Diagnóstico empresarial – Confira o resultado da nossa pesquisa!

  • 06/11/2017
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diagnostico empresarial

A Par Mais, através de uma iniciativa própria, realizou uma pesquisa junto as empresas que possui em sua base de dados. Nomeada de “Diagnóstico Empresarial”, a pesquisa teve o intuito de mapear o funcionamento da Gestão Empresarial e do Controle Financeiro dessas empresas. Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2017 e teve a participação de mais de 120 empresas. Por questões de sigilo, não foram divulgados nenhum dado específico de qualquer uma das empresas respondentes.

Área de atuação e número de funcionários

Em relação ao setor de atuação das empresas, 67 atuam no segmento de serviços, enquanto que 23,5% são empresas comerciais e empatadas em terceiro lugar com 5,9% ficaram os setores da indústria e da tecnologia. Dentre as empresas participantes, mais da metade (52,9%) possuem um corpo de colaboradores enxuto, com até 19 pessoas, enquanto que apenas 5,9% possuem 800 colaboradores ou mais.

tipo de empresa

Regime tributário

A distribuição das empresas quanto ao seu regime tributário são: 41% das empresas estão cadastradas no Simples Nacional, 29% delas são do Lucro Real e 24% são do Lucro Presumido. Um dado importante é o fato de que 6% dos respondentes não souberam em responder em qual regime tributário sua empresa está enquadrada, mostrando que existe um certo despreparo ou falta de interesse neste quesito muito importante para as empresas.

regime tributario

Controle financeiro

Quando o assunto é controle financeiro, deparamos com o seguinte cenário: 100% das empresas participantes da pesquisa afirmaram fazer o controle financeiro, seja por meio de sistemas integrados de gestão (29%) ou através de planilhas elaboradas na própria empresas ou até mesmo via software específico (71%). Este ponto é importantíssimo para as empresas, sem o controle financeiro a empresa fica como “cego em tiroteio”, pois sabe que está correndo algum risco, só não sabe de onde vem esse risco.

Porém, nem todas realizam a conciliação bancária, pois 88% dos respondentes afirmaram realizar esta atividade importante para o controle do fluxo de caixa da empresa, enquanto que 6% disseram não realizar a atividade e 6% não souberam responder (o que mostra certo despreparo na gestão financeira). Já em relação ao fluxo de caixa projetado, que é quando a empresa passa a pensar no futuro, projetando suas despesas, receitas, custos e investimentos, 53% afirmaram que o realizam, sendo que desses 53%, 44% afirmaram fazer o uso diariamente, enquanto que 33% o fazem semanalmente e 22% afirmaram fazer uso apenas mensalmente.

fluxo de caixa projetado

peridiocidade de uso do fluxo de caixa projetado

Um outro ponto importante, sobre o controle financeiro, é o da separação das entidades, sendo este importantíssimo para a gestão financeira de uma organização. A separação das entidades é a separação, de tudo que é relacionado com a Pessoa Física (dos “donos” da empresa), dos recursos pertencentes à empresa em si, ou seja, pertencentes à pessoa jurídica. Essa separação se faz necessária não apenas pela questão legal, mas também para o bem da saúde financeira da empresa.

Neste quesito, das empresas respondentes, 82% afirmaram fazer essa separação, enquanto que 18% disseram existir a confusão de recursos entre pessoa física e pessoa jurídica. Para evitar a confusão entre o que é dinheiro da empresa e o que é dinheiro pessoal, as empresas realizam as chamadas distribuições de lucros. Das empresas respondentes, 47% afirmaram distribuir mensalmente os lucros, enquanto que 53% distribuem trimestralmente.

uso de recursos da pessoa juridica na pessoa fisica

distribuiçao de lucros

Orçamento empresarial

A realização de um orçamento (independentemente do tipo de orçamento) ajuda as empresas a se preparem para o futuro, principalmente a se programarem para atividades que demandam grandes investimentos (expansões, desenvolvimento de novos produtos ou até mesmo aquisições grandes). Com o uso recorrente de um orçamento, a empresa consegue programar seu futuro e realizar esses investimentos de forma ordenada e dentro de sua capacidade de pagamento. Das empresas respondentes, 71% afirmaram que realizam orçamento anual, sendo que dessas, 91% utilizam da metodologia de orçamento base histórica, enquanto que apenas 9% realizam a metodologia do orçamento base zero (OBZ).

