Giro Financeiro – DC: reflexões sobre a Copa

  • 02/07/2018
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Hoje, o nosso amado povo brasileiro vai novamente parar suas vidas e assistir a mais um jogo da nossa seleção de futebol. A alegria ou a tristeza de toda uma nação decidida em 90 minutos.

O futebol é popular em muitos países, mas a influência que tem na vida de nós, brasileiros, em especial a Copa do Mundo, toma proporções inimagináveis.

Na última copa, todas as cidades-sedes (e todos os brasileiros) acreditaram que receberiam melhorias que mudariam o padrão de mobilidade urbana, de áreas recreativas e esportivas. Valia todo o sacrifício. Mas infelizmente, o chamado “legado”, foi o nosso fatídico jogo contra a Alemanha.

Passados quatro anos temperados por um impeachment, Lava Jato, Petrolão, racionamento de água, intervenção carioca, paralização do Congresso, sistema educacional e SUS em quase falência, balas perdidas e morte de milhares de inocentes, a pior recessão já vivida no Brasil … Enfim, que fase difícil; chega o mês de junho e vem da Rússia, quem diria, a nossa redenção e esperança de momentos tensos, mas com grandes chances de alegrias intensas.

Como empreendedora e consultora financeira, ao ver meu país parado novamente, chega a doer meu coração. Justo quando iniciamos uma lenta recuperação da economia, vem a greve dos caminhoneiros e enfim a copa. O sofrimento generalizado, faz com que o futebol seja a válvula de escape de todos nós.

Refletindo sobre o impacto da copa do mundo em nossa economia, percebi que pagamos bem caro por esses momentos felizes de comemoração.

Como exemplo, vamos fazer uma conta simples para entender o custo de um dia parado por conta do jogo. A média salarial no Brasil é de R$2,1 mil. Adicionando os encargos (férias, 13º salário, FGTS, INSS), o valor aumenta em 70% e passa a ser de R$3,7 mil. Se dividirmos esse valor pela média dos dias que trabalhamos num mês (21 dias), o custo por dia de jogo é de R$170,00 por colaborador. Se a empresa tem 5 funcionários, esse dia sai por R$850,00. Numa empresa com uma equipe de 50 colaboradores, o valor é de R$8,5 mil e numa de 500 é de R$85 mil. E o pior que as vendas nesses dias também param. Esse custo é só para um dia de jogo. E já estamos com três dias úteis tomados por jogos e como torcedora, também espero ter mais dias que nos garantam a vitória e o hexa!

Mas é um custo muito alto! Os bancos alteraram os horários de atendimentos nos dias dos jogos do Brasil; o Governo Federal instituiu “ponto facultativo” e a maioria dos brasileiros praticam o presenteísmo (estar no trabalho presente fisicamente, mas mentalmente não!) de forma quase que automática em todos os dias independentemente dos jogos serem do Brasil e ou não.

O que me chateia é que agimos de forma adormecida diante desses fatos. Temos que ter consciência que “essas férias” estão sendo custosas e pagas por todos nós. O futebol deve ser um esporte amado, mas não um ópio para o nosso povo.

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