Giro Financeiro – DC: fake news e investimentos

  • 22/10/2018
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As famosas notícias falsas já fazem parte do nosso dia a dia e tomaram proporções nunca vistas como nestas eleições. Da mesma forma que no passado (1938), as fake news anunciaram o fim do mundo, do famoso programa de rádio Guerra dos Mundos, de Orson Welles, até o “golpe de Estado” realizado no Brasil, com a realização do impeachment de Dilma Rousseff. Elas fazem um barulho danado em nossas vidas. Como dizia um antigo e famoso político brasileiro “basta repetir e repetir que uma mentira acaba virando verdade”.

Nos investimentos também é assim. Interpretações erradas, “efeitos manadas” e análises rasas e superficiais são excelentes combustíveis para turbinar uma fake news.

A mentira falsa mais famosa é a que afirma que “é preciso ter muito dinheiro para começar a investir”. Muitos acreditaram nesse mito e perderam oportunidades incríveis de realizar bons negócios. Há pelo menos 20 anos que já não é mais assim, mas o “efeito manada” ainda impera. Bilhões de reais dos brasileiros estão parados em contas correntes e na poupança por acreditarem que é preciso ter “uma bolada para ganhar nos investimentos” e que “investir em fundos de investimentos é coisa para milionários”.

Mas a pior delas é a sentença “a poupança é o investimento mais seguro do Brasil”. O investimento mais seguro é o título público do tipo Tesouro Selic e ele rende muito mais que a poupança! Sim, é o mais seguro! Governos não deixam de pagar os credores internos, porque a economia pararia se assim o fizessem. Existem várias ferramentas para rolar dívidas que os bancos não têm. Outra fake news que reina no Brasil há décadas é a que afirma que “planos de previdência não são investimentos”. Os clientes são induzidos a não analisar onde seu dinheiro está sendo aplicado. Não pesquisam, não sabem em que tipo de fundo estão os recursos e nem qual é a modalidade, porque acreditam que “basta poupar e aguardar que você terá uma grana garantida no futuro”. Não relacionam que o valor da renda futura depende da rentabilidade obtida ao longo dos anos. Testemunho diariamente o sofrimento que essa falsa crença faz nas pessoas ao perceberem que não terão a renda que foi prometida.

A lista é enorme, mas, como mulher, não posso deixar de citar essa famosa falsa afirmação: “as mulheres, assim como não sabem dirigir, não sabem investir”. Sobre não saber dirigir, nem precisa falar, não é? Mas, quanto a não saberem investir, estudos mostram que as mulheres podem obter excelentes retornos em seus investimentos, superiores aos pares masculinos, porque analisam mais, estudam mais, são mais pacientes e têm visão de longo prazo. Dificilmente caem nas pirâmides financeiras porque desconfiam profundamente de ganhos estratosféricos.

O pior é que tenho a sensação de que muitos, ao final deste artigo, vão pensar: “Deixa pra lá, ela é loira!”

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