiram abrir o seu capital, o que não acontecia a praticamente 10 anos. Veja a relação abaixo:
Empresa | Setor | Volume captado(R$ Milhões) |
BR Distribuidora | Exploração, Refino e Distribuição | 5.020 |
Carrefour Brasil | Alimentos | 4.972 |
Burger King Brasil | Restaurante e Similares | 2.200 |
Azul | Transporte Aéreo | 2.021 |
IRB Brasil | Seguradoras | 2.003 |
Biotoscana | Medicamentos e Outros Produtos | 1.341 |
Camil | Alimentos Diversos | 1.147 |
Hermes Pardini | Serviços Médicos Hospitalares, Análises e Diagnósticos | 877 |
Omega Geração | Energia Elétrica | 789 |
Movida | Aluguel de Carros | 600 |
TOTAL | 20.970 |
As 10 empresas acima abriram capital em 2017 e movimentaram quase 21 bilhões nas suas respectivas aberturas. Além dessas, outras 12 empresas que já eram listadas realizaram Follow-Ons, que são ofertas secundárias de ações. Essas ofertas captaram outros 16 bilhões de reais somente em 2017.
Os IPOs são bastante positivos para o mercado de capitais brasileiro, pois aumentam o número de empresas e setores que o investidor pode analisar e investir. Os Follow-Ons também são muito importantes por aumentar a liquidez de ações pouco negociadas.
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Investir em renda variável é arriscado e complexo. Escolher ações, analisar setores e fazer projeções econômicas. Entender motivos que podem fazer o valor de uma empresa subir ou cair. Se não bastasse toda essa complexidade, o maior inimigo do investidor é ele mesmo.
As pessoas, em geral, não controlam suas emoções e perdem a racionalidade na hora de investir. Seja para comprar uma ação que ele não conhece, mas que “todo mundo está ganhando dinheiro com ela” ou para vender ações porque caíram de forma demasiada.
Por isso que muitas vezes é aconselhável delegar a tomada de decisão para um especialista. Seja um gestor ou através de um fundo de ações. Os fundos de investimento mantêm equipes especializadas que tem uma capacidade muito maior de analisar as variáveis envolvidas e, além disso, tomar decisões de forma mais racional. Para se ter ideia, mesmo em momentos ruins na bolsa como foi o período entre 2010 e 2016, vários fundos conseguiram obter ótimos resultados para suas carteiras.
As ações são ativos mais voláteis e arriscados que alguns outros ativos financeiros, mas são um tipo de segmento bastante importante pelas oportunidades que apresentam. São investimentos complexos, mas que apresentam prêmios muito interessantes para os investidores de longo prazo com uma carteira diversificada e apetite a risco. Sendo assim, é importante entender os conceitos desse mercado para fazer proveito das oportunidades que surgem.
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