Não é muito comum nas escolas de níveis fundamental e médio brasileiras o ensino de conceitos de matemática financeira, embora sejam utilizados por qualquer cidadão ao longo da vida. Nesse sentido, entender o que são juros compostos pode ser a diferença entre um bom e um mau investimento.
No ano de 1626, tem-se documentado que o holandês Peter Minuit, em nome da Companhia das Índias Orientais Holandesas, comprou das mãos de indígenas a ilha que hoje é conhecida como Manhattan, famoso endereço em Nova York onde se localiza o Central Park, Wall Street e onde ficavam as torres gêmeas, sendo um dos principais centros financeiros do mundo. Por tudo isso, Manhattan é um dos metros quadrados mais caros do mundo, procurado por famosos e bilionários de todas as partes. Mas Peter Minuit, se vivo, poderia estar se gabando de ter feito um excelente negócio: comprou a ilha de Manhattan por escambo dos índios que habitavam a região, entregando uma cesta de mercadorias que totalizaram, na época, 60 guilders, algo próximo a 24 dólares americanos.
Assim como Peter, é comum a muitos investidores conseguir alto retorno com seus investimentos imobiliários: terrenos comprados décadas atrás em áreas quase rurais, hoje cercados pela urbanização, ou um imóvel construído no passado em uma praia isolada, que pelo crescimento da infraestrutura obteve grande valorização. O que Peter e esses investidores não levaram em conta são o que juros sobre juros em períodos longos podem fazer com um investimento.
Juros compostos é como se chamam os juros que incidem sobre um principal (aplicação inicial) em um primeiro momento, e sobre o principal mais os juros nos períodos subsequentes. É o que se chama comumente de “juros sobre juros”.
Diferentemente dos juros simples, ou lineares, que incidem somente sobre o principal, os juros compostos produzem um crescimento exponencial ao longo do tempo, isso porque à medida que o tempo passa, o principal (investimento inicial a ser rentabilizado), fica em segundo plano, sendo a maior parte do montante proveniente dos juros acumulados.
No caso de Peter Minuit, poderíamos “desmascarar” o grande negócio que à primeira vista pode parecer ter sido feito com os indígenas. Se Peter tivesse alocado os 24 dólares utilizados para comprar a ilha durante esses 389 anos, a uma taxa de juros de 8% ao ano (a título de curiosidade, o governo brasileiro paga 14,25% ao ano hoje) teria acumulado em 2015 aproximadamente $241.019.469.461.115,00 – duzentos e quarenta e um trilhões, dezenove bilhões, quatrocentos e sessenta e nove milhões, quatrocentos e sessenta e um mil cento e quinze dólares – o que possibilitaria não só Peter comprar toda a ilha de Manhattan hoje, com todas as benfeitorias já realizadas, ainda sobrando muito dinheiro, como por exemplo, para comprar tudo o que foi produzido no mundo no ano de 2014.
É claro que os tempos eram outros, e a história da compra de Manhattan serve tão somente como uma ilustração, mas é sempre necessário avaliar as opções de investimento à disposição antes de realizar um investimento e, posteriormente, na avaliação da rentabilidade auferida por ele.
Quanto aos juros compostos, a dica é: utilize-os a seu favor nos seus investimentos e os mantenha longe das suas dívidas.
O milagre dos juros compostos por Guilherme Alano – 16.09.2015
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