Giro Financeiro DC: entenda a correlação

  • 26/03/2018
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No mundo das finanças, conhecer o conceito de correlação e aplicá-lo em nossas carteiras de investimentos é fundamental. Muitos investidores confundem diversificação e correlação.

Correlação é o “comportamento” de um ativo com relação a outro. Se temos, em uma carteira de investimentos, aplicações que se movimentam frente aos riscos de forma igual, eles são correlacionados. Se dão resultados diferentes, não são correlacionados. Em financês, dizemos que são “descorrelacionados”. Para uma eficiente estratégia de investimentos, temos de buscar justamente esses “descorrelacionados”. Assim, se um vai mal e o outro vai bem, é possível reduzir o risco da carteira e obter melhores resultados. É bem difícil, exige estudo, mas é possível, sim! Em 1990, Harry Markowitz ganhou o Nobel de economia porque provou essa tese.

Inúmeros investidores acreditam que, ao possuir carteiras diversificadas, porque investem uma série de ativos diferentes, estão acertando a mão e fazendo a coisa certa. Porém, não estudam a correlação da composição de cada um dos produtos que compõem a carteira e acabam se expondo a riscos desnecessários ou, até mesmo, perdendo dinheiro.

Por exemplo: um investidor aloca a parte de renda fixa de sua carteira em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) de um empreendimento de grande porte; também acha que diversificou por investir em ações, porém boa parte de sua carteira de ações está comprada em grandes incorporadoras; e, como quer ter renda, aplicou em fundos imobiliários. Enfim, ele investiu ainda em uma sala comercial numa área consolidada e em apart-hotéis para alugar. Ou seja, todos os ativos são muito correlacionados e vão se comportar da mesma forma, pois são ativos do mesmo segmento. Sua carteira não é diversificada porque está exposta ao risco típico do mercado imobiliário.

Vamos fazer uma reflexão: se você tivesse mil barras de ouro (que é todo o seu patrimônio) e precisasse transportar todas elas para um ponto distante do planeta, a forma mais fácil seria colocar tudo num jumbo ou num jatinho particular? Ou preferiria um navio? Ou mesmo uma viagem mais longa, de trem?
Por que tem de ser um único transporte? Se diversificarmos, tendo como base a correlação entre os “tipos transporte”, com certeza corremos menos riscos se enviarmos de várias formas, pois, se acontecer “um acidente” com um deles, não perderemos todas as nossas barras de ouro.

O desafio do investidor deve ser justamente buscar conhecimento, analisar criteriosamente os produtos individualmente e também com relação aos outros, para achar a melhor composição de ativos de sua carteira de investimentos. Persiga ativos não correlacionados, que tenham respostas diferentes aos riscos, para conseguir um bom resultado na batalha entre riscos e ganhos.

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