Protagonismo feminino no mercado de investimentos

  • 08/03/2019
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mulheres investidoras

As diferenças sociais entre mulheres e homens ainda são grandes no Brasil. Conforme pesquisa divulgada pelo IBGE em 2018, mulheres que trabalham dedicam 73% mais horas do que os homens aos cuidados e/ou afazeres domésticos e seguem recebendo, em média, ¾ do que os homens recebem. Em 2017, apenas um em cada 10 deputados federais era mulher e em 2016, apenas 39,1% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres.

Mas mesmo com as diferenças, as mulheres estão se empoderando cada vez mais de espaços públicos e assumindo posições de responsabilidade, autonomamente ou dentro de corporações. E nos investimentos não é diferente. Na Bolsa de Valores, a quantidade de mulheres investidoras saltou de 15 mil em 2002 para 141,7 mil em 2017. No tesouro direto, entre 2013 e 2017, a quantidade de mulheres investidoras quase dobrou, saindo de 80,5 mil para 155,5 mil, um avanço de 93,1%.

Para ilustrar a ascensão delas no campo do empreendedorismo e investimentos e inspirar outras mulheres, listamos as mais influentes do Brasil e do mundo.

Luíza Helena Trajano

É presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Formada em direito e administração de empresas, é responsável pelo desenvolvimento do Grupo. Quando assumiu, foi responsável pelo salto de inovação e crescimento que a colocou nas décadas seguintes entre as maiores varejistas do Brasil.

O Magazine Luiza, que possui 900 lojas e nove centros de distribuição em 16 Estados, está no ranking, há 20 anos consecutivos, das “Melhores empresas para se Trabalhar”.

Cristina Dias de Souza

Atualmente diretora da corretora Dias de Souza, Cristina entrou na Bolsa para trabalhar como operadora em 1984, com 23 anos, em meio à gritaria e ao empurra-empurra do pregão viva-voz. Na época, o ambiente masculino não a intimidou. Formada em Economia pela Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduada na Fundação Getúlio Vargas (FGV), ela também foi a primeira mulher a ocupar o cargo de conselheira da Associação Nacional das Corretoras (Ancor).”

Regina de Camargo Pires de Oliveira

Regina e suas irmãs, Renata e Rossana, são acionistas da Camargo Correa. Em 2013, ela e suas irmãs herdaram o controle do Grupo Camargo Corrêa, uma das maiores empresas privadas do Brasil. Em 2017, a empresa tinha operações em 16 países e empregava 27 mil pessoas.

Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana

Foi presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É integrante do conselho de administração de Bolsas y Mercados Españoles – BME, companhia administradora de bolsa de valores e de outras infraestruturas de mercado auto listada na Espanha, desde abril de 2016. Ingressou na BOVESPA em 1994 e permaneceu até 2006 e depois presidiu a Oi SA. Também é membro do comitê de auditoria da Itaú Unibanco Holding S.A.

Maria Helena Moraes

É coproprietária do grupo Votorantim e considerada uma das mulheres mais ricas do Brasil. Ela foi responsável pela expansão dos negócios da família na região Nordeste do Brasil. Hoje a multinacional é uma das maiores empresas do país.

Janete Vaz

Formada em bioquímica, a empreendedora é cofundadora do Laboratório Sabin, uma rede com 225 laboratórios de saúde. O quadro de funcionários da empresa é composto 77% por mulheres. Por causa da preocupação em garantir a estabilidade das funcionárias durante a gestação, premiações por tempo de casa e planos de carreira, foi eleita em 2017 a melhor empresa para uma mulher trabalhar. O Sabin é um dos maiores laboratórios de medicina diagnóstica do país.

Investidoras pelo mundo

Oprah Winfrey

A apresentadora de The Oprah Winfrey Show, o talk show com maior audiência da história da televisão norte-americana, está entre as empresárias mais bem-sucedidas do mundo e foi a primeira mulher negra a se tornar bilionária. Ela fundou a Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls, uma escola para meninas na África do Sul, na qual já investiu mais de US$ 140 milhões. A influência de Oprah é tão notável que muitas pessoas solicitaram sua candidatura à presidência dos Estados Unidos.

Folorunsho Alakija

É uma nigeriana dona de dois impérios: a Famfa Oil, de capital aberto, e a Supreme Stitches, o que a coloca na condição de uma das mulheres negras mais ricas do mundo. A empresária começou sua carreira como executiva de banco, atuou como designer de moda e tem uma empresa de exploração de petróleo.

Cher Wang

Cofundadora, presidente e CEO da empresa HTC, uma das maiores produtoras de smartphones do mundo, ela é considerada uma das mulheres mais influentes do planeta. Ela também fundou a empresa VIA Technologies, tornando as duas empresas fundadas, as principais de tecnologia de Taiwan. Apesar de ser proveniente de família rica, ela construiu seu império praticamente sozinha utilizando a hipoteca de um apartamento que ganhou de presente de sua mãe.

Wu Yajun

Co-fundadora e diretora-executiva da incorporadora imobiliária Soho China, ela é engenheira e também já trabalhou como jornalista. Possui uma fortuna que é administrada pela Wu Capital, que investe em ações de companhias tecnológicas. A chinesa é a mulher mais rica do mundo por seu próprio trabalho, segundo lista da revista americana Forbes.

Considerações

As mulheres possuem características que as favorecem na tomada de decisões dentro do mercado financeiro. Geralmente elas são mais analíticas, menos explosivas e conseguem solucionar conflitos e tomar decisões.

Essas qualidades das mulheres investidoras estão sendo tão reconhecidas que a norte americana Louann Lofton escreveu o livro “Warren Buffett Investe como as Mulheres – Descubra como o Maior Investidor do Mundo usa o Instinto Feminino na Hora de Decidir”. O livro mostra os princípios femininos que fizeram de Warren Buffett o mais bem-sucedido investidor de todos os tempos.

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