Investimentos: os rumos da economia em 2015

  • 26/01/2015
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Investimentos: os rumos da economia em 2015

O ano que terminou há pouco não vai deixar saudades – ao menos não nos campos de futebol e na economia. Marcado por incertezas e instabilidades no cenário macroeconômico, o ano de 2014 registrou ainda uma campanha presidencial como há muito não se via, com uma série de alterações no quadro de preferências dos eleitores que resultou na mais acirrada disputa desde a volta da democracia.

Se a eleição foi marcada por surpresas, o que dizer do novo/velho Governo? Ao adotar uma postura que ninguém esperava – nem oposição, nem situação – a presidente Dilma Rousseff praticamente abandonou o ‘bastão’ da economia, que equivocadamente segurou com mãos firmes durante o primeiro mandato e o entregou ao novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, homem de ideias e formação diametralmente opostas às da Presidente.

O que se vê desde então é a aplicação de uma série de medidas para arrumar a casa. Medidas necessárias, mas completamente contrárias a tudo que foi pregado durante a campanha eleitoral. Podemos entender agora porque o PT chegou ao fim do segundo turno sem apresentar seu plano de governo. As medidas adotadas são cópia fiel do que era proposto pela oposição e rechaçado pela então candidata.

Por outro lado, vale acrescentar uma visão prática do assunto. As medidas tomadas, que são uma afronta aos eleitores do PT, seguem o caminho adequado do ponto de vista econômico. Até o momento, vemos a completa independência do Ministro da Fazenda. Levy mostra-se tão independente que a Presidente não apareceu uma vez sequer ao lado dele – inclusive em momentos de extrema importância, como o anúncio do Ministério ou durante o Fórum Econômico Mundial de Davos (Dilma preferiu ir à posse de Evo Morales, na Bolívia).

As medidas são duras – amargas como todo bom remédio deve ser nessas horas. Em poucos dias tivemos uma verdadeira reviravolta, incluindo mudanças em áreas que eram ‘pilares’ do governo petista, como benefícios sociais e financiamento à educação. A lista de mudanças no breve período desde a eleição é longa: aumento de 1,5% na taxa de juros básica da economia; aumento de impostos; veto à correção da tabela do IR; aumento de tarifas e preços administrados e a alforria da Petrobrás para precificar os combustíveis.

Ao que parece, a preocupação da equipe econômica vai muito além dos números imediatos da  inflação e PIB. Em vez disso, eles promovem um plano consistente para arrumar a casa com objetivo de buscar a volta do crescimento nos próximos anos. Até o momento, o maior sacrificado está sendo o brasileiro, que paga mais impostos, recebe menos subsídios e benefícios e sente o peso da inflação mais alta. Ainda falta o governo fazer a sua parte e diminuir consistentemente seus gastos. Esperamos que esse seja o próximo passo.

Ainda temos sérios problemas. Há queda consistente no preço das comodities no mundo (especialmente minério e petróleo). O futuro da operação lava-jato é incerto e trará mais instabilidade política.  Isso sem falar da questão da energia elétrica. Já tivemos um apagão e a chance de racionamento é cada vez maior. No cenário externo, parece que os olhos vão se voltar para a Europa – por um lado, a injeção de dinheiro no mercado pelo Banco Central Europeu e de outro, o novo governo da Grécia, que ganhou as eleições com um discurso populista, prometendo rever a política de juros e as medidas de austeridade impostas pela comunidade europeia que, em última instância, podem levar até a ruptura do bloco, com efeitos que ainda não se pode prever.

Com tudo isso, acreditamos que o momento ainda é de cautela em relação aos investimentos financeiros. Apesar de ter uma visão mais clara em relação ao futuro – o que tem levado alguns gestores a melhorarem sua performance -, ainda temos a previsão de muita turbulência pelo caminho. Somando-se a isso, uma taxa de juros acima dos 12% ao ano, os investimentos mais conservadores têm apresentado uma ótima taxa de rentabilidade real. Deve-se ressaltar ainda que, apesar da projeção de uma inflação oficial mais alta esse ano, os preços dos serviços deverão subir menos que o próprio índice – se não apresentarem deflação – especialmente por conta da estagnação econômica. Mais uma vez temos um ano desafiador pela frente, que demandará muita atenção e planejamento.

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Investimentos: os rumos da economia em 2015 por Alexandre Amorim – 26.01.2015

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