25 anos do Plano Real

  • 26/06/2019
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25 anos do Plano Real

No dia 1º de julho, o Plano Real completa 25 anos de implantação no Brasil. O plano foi um processo de estabilização econômica que promoveu o fim da inflação elevada no país, situação que durou por aproximadamente 30 anos.

O plano, foi o mais eficaz da história, reduzindo a inflação, ampliando o poder de compra da população e remodelando os setores nacionais. O Real é a nona moeda brasileira e foi criado no governo do presidente Itamar Franco e com Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda, com o objetivo de estabilizar a economia nacional e os preços dos produtos, controlar a inflação crescente dos anos anteriores e permitir a volta do crescimento econômico do país.

Na década de 80 até o início da década de 90, o país vivia um cenário de superinflação. Antes do Real, o Brasil teve outros planos econômicos para tentar controlar a hiperinflação, todos sem sucesso. Em 1986, foi lançado o Plano Cruzado. Após, foram lançados os Planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991). Todos tiveram o congelamento de preços e salários como ponto em comum.

Diminuição da Inflação com o Plano Real

O início da circulação do real alterou o cenário de uma inflação que chegou a atingir 2.477,15% em 1993, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Depois da implantação do plano real, a inflação fechou o ano de 1994 em 916% e atingiu 22% em 1995.

No auge da hiperinflação, os preços eram reajustados diariamente. O tomate, por exemplo, chegou a aumentar 4.492,25% em 1993. Em 2018, seu preço subiu 71,76%. Isso significa que a inflação em 1993 foi 62 vezes maior que em 2018. Se hoje houvesse a inflação de 93, um quilo de tomate que custa em média R$ 7,00 passaria a R$ 321,45.

Após isso, mesmo passando por crises internas e internacionais que influenciaram na estabilização da economia, o IPCA acumulado anual passou de 9% somente em poucas ocasiões (1996, 2002, 2003 e 2015).

O Plano Real conseguiu virar uma página complicada da história brasileira, restabelecendo a confiança na economia e mantendo a inflação dentro de níveis aceitáveis.

Consequências do Plano Real

Desde o início do Plano Real, algumas consequências positivas foram notadas. A hiperinflação deu sinais de queda e permitiu que a população recuperasse seu poder de compra e a confiança na economia nacional.

A estabilização da economia foi fundamental também para que o Brasil recuperasse a confiança nos mercados internacionais, melhorando as relações econômicas com outros países, principalmente por causa da segurança nas transações comerciais internacionais.

Outro fator positivo do Plano Real foi a diminuição do percentual da população brasileira que se enquadrava nas camadas sociais mais pobres. Nos dois primeiros anos do plano, o índice atingiu quase 20%.

Apesar da estabilidade da economia ter colocado o País em um novo patamar de desenvolvimento, a economia brasileira ainda tem muitos desafios. Um deles é a manutenção dos índices de inflação e até a redução desses índices para patamares mais próximos aos de países desenvolvidos.

Metas para Inflação

A inflação estável, baixa e previsível ajuda a economia a crescer, pois as incertezas são menores e as pessoas podem planejar melhor o futuro. Para isso, o Brasil adota o regime de metas para a inflação desde 1999.

Nesse regime, os bancos centrais atuam para que a inflação efetiva esteja sempre alinhada com uma meta pré-estabelecida. A meta é anunciada publicamente e funciona como uma âncora para as expectativas sobre inflação futura, permitindo que os desvios da inflação em relação à meta sejam corrigidos ao longo do tempo.

No Brasil, a meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) é responsável por adotar as medidas necessárias para alcançá-la. O índice de preços usado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta se refere à inflação acumulada no ano. Por exemplo, a meta de 2019 é de 4,25%, a de 2020 de 4%, a de 2021 é de 3,75% e a de 2022 é de 3,5%.

O sistema prevê um intervalo de tolerância, definido pelo Conselho Monetário Nacional. Nos últimos anos, o intervalo está sendo definido em 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Se ao final do ano a inflação ficar fora do intervalo de tolerância, o presidente do Banco Central deve divulgar detalhadamente as razões do descumprimento e as providências que serão tomadas para garantir o retorno da inflação aos limites estabelecidos.

Juros

Para manter o nível de inflação esperado, o governo utiliza a política monetária, por meio da Taxa Básica de Juros, a Selic, que atualmente está 12,75% ao ano. Dessa forma, a tendência é elevar os juros caso o Banco Central observe que a inflação está com risco de superar a meta.

A Taxa Selic foi escolhida pelo governo, pois ela determina o nível de consumo do país, já que é utilizada em transações bancárias e influencia os juros de todas as operações na economia.

A Selic é utilizada pelos bancos como um parâmetro para definir quanto as instituições vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas. Com isso, se os juros do país estiverem altos, o consumidor tende a comprar menos, porque a prestação do financiamento estará mais alta. Esse processo reflete na queda da inflação.

Cédulas de maior valor

Considerando os ciclos inflacionários pós-1942, a célula de maior valor, que está há mais tempo em circulação é de cédula de R$100, que está no mercado há 25 anos.

Antes dela, a cédula de Mil cruzeiros (1943) ficou em circulação por aproximadamente 19 anos. A que ocupou o posto por menos tempo foi a de mil cruzeiros reais, por 28 dias em outubro de 1993.

Conclusão

A política econômica do Plano Real foi implantada no Brasil com o objetivo de estabilizar a economia nacional e controlar a inflação, permitindo a volta do crescimento econômico do país. O Plano Real foi o mais eficaz da história, reduzindo a inflação, ampliando o poder de compra da população e remodelando os setores econômicos nacionais.

Atualmente, o controle da inflação deve estar sempre em pauta no governo, pois o real não é mais tão valorizado como nos seus primeiros anos. Para alcançar o objetivo de manter a inflação controlada e iniciar a aceleração do ritmo da atividade econômica, o país precisa de reformas estruturais, como trabalhistas, política e principalmente fiscais.

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