Neste mês de novembro começou a valer uma nova classificação para os fundos de previdência privada aberta. Em vez de sete categorias, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) passou a dividir essas carteiras em 23 tipos.
Para quem tem dinheiro aplicado na previdência privada, a rigor, nada muda. As regras de rendimento, aplicação e resgate continuam as mesmas.
“O mercado tem evoluído e a gente vem tentando acompanhar essa evolução”, disse o gerente de representação institucional da Anbima, Luiz Henrique Carvalho. Segundo ele, a procura dos brasileiros pela previdência privada cresceu e isso levou à criação de novos produtos e a chegada de novos administradores de recursos.
Com juros cada vez mais baixos, o tradicional porto seguro da renda fixa, com as aplicações em títulos do governo, por exemplo, está rendendo menos. Por isso, cresce o interesse dos investidores em alternativas como as ações e títulos de crédito privado, como debêntures de companhia.
A empresa de informações financeiras Economatica preparou uma tabela com a lista dos fundos com a nova classificação e o rendimento desses fundos. A tabela tem 21 fundos, e não 23, porque dois deles não tiveram dados suficientes para comparação. Veja abaixo.
Classificação Anbima** | Retorno em 5 anos* |
---|---|
Previdência RF Duração Alta Soberano | 115,69% |
Previdência Ações Ativo | 105,39% |
Previdência Ações Indexados | 99,57% |
Previdência RF Indexados | 94,94% |
Previdência RF Data Alvo | 94,56% |
Previdência RF Duração Alta Grau de Inv. | 77,32% |
Previdência RF Duração Livre Soberano | 76,16% |
Previdência Data-Alvo | 70,88% |
Previdência Balanceados de 30-49 | 69,42% |
Previdência Multimercado Livre | 68,38% |
Previdência RF Duração Média Crédito Liv | 67,55% |
Previdência RF Duração Livre Crédito Liv | 65,57% |
Previdência Balanceados de 15-30 | 60,34% |
Previdência RF Duração Média Soberano | 59,91% |
Previdência RF Duração Livre Grau de Inv | 58,93% |
Previdência Multimercados Juros e Moedas | 57,59% |
Previdência Balanceados até 15 | 56,73% |
Previdência RF Duração Baixa Soberano | 56,40% |
Previdência RF Duração Média Grau de Inv | 56,14% |
Previdência RF Duração Baixa Grau de Inv | 55,94% |
Previdência RF Duração Baixa Crédito Liv | 49,94% |
*Mediana do rendimento de outubro de 2014 a outubro de 2019
** Duas categorias não tiveram dados suficientes para a comparação (Previdência RF Duração Alta Crédito Livre e Previdência Balanceados Data Alvo). Fonte Economatica www.economatica.com
A categoria Previdência Multimercado Livre, com 929 fundos, é a mais significativa em quantidade de fundos do setor.
O tipo Previdência RF Duração Livre Grau de Investimento, com 212 fundos, é o que concentra o maior patrimônio, com R$ 204,9 bilhões, seguido pela categoria Previdência RF Duração Média Grau de Investimento, com 115 fundos e R$ 181,2 bilhões de patrimônio.
Segundo o levantamento da Economatica, em termos de rentabilidade, o tipo Previdência RF Duração Alta Soberano tem o melhor desempenho do setor no prazo dos últimos cinco anos, com mediana da rentabilidade nominal de 115,69%. O pior desempenho foi o da categoria Previdência RF Duração Baixo Crédito Livre, com ganho de 49,94%.
No mesmo período de comparação, de cinco anos, o CDI rentabilizou 61,68%, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumulou 96,27%.
Segundo a Economatica, o patrimônio aplicado nos fundos de previdência cresceu de R$ 612 bilhões, em 2016, para R$ 917 bilhões em outubro deste ano. No mesmo período de comparação, a quantidade de fundos subiu de 91 para 132 carteiras.
Com a classificação anterior mais restrita, muitos desses fundos de previdência de renda fixa, por exemplo, com diferentes perfis de investimento, estavam todos em uma mesma modalidade. E isso dificultava a comparação entre as carteiras. O aplicador olhava a tabela e via uma carteira de renda fixa dando ganho de mais de 10% e outra perdendo dinheiro. Isso era estranho.
“O fato de haver uma classificação ampla e mais detalhada fornece, a princípio, mais clareza para as escolhas dos investidores”, afirmou o diretor de planejamento financeiro da Fiduc, Valter Police. Segundo ele, agora, a Anbima colocou as principais classes de ativo como um primeiro nível, separando em Renda Fixa, Ações e Balanceados ou multimercados.
Depois, em um segundo nível, detalha características importantes dos produtos, como a duração da aplicação e os riscos na renda fixa, além do percentual que aquele fundo pode aplicar em renda variável ou se é indexado ou não.
“A classificação é positiva, mas é fundamental o investidor contar com um profissional que possa traduzir esses temas e checar qual carteira se adequa mais ao perfil dele”, disse Police, da Fiduc.
“A nova classificação deixa mais claro o que cada gestor pode fazer, quais os tipos de ativos que ele pode investir e os mercados que ele opera”, disse o planejador financeiro da Par Mais, Alexandre Amorim. Segundo ele, ficou mais claro o que há em cada carteira, e o investidor terá mais informações para escolher os fundos.
Confira a matéria na íntegra: https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2019/11/14/a-classificacao-de-fundos-de-previdencia-mudou-isso-afeta-sua-aplicacao.htm
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