R7 – Brasileiros devem se preparar para aposentadoria sem contar com INSS

  • 11/06/2019
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As eventuais mudanças no sistema de aposentadorias têm tirado o sono de muitos brasileiros que desejam aproveitar os últimos anos de vida longe do ambiente de trabalho. Pensando nisso, os profissionais podem apostar em investimentos como forma de não depender da Previdência no futuro.

A proposta de reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional estabelece que a idade mínima para se aposentar será de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. O tempo mínimo de contribuição do projeto é de 20 anos para ambos os sexos.

Atualmente, os homens têm direito de se aposentar aos 65 anos e as mulheres, aos 60, desde que tenham contribuído com a Previdência por, no mínimo, 15 anos.

De acordo com especialistas ouvidos pelo R7, os profissionais que não desejam estender o tempo no mercado de trabalho podem recorrer a diversas formas de investimento. As aplicações podem variar de acordo com o perfil e idade dos interessados em passar os últimos anos da vida sem contar com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Diante da mudança das regras da Previdência, a assessora de investimentos Luciana Ikedo avalia como “imprescindível” a realização de um planejamento com a máxima antecedência. “Quanto mais se caminha na linha do tempo, maiores serão os valores necessários para ter a renda desejada para a fase de aposentadoria”, afirma ela.

Para Alexandre Amorim, gestor de investimentos da Par Mais, o planejamento visando a aposentadoria deve ser prioridade de todos os brasileiros com renda pessoal acima de R$ 5.839,45, atual teto de pagamento do INSS.

“As pessoas muitas vezes acham que precisam acumular um valor alto para começar a investir, mas se elas não começarem com o valor que se consegue disponibilizar da renda total, esse dia pode nunca chegar”, orienta Luciana.

Previdência privada

Uma das opções disponíveis no mercado para os profissionais com maior dificuldade em guardar dinheiro aparece presente nos modelos de previdência privada VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) ou PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).

Ambos os programas disponíveis no mercado têm o objetivo de garantir uma renda extra após decidir que chegou o momento de abandonar o trabalho. “O PGBL e o VGBL é como se fosse uma carteira de investimentos que será transformada em renda na data da aposentadoria”, explica Amorim.

Segundo o gestor de investimentos, a aposta na previdência privada funciona como uma forma de poupança e é ideal para quem tem menor capacidade de planejamento. “Quando você contrata um plano de previdência, normalmente o débito é mensal ou boleto bancário, o que faz você sempre se lembrar que tem que salvar determinado montante para a aposentadoria”, diz ele, que atenta para a impossibilidade de prever a rentabilidade média dos planos.

A sócia diretora da FB Wealth, Daniela Casabona, orienta que o tipo de previdência complementar seja escolhido de acordo com o modelo da declaração de Imposto de Renda de cada um dos investidores.

“Para o investidor que entrega o Imposto de Renda de forma simplificada, não é necessário contratar a previdência PGBL porque não vai descontar e, no fim, ele vai ter um imposto sobre todo o montante, não só na parte de lucros”, diz Daniela, que completa: “O VGBL você não desconta do Imposto de Renda, mas a retirada dos valores é só sobre o lucro. Se você colocou R$ 100 e rendeu R$ 10, o imposto vai ser em cima dos R$ 10”.

Amorim aleta ainda para a necessidade de revisão periódica dos planos para saber se o investimento ainda atende suas necessidades. “Se você tem um plano de previdência, é importante rever as contas anualmente para projetar a renda que vai se ter no futuro com o montante que está sendo guardado”, orienta.

Outros investimentos

Os especialistas afirmam que o recurso da previdência privada pode ser substituído por outros investimentos nos casos de profissionais com maior controle financeiro pessoal.

Para Luciana Ikedo, o mais importante em um primeiro momento é saber o valor que se consegue guardar a partir da renda mensal e se atentar para o fato de que o investimento é de longo prazo. “A gente costuma trabalhar com valores entre 10% e 30% da renda mensal e isso vai depender de quão eficiente a pessoa consegue ser na gestão dos próprios recursos”, afirma a planejadora.

Na criação de uma carteira de investimento pensando na aposentadoria, Amorim observa para a possibilidade de o investidor ousar um pouco mais nas aplicações. “Nos investimentos de longo prazo, normalmente se tem uma capacidade grande para se recuperar do tombo”, avalia o gestor.

Ao observar os tipos de investimento disponíveis no mercado, Luciana cita os títulos do Tesouro atrelados à inflação como boas apostas para quem não deseja depender da Previdência no futuro. “Eu gosto muito das NTN-B. Quando se vai levar ao vencimento, é um título bastante interessante porque ele vai entregar a reposição do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] com um ganho adicional”, destaca ela, que também não descarta o olhar para o mercado de ações.

Atualmente, os títulos do Tesouro IPCA, como os citados por Luciana, disponíveis no mercado têm vencimentos programados para 2024, 2035 e 2045. Todos eles garantem a reposição do índice inflacionário e mais, respectivamente, 3,46%, 3,91% e 3,91% ao ano.


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