Giro Financeiro DC: onde está o dinheiro?

  • 16/04/2018
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Analisando o último relatório sobre Fundos de investimentos da ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, referente a fevereiro deste ano, observa-se que grande parte dos investimentos está concentrado nos cinco maiores bancos do país. Para entender melhor, convém traçar um quadro mais detalhado e separar por estratégias. Dessa forma, também percebemos que os fundos mais conservadores ainda são a preferência deste tipo de investidores.

Renda fixa

O total de renda fixa investidos nas 47 instituições financeiras listadas pela ANBIMA é de R$1,9 trilhão. Destes, R$1,6 trilhão estão nos cinco maiores bancos. Mas um indicador que a renda fixa está perdendo investidores, é que somente em fevereiro deste ano o saldo dos investimentos (entradas x resgates) dos mesmos cinco maiores bancos foram de R$3,4 bilhões negativos (entrou R$14,1 bilhões e foram resgatados de R$17,6 bilhões). E no somatório geral, o saldo também foi negativo em R$ 6,6 bilhões.

Multimercados

Esta modalidade ocupa o segundo lugar, com patrimônio de R$891,4 bilhões, o que corresponde somente a 55% do valor aplicado em renda fixa. Aqui notamos um cenário oposto ao da renda fixa: os cinco maiores bancos só tinham R$188 bilhões deste ativo, contra R$703 bilhões das demais 54 administradoras de fundos multimercados. Quanto a captação, foram os campeões de entrada de investimentos: R$10,1 bilhões. R$8,5 bilhões fora dos grandes bancos e R$1,6 bilhões nos grandes bancos.

Previdência

O patrimônio em fundos de previdência estava em R$740 bilhões. Quanto a captação neste período, a entrada de investidores neste segmento não está confortável para os cinco maiores bancos. Somente dois obtiveram saldo positivo, no valor de R$ 986,3 milhões. Os demais três bancos somaram um saldo negativo (resgates) de R$651,4 milhões. O segmento como um todo, obteve um saldo positivo de R$1,2 bilhão.

Ações

Os fundos de ações, apresentaram um patrimônio de R$250,2 bilhões. Investidos nos cinco maiores bancos, temos o equivalente a 30% (R$82,4 bilhões). Este tipo de ativo obteve uma excelente captação de R$ 2,1 bilhões, só perdendo para os fundos multimercados.

Como se pode notar, esse movimento de migração dos fundos de renda fixa para os multimercados e fundos de ações, mostra que o investidor brasileiro está ficando mais sofisticado e entendeu que com a Selic a 6,5% (taxa básica de juros do Brasil) é necessário tomar mais risco para obter melhores retornos.

Outra consequência dos juros mais baixos é que estimula o interesse das empresas em expandir seus negócios, o que por sua vez impulsiona a economia e o crescimento das empresas, logo o mercado de ações fica interessante. É um ótimo sinal para o crescimento econômico, porém para o investidor o jogo agora ficou mais duro, pois acertar na escolha de ativos de mais risco não é uma tarefa fácil.

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