Mesada: de onde vem o dinheiro?

  • 18/08/2015
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É muito comum os pais terem objetivos de vida relacionados aos filhos. Proporcionar uma boa educação , pagar uma faculdade no exterior, equipar um consultório para um filho recém formado, auxiliar na compra de imóvel e etc.

Os pais também se preocupam com outras questões correlatas aos filhos, como a contratação de seguros e sucessão.

Dentre essas preocupações, no meio do caminho entre os estudos e o primeiro salário, é comum os pais proporcionarem a primeira fonte de renda dos filhos: A mesada.

A MESADA

A mesada corresponde a primeira experiência que um filho tem com o dinheiro e, acreditem, a forma como ele encara essa questão pode acompanha-lo ao longo da vida! Portanto, é fundamental que a mesada seja um instrumento de educação financeira.

A mesada deve servir como instrumento de aprendizagem, sendo o primeiro contato da criança com o dinheiro e também com um orçamento. A criança precisa compreender o motivo dela receber esse dinheiro e você deve falar para ele quais os gastos que devem ser cobertos pela mesada, além de um dinheiro extra para ele gastar como bem entender.

Você pode proporcionar ao seu filho a melhor educação convencional possível. Ele vai aprender sobre matemática, português, biologia e até química, mas a escola não vai ensinar isso para ele.

Abaixo, destacamos alguns pontos importantes sobre a importância da mesada e como ela pode auxiliar na educação financeira do seu filho.

 

1. Ninguém vai ensinar educação financeira para os filhos

Seu filho vai aprender sobre matemática no colégio e os professores até vão usar exemplos de compra e venda para explicar contas de adição e subtração, mas o ensino financeiro não vai além disso.

Perguntas sobre: Qual a lógica do dinheiro? O que ele precisa fazer para ter dinheiro? De onde vem o dinheiro? Qual a importância do dinheiro? O que acontece se eu não tenho dinheiro? O dinheiro é bom ou é ruim? O que é juros? O que é poupança? Por que ele recebe uma mesada?

Essas perguntas são mais simples do que as da cadeia carbônica da química, mas a escola não vai dar essas respostas. Neste sentido, sempre que for tomar uma decisão financeira, traga seu filho para a conversa e mostre para ele o que você está fazendo, explique como funciona a lógica e veja se ele compreendeu.

Mas, importante: Você deve ser educado financeiramente ! Caso contrário, seu filho vai aprender errado e vai perpetuar o erro que você comete.

 

2. De onde vem o dinheiro?

Certa vez um amigo comentou que sua filha queria uma boneca e ele respondeu que não tinha dinheiro. A resposta dela? “Pai, é só escrever naquele papel!”. Ela estava se referindo ao cheque. Hoje, com cartões de débito e crédito, além dos próprios cheques, fica mais difícil explicar para as crianças sobre o dinheiro, pois eles não tem contato visual com a moeda.

Esse pode ser um bom início de conversa sobre mesada, pois a criança tem seu primeiro contato visual com o dinheiro e você pode explicar sobre a sua lógica, que não é apenas escrever em um papel ou usar um cartão de plástico. Há todo um processo anterior a esse.

 

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3. Ensinando a poupar

Ao explicar sobre dinheiro, é importante que você já fale sobre poupança. Na verdade, ensinar a poupar é tão importante quando ensinar sobre o uso do dinheiro, por isso o orçamento é fundamental. Ele precisa compreender que não deve gastar toda a mesada, que ele pode e deve poupar um valor mensalmente.

Neste ponto, a compra de brinquedos pode ser uma boa estratégia para explicar para o seu filho sobre a importância do dinheiro e da poupança. Por que dar um brinquedo que ele tanto quer se você pode dar dinheiro à ele e, ensinando sobre a necessidade de poupar, dizer que ele mesmo pode comprar?

Estimule seu filho a ter objetivos e o conscientize sobre a importância de poupar. O cofrinho pode ser um começo e, como forma de estímulo, você pode auxiliar nessa poupança, como se fosse você o banco e estivesse pagando juros à ele.

Para poupar, você e seu filho devem fazer um pequeno orçamento, onde esteja descrito os gastos do dia a dia, como o lanche na escola, e despesas de lazer dos finais de semana, como cinema, por exemplo. Mas, é importante que ele saiba se planejar para o futuro, com um objetivo maior, onde a poupança feita semanalmente permita a ele realizar um objetivo maior, como a compra de um jogo de vídeo game, por exemplo.

Mas, é preciso ter cuidado. Acompanhe os gastos do seu filho de forma que ele não deixe de realizar uma despesa do dia a dia, como a compra do lanche, para atingir mais rapidamente a realização do seu objetivo.

 

4. Qual a idade ideal?

Não existe idade ideal, essa questão vai depender de como é a vida do seu filho. Ele já sabe fazer contas? Ele compra muito aplicativo para celular? Ele sai muito com amiguinhos da escola? Quando vocês vão ao shopping, ele gosta de tomar sorvete? A escola tem muitas atividades extra curriculares que exigem pagamento?

Se a resposta for Sim para a maioria dessas perguntas, então está na hora de você dar uma mesada ao seu filho. Mas, em muitos casos, ao dar o dinheiro, o seu filho vai gastar sem a mínima racionalidade. Se adultos fazem isso, por que crianças não fariam?

Então, para o início do processo, é importante que você não dê mesadas para a criança. Fracione o valor por semanas. Assim, caso o seu filho “torre” todo o valor em uma semana, na próxima semana ele terá novamente um valor, podendo analisar os erros da semana anterior e, com sua ajuda, aprender sobre eles.

O ideal é começar com pequenos valores semanais e você evolui a medida que o seu filho vai aumentando sua compreensão e responsabilidade sobre o dinheiro.

 

5. Metas

A mesada também pode estar associada a metas, sendo que o filho teria um bônus caso realize alguma atividade extra.

Criar metas auxilia o senso de desenvolvimento da responsabilidade e na compreensão de que o dinheiro não nasce em arvores e que ele precisa se esforçar para conseguir. Além disso, a criança já tem o primeiro ensinamento sobre o trade off do dinheiro.

O que eu prefiro? Realizar uma atividade extra e ganhar “x” reais, ou não fazer e não ganhar?

O importante é que você não deve dar uma mesada pelo simples fato do seu filho pedir. Você precisa ter uma estratégia de educação financeira por trás, que proporcione ao seu filho o desenvolvimento do uso consciente do dinheiro, da poupança, dos juros e dos malefícios do impulso pelo consumo. Caso o seu filho compreenda que ele vai ficar sem dinheiro se ele não administrar bem a mesada, então todo seu propósito com ela será atingido!

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 Faça o download da planilha “Mesadinha” e comece a guiá-los com escolhas de como lidar com o dinheiro de forma mais inteligente.

Mesada: de onde vem o dinheiro? por Thiago Paulo – 18.08.2015

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