O ajuste de Levy e o impacto nos seus investimentos

  • 29/05/2015
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O ajuste de Levy e o impacto nos seus investimentos

Há uma semana o governo federal anunciou a ação mais significativa no âmbito fiscal desse segundo mandato, o corte de R$69 bilhões do orçamento federal para o ano de 2015. Já em tempo, os desajustes dos anos anteriores com as políticas anticíclicas para blindar a economia brasileira da crise global enfim cobram seu preço.

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Esse ajuste poderia e deveria ter sido feito gradativamente, à medida que o epicentro da crise ficava para trás; mas, fazer política anticíclica na recessão é relativamente fácil, em linhas gerais aumenta-se os gastos públicos no âmbito fiscal e se reduz a taxa de juros no âmbito monetário. Fazer política anticíclica na situação inversa, cortar os incentivos e acumular poupança, isso é pra poucos.

Nos anos pós crise, especificamente no período compreendido entre os anos de 2008 e 2013, o Brasil continuou crescendo consistentemente (exceto em 2009) enquanto o resto do mundo sofria as consequências da crise. Ainda assim, mesmo no auge durante o ano de 2009, o Brasil não sentiu efetivamente a crise como os outros países. De fato, nos principais países do mundo a crise foi um tsunami enquanto aqui não passou de “marolinha”, graças às intervenções diversas do governo, seja no incentivo direto ao consumo subsidiando programas, especialmente de caráter social, como o Minha Casa Minha Vida, gastos diretos do governo através dos Programas de Aceleração Do Crescimento, subsídios e crédito facilitado a iniciativa privada pelo BNDES, fora toda a redução drástica da taxa de juros. Durante o ano de 2009, o governo reduziu para a mínima histórica a taxa Selic, tendo como meta do Copom 8.75% a.a., renovada como nova mínima no início de 2013 onde teve como meta 7,25% a.a.

No âmbito mundial, o Brasil parecia se descolar do quadro de estagnação que se formava diante das principais economias. Enquanto o G7 – grupo dos países mais desenvolvidos do mundo – sofreu uma retração de 2,49% no ano de 2009, o Brasil fechou o ano com crescimento negativo de 0,32%. No ano seguinte, tudo já parecia estar normal, ou melhor, o país se destacava no cenário mundial como símbolo da recuperação econômica, com expansão de 7,53% do PIB. De maneira geral, enquanto o resto do mundo teve uma média de crescimento de 1,81%, no período entre 2008 e 2013 o Brasil manteve uma trajetória de crescimento que alcançou, na média, 3,11%, graças, em parte, pela valorização das commodities.

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Com o intuito de manter a trajetória insustentável de crescimento em 2014, e com a necessidade de maquiar a economia doméstica para mostrar em ano eleitoral que tudo corria bem, o governo se descontrolou nos gastos e não fez os ajustes que o cenário interno e externo demandavam. O resultado foi o pior resultado primário anual do governo de toda a série histórica do tesouro federal, que compreende o período entre 1997 e 2014. O rombo de R$20.471,7 bilhões respondeu por 0,4% do P.I.B. brasileiro.

Assim, não restou outra alternativa ao governo no primeiro ano de mandato reajustar a economia para colocar as contas do governo em dia. Os quase 70 bilhões de corte do orçamento, ainda que não suficientes para a reorganização das contas do governo, já mostram pelo menos uma disposição do governo federal em promover as mudanças necessárias, e principalmente ao mercado a autonomia que está sendo dada ao ministro da fazenda para fazer os cortes necessários. Resta agora saber, ao longo desse processo, quem pagará a conta do ajuste. Os movimentos sociais, e parte do partido dos trabalhadores defendem que os trabalhadores devem ser poupados, e a classe empresarial defende que um aumento tributário em geral, principalmente sobre lucros, inviabiliza o crescimento. De qualquer forma, o povo brasileiro como um todo deve sofrer as consequências de um ajuste que, embora tardio, é necessário.

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O ajuste de Levy e o impacto nos seus investimentos por Guilherme Alano – 29.05.2015

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