Giro Financeiro – DC: Buy-side x Sell-side

  • 17/12/2018
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No mercado financeiro existem duas figuras bem distintas, os buy-sides, compradores, e os sell-side, vendedores. É muito importante entender os papeis destes profissionais para que possamos saber como lidar com eles. Os buy-sides são aqueles que trabalham a serviço dos clientes, porque são remunerados por eles. Já os sell-sides são remunerados pelos bancos ou corretoras.

Tradicionalmente, chama-se de buy-sides os analistas que trabalham a serviço das gestoras de recursos, para recomendar a compra ou venda de ações. Essa expressão foi ampliada e hoje é utilizada também para descrever os consultores e gestores de recursos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). São estudiosos do mercado financeiro que têm expertise comprovada por certificações e experiência.

Os consultores podem recomendar ativos financeiros, mas quem toma a decisão são os clientes. Um dos critérios para obter esse registro, é ter o Certificado Planejador Financeiro (CFP). Certificação que trago em minha assinatura, com muito orgulho!

Os gestores têm mandato para tomar as decisões pelos clientes e podem operar por eles. Somente quem é registrado na CVM pode recomendar ou gerir ativos financeiros. Eles são compradores de produtos e estrategistas, em que o foco é cumprir com os objetivos previamente acordados com seus clientes. Não devem e nem podem ser influenciados por qualquer tipo de ganho que não seja aquele recebido pelo cliente. São isentos e não sofrem conflito de interesses. A tecnologia vem permitindo a democratização desse tipo de serviço para os simples mortais. Hoje, conseguimos conversar, trocar ideias e ter acesso a eles.

Já os vendedores (sell-side) são os que trabalham para bancos e corretoras. A expressão tradicional é usada para analistas que recomendam a compra ou venda de ações. E na forma ampliada da expressão, são os agentes autônomos, devidamente registrados na CVM, também conhecidos como assessores financeiros. O papel deles, por exigência da CVM, é de oferecer (vender) produtos financeiros. Eles não podem dar recomendações de forma alguma, porque ao serem remunerados pela “distribuidora”, evidentemente, há conflito de interesses entre a instituição financeira e o cliente.

Quanto maior a remuneração para a instituição financeira, pior para o cliente, certo? E os agentes que atendem o público dos bancos e cooperativas de crédito, são compradores ou vendedores? Se é o banco ou cooperativa que o remunera, eles são sell-sides, são vendedores!

Então, precisamos ter atenção a isso. Se eles têm metas a cumprir e trabalham para instituições financeiras, é comum vermos a oferta de produtos, que muitas vezes estão desalinhados aos objetivos dos clientes e podem até provocar prejuízos. Leitor, tenha em mente essas diferenças, seja exigente ao escolher produtos financeiros reflita e avalie se está satisfeito com os resultados obtidos.

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