Giro Financeiro DC: confiança, o melhor investimento

  • 09/04/2018
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Na semana passada, foi divulgada a pesquisa mundial do CFA Institute, “The Next Generation of Trust”, com mais de 3 mil investidores e realizada em 12 países, incluindo o Brasil. Os dados dos investidores brasileiros são preocupantes: somente 37% procuram ajuda de especialistas na hora de investir, contra a média mundial de 57%, sendo esse o menor índice nos outros países pesquisados.

Em um país como o Brasil, onde encontramos um altíssimo índice de analfabetismo financeiro, deveria se esperar justamente o contrário, certo? Porém, para nossa surpresa, viu-se que os investidores brasileiros preferem arriscar e traçar suas próprias estratégias de investimentos. A cultura do “faça você mesmo” está ganhando força com o acesso à informação abundante da era digital e também com a entrada da tecnologia no mundo dos investimentos, especialmente entre os investidores mais jovens. Esse cenário de “overconfidence” (excesso de confiança) é bem preocupante. Os estudos apresentados por Amos Tversky e Daniel Kahneman, Nobel de economia em 2002, e Richard Thaler, Nobel em 2017, descrevem amplamente uma série de “atalhos mentais” (armadilhas inconscientes) que caímos na hora de escolher um investimento e de sair dele. São atitudes irracionais, num mundo onde o ganho vem exatamente da racionalidade e o “se achar muito bom para ter que pedir ajuda” pode representar uma grande cilada.

O outro motivo que faz o brasileiro ter esse desinteresse pela procura de especialistas da área de investimentos se dá pelo fato que o investidor brasileiro entendeu que existem muitos conflitos de interesses nos distribuidores de produtos financeiros, ficam desconfiados e preferem agir por conta própria. Isso é absolutamente verdadeiro. Os bancos são remunerados pelos produtos, logo, quanto menos o banco remunerar o investidor, maiores os ganhos das instituições financeiras. Da mesma forma, há conflito de interesses das corretoras. Os assessores de investimentos também são remunerados pelos produtos ou pela compra e venda de ativos. Mais uma vez, o investidor experiente se sente solitário na busca pela melhor alternativa para rentabilizar seus ativos. Como se diz, “gato escaldado, tem medo de água fria”.

A pesquisa também aponta que 48% dos os investidores brasileiros colocam em primeiro lugar a confiança. 90% dos investidores brasileiros acreditam que a divulgação das taxas é o mais importante fator na construção de confiança, em comparação com 84% de investidores globais. O levantamento vem corroborar nosso entendimento de que o fundamental para gerar a confiança é a necessidade de ficar claro quais os ganhos com a utilização de um profissional na gestão de investimentos em relação às taxas cobradas. A transparência é fundamental na relação do assessor de investimentos e investidores. Confiança: é e sempre será nosso melhor ativo.

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