Análise de fundos de investimentos

  • 24/04/2018
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análise de fundos de investimentos

Ao investir o seu dinheiro você sempre está atrás da melhor opção possível de investimento. Ela precisa ser adequada as suas necessidades e de preferência ter um desempenho melhor do que as alternativas. Ninguém tem bola de cristal, logo não é fácil escolher as estratégias e fundos de investimento que serão vencedores no futuro. Para ajudar nessa questão é muito importante realizar uma análise de fundos de investimentos criteriosa.

Análise quantitativa

A análise quantitativa é uma das primeiras que qualquer pessoa faz ao avaliar um investimento. Mesmo alguém que não tenha experiência no ramo, ao ver a lâmina de um fundo de investimento vai instintivamente checar a sua rentabilidade e tirar as suas impressões.

Verificar a rentabilidade de um fundo é algo muito importante, já que esse é o objetivo final de um fundo de investimento. A análise, no entanto, não pode parar aí e existem vários outros indicadores que podem revelar mais sobre o fundo e ajudar a separar o joio do trigo.

Outro indicador importante na análise de um fundo é a sua volatilidade. Dois fundos podem ter a mesma rentabilidade em um período, mas terem chegado nela de maneiras muito diferentes. Veja por exemplo o caso real dos dois fundos abaixo.

grafico analise quantitativa

Veja que a rentabilidade de um ano de ambos é muito semelhante, no entanto o fundo 1. (azul) chegou na rentabilidade de uma maneira muito menos volátil. Um fundo menos volátil significa que a sua cota não vai oscilar tanto para cima e para baixo, o que é bom, no entanto você estará menos exposto a retornos extraordinários.

Existem índices que servem para comparar fundos com retornos e volatilidades distintas. Indicadores de retorno ajustado ao risco, como o índice de Sharpe e o índice de Sortino ajudam a comparar o quanto de retorno a mais foi obtido por unidade de risco, ou seja, ele ajuda a mostrar se a volatilidade maior de um fundo se traduziu em rentabilidade.

A liquidez de um fundo também é um critério quantitativo importante. Ainda no caso acima, veja que o fundo 1 (azul) tem um prazo de resgate de 33 dias, enquanto o fundo 2 (verde) tem um prazo de apenas 2 dias. Uma liquidez maior é algo positivo para o cotista, que tem mais agilidade caso precise acessar o seu dinheiro, mas é um indicador que deve ser analisado em conjunto com outros, não isoladamente.

Existem ainda outros indicadores importantes para se entender o desempenho e comportamento de um fundo. Analisar o retorno excessivo, máximo drawdown e tempo de recuperação de um fundo são outras maneiras de enriquecer a análise quantitativa de um fundo específico.

Limitações da análise quantitativa

Apesar de essencial, a análise quantitativa tem as suas limitações. A principal delas diz respeito justamente aos dados utilizados para a análise. Quase todo material de divulgação relacionado a fundos apresenta um disclaimer que diz que “retorno passado não significa retorno futuro”, no entanto ao realizar uma análise puramente quantitativa você está efetivamente olhando apenas para o passado.

Por mais complexa que a análise quantitativa for, ela usa dados históricos do fundo, ou seja, de algo que já passou e que não há garantia que vá se repetir. É importante ter clareza dessa limitação na análise quantitativa e agregá-la a outro tipo de análise, a qualitativa.

Análise qualitativa

Na análise qualitativa o essencial é entender como o fundo funciona e como ele pode ter uma rentabilidade atraente mesmo diante de cenários adversos. Isso, por sua vez, pode ser feito de várias formas. É importante entender a tese de investimento da asset, do gestor e do fundo, entender qual o seu diferencial e como ele traduz isso em uma rentabilidade satisfatória aos cotistas.

A metodologia utilizada e a sua experiência em gestão também são informações essenciais, pois te ajudarão a entender melhor se faz sentido para você aplicar no fundo deste gestor.

Fora isso é importante também entender qual a sua estrutura. A quantidade de analistas que a equipe do gestor possui e a qualificação técnica deles são questões bastante importantes.

Quanto mais analistas e melhor a sua qualificação, melhor será o preparo do fundo para antever cenários adversos ou ao menos mitigar o prejuízo das teses que não se concretizam. Estrutura também quer dizer sistemas de acompanhamento, controle e mitigação de risco. Um sistema bem estruturado e que funcione bem permitirá que a equipe se concentre no trabalho que exige raciocínio lógico ao invés de tarefas rotineiras.

Vendo essas questões é preciso se perguntar se o gestor tem os componentes necessários para um processo de investimento robusto. Achar um fundo que apresente essas condições é o cenário ideal nesse tipo de análise.

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Muito além dos números

No exemplo dos fundos 1 (azul) e 2 (verde), aparentemente, o fundo 1 seria melhor, pois chega no mesmo objetivo com menos volatilidade. Entretanto, muitos fatores devem ser avaliados, especialmente nos fundos de gestão ativa, ou seja, em que o resultado depende da decisão do gestor.

Uma delas é o cenário esperado. O futuro é, de certa forma, previsível e pode-se avaliar quais estratégias deverão ter melhor performance. Nesse caso, conhecer o estilo de gestão e as estratégias de cada fundo são essenciais.

Outro fator muito importante é a composição da equipe. Mudanças na equipe podem fazer toda a diferença. Muitas vezes o retorno obtido no passado está relacionado ao desempenho de gestores ou analistas que não estão mais na equipe, portanto, nesse caso, dificilmente a performance do fundo se repetirá.

Conclusão

Ao escolher um fundo de investimento é importante usar a análise quantitativa e qualitativa nos fundos. Ambas são essenciais para encontrar um gestor que possui a estrutura necessária para ter uma gestão de qualidade e que consegue transformar isso em um bom desempenho do fundo.

A analise qualitativa é muito mais difícil de ser realizada, pois exige acesso aos gestores e suas equipes. Por esse motivo, recomendamos fortemente que o investimento seja realizado com o apoio de um profissional especializado e certificado (consultor ou gestor de investimentos).

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