A diferença básica entre esses dois tipos de orçamento é de que o orçamento base histórica não pensa para frente, ela apenas projeta o seu passado (faz uso de números históricos), enquanto que o base zero pensa de forma diferente, projetando os gastos necessários para atingir seus objetivos (traçados em seu planejamento estratégico). Ambas são válidas, mas o base zero ajuda a empresa a pensar de forma diferente, a sair de sua zona de conforto.

orçamento

tipo de orçamento

Capital de giro e linhas de crédito

Um dado importante sobre as empresas, mostra a fragilidade que elas passam devido ao cenário atual da economia brasileira. De todas as empresas respondentes, 53% afirmam não possuir capital suficiente para cobrir o giro da empresa, principalmente devido à grande sazonalidade e a imprevistos, enquanto que 47% afirmam ter o dinheiro suficiente para cobrir o giro sazonal e os imprevistos. Com isso, 65% das empresas respondentes afirmaram já ter solicitado alguma linha de crédito, sendo que das que solicitaram, 47% solicitaram para capital de giro, 24% para financiamento imobiliário de longo prazo, 18% para financiamentos em bancos de desenvolvimento e 12% afirmam terem feito algum tipo de financiamento ou leasing para máquinas/equipamentos ou veículos.

capital de giro e linhas de credito

Valuation e venda da empresa

Quando questionados sobre a venda de sua empresa, 77% dos respondentes afirmaram já ter recebido alguma proposta para vender sua empresa. Sendo que dessas empresas, 50% receberam uma proposta de venda inferior a R$500 mil reais, 25% entre R$500 mil e R$3 milhões de reais e outros 25% receberam proposta de venda acima dos R$3 milhões de reais. Porém, antes de vender uma empresa, é recomendado que se faça um “valuation” do negócio, para se apurar qual o valor de venda mais justo. Dos respondentes, 82% afirmaram ter realizado um valuation profissional, enquanto que os outros 18% afirmaram não ter feito o valuation.

valor de venda

Perfil da empresa

Após a realização desta pesquisa, o perfil da maioria das empresas que participaram da pesquisa (mais de 120 empresa no total), é de uma empresa de serviços, com até 19 funcionários, cadastrada no simples nacional, que realiza controle financeiro por meio de planilhas elaboradas na própria empresa ou via software específico, faz uso diário de fluxo de caixa projetado, além de realizar conciliação bancária e sem confusão entre os recursos da pessoa jurídica com os da pessoa física, pois realiza distribuição de lucros mensais.

Além disso, esta empresa faz uso de orçamento empresarial anual com base histórica. Essa empresa não passa por necessidade de capital de giro, pois seu caixa consegue suprir sua necessidade, mesmo com os imprevistos e com a sazonalidade. Por fim, esta empresa já recebeu uma proposta de compra e foi avaliada profissionalmente em até R$500 mil reais.

Claro que, esse é o perfil apontado pelo estudo, mas a realidade das empresas brasileiras costuma ser outro. Geralmente são empresas familiares, de pequeno porte, onde os gestores possuem grande conhecimento da operação da empresa, mas pouco conhecimento sobre gestão, em especial sobre a gestão financeira.

São empresas que “vendem o almoço para comprar a janta”, passam frequentemente por necessidades de caixa e possuem pouco crédito no mercado. No fim, acabam sendo vendidas por valores estabelecidos sem nenhum critério teórico.

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