Os últimos tempos tem sido muito difícil para os gestores de investimentos, especialmente em relação as estratégias com ações. Apesar do cenário macroeconômico ruim, a STK Capital tem surfado esse momento como poucos – o que vem sendo demostrado no desempenho dos fundos da casa. Pedro Barbosa, sócio da STK Capital vai nos falar um pouco sobre o momento atual do mercado e as perspectivas para o futuro. Confira:
PAR MAIS: Há tempos o mercado de ações vem sofrendo forte volatilidade. Como, em meio a esse cenário, o gestor deve agir para evitar a paralisia e identificar boas estratégias?
PEDRO BARBOSA: A resposta é focar no longo prazo. A bolsa de valores é o único mercado que quando entra em promoção os clientes saem correndo da loja. É preciso pensar que o mundo não vai acabar, selecionar as empresas que conseguirão sobreviver a fase difícil e que sairão mais fortes depois da crise. Em geral, o mercado precifica bem a falta de visibilidade e joga o preço das companhias para baixo como se a crise fosse permanente. É como a projeção fosse em linha reta. Em tempos bons, é como o futuro fosse sempre positivo e, em contra partida, em tempos ruins é como o futuro fosse sempre tenebroso. O fato é que existe um ciclo econômico e os agentes tem dificuldade de olhar através do ciclo. A capacidade de geração de caixa, boa gestão e alinhamento com os investidores são características chaves para STK. Esses são os atributos que nós buscamos.
Nós temos uma enorme preocupação em proteger o capital, e não expor os investidores à riscos desnecessários. Por isso, nesses momentos elevamos a barra de qualidade e mantemos a carteira defensiva até ganhar maior visibilidade, mas sem deixar de fazer o nosso trabalho que é escolher empresas promissoras. O nosso trabalho é olhar em detalhes os números financeiros, conversar com os gestores, e projetar a geração de caixa e vendas. Quando encontramos algo que é realmente irresistível, compramos e colocamos na carteira. Tem algumas situações que, como diz o ditado, “é impossível se afogar numa piscina vazia”.
PAR MAIS: Com a alta recente do dólar muito tem se falado que as ações brasileiras estão ficando baratas para o investidor estrangeiro. Você concorda com a afirmação?
PEDRO BARBOSA: Sim, mas o grau de sensibilidade ao dólar depende muito da empresa. Por exemplo, uma empresa de serviços 100% no Brasil, também teve a sua capacidade de gerar caixa no futuro impactada pelo o câmbio mais desvalorizado. Essa empresa tem que valer menos, mesmo em Dólares. No mundo real as empresas são uma combinação disso, algumas tem insumos em Dólar, mão-de-obra em Real, exporta para o exterior, etc. Tem uma parte da receita que é serviço e outra parte é “tradeable”, outras tem dívida em Dólar, ou mesmo podem ter caixa ou receitas futuras em Dólar. Ou seja, isso é o nosso trabalho: estudar os balanços e fazer todas essas contas, para entender qual empresa está barata e qual está cara.
PAR MAIS: Algum evento específico poderia gerar algum forte movimento na bolsa (para cima ou para baixo)?
PEDRO BARBOSA: Desde do ano passado eventos macroeconômicos e políticos estão dominando o cenário. Ano passado foram as eleições no Brasil e esse ano a crise de governabilidade do governo Dilma. Um eventual “impeachment” poderá ser um catalizador de uma alta mais forte da bolsa, assim como uma guinada para o populismo do governo Dilma, com a queda do ministro Joaquim Levy, pode ser um catalizador para preços significativamente mais baixos.
PAR MAIS: A mudança recente da legislação brasileira tornou mais acessível aos brasileiros investir em ativos no exterior. Mesmo com a alta recente do dólar este tipo de investimento continua sendo atraente?
PEDRO BARBOSA: Sim, porque (todas) as melhores empresas do mundo não estão no Brasil. É uma oportunidade para investir em empresas com alto crescimento, em setores que não existem no Brasil, como alta tecnologia por exemplo. A oportunidade de diversificar internacionalmente faz o investidor ficar menos dependente do Brasil e do cenário macroeconômico e político doméstico. O investidor fica menos exposto à gestão e ao risco PT. Outra forma de pensar, é que a cesta de consumo do brasileiro tem cada vez mais produtos importados: iPhone, carro, viagem internacional, computador, etc. Faz sentido deixar uma parte em Dólar, sim.
PAR MAIS: O cenário econômico e político interno ou a fraca economia mundial. O que deve ditar os rumos do mercado nos próximos meses?
PEDRO BARBOSA: O cenário Global é o pano de fundo, mas os fundamentos específicos do país podem ser dominantes e fazer o Brasil não participar ou participar parcialmente de uma recuperação. Os nossos fundamentos são o que definem se seremos um país líder que atrai o capital internacional, ou ficamos para trás como um país pouco atraente. Existe uma competição pelo o capital internacional entre os países emergentes. Geralmente, quando os Estados Unidos aumenta juros, o capital sai dos países emergentes e voltam para as econômicas desenvolvidas. Essa tendência pode ser totalmente neutralizada pelos fundamentos específicos do país. Por isso vale à pena estar com o dever de casa feito. O que não é o caso do Brasil agora.
Entrevista realizada com Pedro Barbosa, Sócio da STK Capital – 28.10.2015
A Par Mais Planejamento Financeiro tem um propósit claro: trabalhamos para auxiliar cada um de nossos clientes a construir sua tranquilidade financeira. Atuamos na área de planejamento financeiro pessoal, family office, gestão patrimonial, consultoria financeira para empresas e consultoria de investimentos.
MANUAIS DA NOSSA GESTÃO DE INVESTIMENTOS
© Todos os direitos reservados.
ParMais – Sua referência em gestão patrimonial
CNPJ: 21.719.643/0001-60