Qual o futuro do mundo depois da pandemia?

  • 06/05/2020
Página inicial - Blog - Qual o futuro do mundo depois da pandemia?

A pandemia causada pelo COVID-19 trouxe diversas mudanças para nossas vidas. Tivemos que nos acostumar com o isolamento social, com o trabalho home office e nos adaptar à nova realidade. No cenário econômico, também tivemos mudanças significativas e algumas vieram para ficar. Pensando nisso, perguntamos para os nossos sócios Annalisa Blando Dal Zotto, Fundadora e CEO, Jailon Giacomelli, Diretor de Operações e Planejador Financeiro e Flávia Anjos, Diretora Financeira, o que pode ser o futuro do mundo depois da pandemia. Confira:

Novo padrão mundial

Ao ser questionado sobre uma “virada de chave”, um novo padrão mundial, Jailon Giacomelli acredita que já está acontecendo. Segundo Giacomelli, esse novo padrão vai no caminho de mais relações comerciais. “Acredito que haverá mais proximidade real entre as pessoas, ainda que as relações aconteçam mais remotamente do que presencialmente”, afirma.

Além disso, Jailon acredita que as pessoas que possuem maturidade profissional terão mais liberdade para definir o seu dia a dia de trabalho, podendo escolher se fica em casa, vai ao escritório e o melhor lugar para atender os clientes. “O local da residência e a presença física farão cada vez menos diferença”, conclui Jailon.

Annalisa acredita que haverá uma virada de chave muito rápida no começo e que o mundo vai se recuperar. “Já passamos por grandes guerras e experiências e sempre voltamos. Alguns países vão voltar mais rápido, outros mais devagar, mais “machucados”, mas vamos voltar”.

Falando das pessoas, Annalisa acredita que haverá mais gente passando dificuldades, preocupadas e com medo. “Pegando o exemplo da China, percebemos comportamentos diferentes entre as pessoas. Aquelas que tinham dinheiro, saíram do lockdown e resolveram consumir mais, como forma de consolo, “porque eu mereço, porque eu quero”. Alguns, quando voltarem a liberdade, vão querer viver a vida como se fosse o último dia e outros ficarão traumatizados, pensando “nossa, eu passei muita dificuldade naquele período e não tinha uma reserva de segurança” e provavelmente vão querer se organizar financeiramente. Algumas pessoas vão ter medo de frequentar multidões”, declara a CEO.

Para quem tem empresas, Annalisa acha que os empresários serão julgados pelas atitudes que estão tomando neste momento. “Aqueles que tiverem boas atitudes durante a pandemia, vão reter mais clientes e serão enaltecidos por isso. Aqueles que não tiverem boas atitudes, como demitir funcionários sem necessidades, dispensar a diarista ou abandonar a sua cadeia de fornecedores, provavelmente serão condenados pela sociedade.”

Flávia Anjos considera que as empresas tiveram uma digitalização forçada nas relações de trabalho, pois foram obrigadas a começar a trabalhar home office. “Como a experiência do home office está sendo positiva, várias empresas vão adotar o que algumas empresas mais modernas já adotavam, que é o escritório itinerante. Ou seja, você vai para o escritório uma vez por semana, não tem lugar fixo e vai de acordo a uma escala de equipes”, explica Flávia.

Impactos dos setores

Os sócios da ParMais também foram questionados sobre os setores que sofrerão mais impacto depois da pandemia e quais serão beneficiados.

Jailon acredita que os setores de vestuário, entretenimento em geral, restaurantes e agências de turismo serão os mais impactados e terão que se reinventar para seguirem ativos. Já os mais beneficiados serão as empresas que fornecem infraestrutura para trabalho remoto (Google, Zoom, etc.), serviços de entrega e escritórios colaborativos.

Annalisa pensa que os setores mais impactados negativamente serão os de turismo, varejo físico, companhias aéreas e toda a rede de eventos. Já os beneficiados serão as empresas que trabalham com tecnologias, como telefonia, internet, fibra ótica e os setores que têm presença digital.

Além disso, Annalisa comenta que as pessoas também sofrerão bastante impactos, principalmente os casais: “muitos casais vão acabar se separando e muitos vão acabar mais unidos depois dessa situação. Tenho certeza que a pandemia está mexendo com a cabeça de todo mundo e aqueles casais que viviam em uma relação difícil, pode ser que a situação ajude para eles tomarem a decisão de se separar, ou eles vão se unir mais nesse momento e reconstruir a relação”.

Flávia crê que além das mudanças nas relações de trabalho, também haverá mudanças com relação à educação. Segundo a diretora financeira, escolas, graduações e pós-graduações terão uma migração mais rápida para o EAD (Educação a Distância) e os cursos terão reconhecimento com a mesma qualidade que teria dentro da sala de aula.

Principais mudanças

Outras questão foi sobre as principais mudanças que serão sentidas e deverão ser adaptadas nos principais setores/empresas.

Para Jailon, as principais mudanças estarão relacionadas à perda do poder de consumo das famílias por conta do desemprego. “As pessoas irão consumir menos e darão mais prioridades a itens essenciais.” resume.

Para o dia a dia de trabalho, Jailon imagina que a maior mudança será o hábito de trabalho remoto, que veio para ficar e traz mais flexibilidade e qualidade de vida às pessoas e economia financeira às empresas.

Annalisa afirma que a ParMais se beneficiou da situação, pois a empresa já era bastante digital e a adaptação foi rápida: “Já fazíamos reunião digital com o clientes do mundo inteiro e a agora estamos fazendo também com os clientes que antes preferiam reunião presencial”.

A CEO da ParMais também acredita que o home office veio para ficar e a empresa se adaptou muito bem ao novo cenário. “As pessoas estão gostando da possibilidade e a tendência é aumentar cada vez mais o trabalho remoto. Com isso, provavelmente as pequenas salas comerciais ficarão vazias. Os atendimentos presenciais ficarão apenas para aqueles setores que necessitam da presença da pessoa, como o setor de saúde, odontológico, etc.”, observa.

Annalisa também presume que a tendência é que os executivos não percam mais um dia inteiro viajando, em função de aeroporto e avião, para fazer apenas uma reunião e voltar.

Flávia considera que uma das principais mudanças é no padrão de consumo. “Estamos vendo bastante isso com o pessoal especializado em marketing, que é a mudança dos influenciadores, com o foco em consumo consciente, no longo prazo e o foco no planejamento, principalmente por causa da crise, pois a nossa geração nunca passou por nada parecido,” conclui.

Novo cenário

As mudanças serão sentidas por todos os setores e gostaríamos de saber como as empresas se adaptarão ao novo cenário.

Neste caso, os sócios concordam que a maioria das empresas deverá rever o seu modelo de negócios, especialmente aquelas que vendem para a parcela da população mais impactada. “Vai ser uma reviravolta completa na vida de muita gente e muitos empresários. Imagino também que pode haver uma consolidação importante em alguns setores”, declara Jailon.

Annalisa afirma que este é um momento de grande aprendizado: “acredito que sairemos dessa situação mais fortalecidos e com uma grande experiência. Geralmente é na dor que adquirimos os maiores aprendizados. É na dor que amadurecemos e ganhamos sabedoria.”

Nossos artigos