Cartazes anunciando liquidações e queimas de estoque se multiplicam pelas lojas de Porto Alegre nesta segunda quinzena do mês de fevereiro. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital lança hoje a 23ª edição do Liquida Porto Alegre, que, em edições anteriores, chegou a oferecer descontos de até 70%.
Não é por acaso que fevereiro, historicamente, é escolhido para a campanha em setores que vão do vestuário aos eletrodomésticos. Levantamento da própria CDL revela que esse é o pior mês do ano para o comércio. Ainda com estoques do Natal, as lojas encontram um consumidor que já pensa mais nos gastos que terá a partir de março.
– As lojas perceberam que podem atrair esse cliente com descontos mais interessantes. Realmente, se alguém está procurando aquele eletrodoméstico, que é um item mais caro, pode achar agora com um preço melhor – avalia o planejador financeiro Jailon Giacomelli, da empresa Par Mais.
Mas o especialista alerta que, antes de partir para as compras, o consumidor precisa saber se precisa mesmo do eletrodoméstico. Comprar somente porque está com desconto é um erro que pode doer no bolso. Depois disso, definir um valor limite para a compra e pesquisar preços são passos importantes para a boa aquisição de fevereiro.
Esse foi o roteiro seguido pela auxiliar de limpeza Marcia Adriana Machado Pereira, 42 anos, na tarde de segunda-feira, no Centro de Porto Alegre. A missão: comprar um liquidificador para a família. Na prateleira de uma loja da Rua Doutor Flores, ela avaliava os modelos com atenção. Os preços desse aparelho, em média, partem de R$ 70, mas podem ser encontrados por menos em promoções. Marcia, entretanto, não mirava apenas no preço.
– Quero comprar um aparelho bom, que dure, não um que daqui uns meses dê problema. Tirei a tarde para passar nas lojas e ver os preços. Já tenho definido que posso pagar até R$ 150, já fiz uma economia. É que faz muita falta, dá para fazer sucos, batidas, tudo natural – argumenta a moradora do bairro Bom Jesus, na Zona Leste.
O gerente da loja, Alexandre Correa, 44 anos, viu a cliente sair sem levar o produto, mas não deu o “jogo” como perdido. Como ela mesmo confirmou, tratava-se da primeira loja em que passava naquela tarde para pesquisar os preços. Como o pagamento seria à vista, em caso de retorno da cliente, um desconto de última hora poderia fazer a diferença.
– Com até R$ 150, ela pode escolher um bom produto, que agregue funções. E, claro, sempre podemos dar um desconto a mais, a negociação sempre existe. Claro, naqueles itens do encarte, com descontos, fica mais difícil porque já estão com preço menor, negociado até com o fornecedor – explica Correa.
Antes de partir para as compras
Nas lojas
Como pechinchar bem
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