Carta do Gestor: setembro/2016

Vivemos recentemente uma das épocas mais conturbadas da história do Brasil. Problemas na economia que se refletiram na política (ou vice versa) transformaram rapidamente um cenário de crescimento, inclusão social e bonança em um cenário de recessão, desconfiança e descrença geral. Agora que o impeachment chegou ao fim e Eduardo Cunha foi cassado por um placar avassalador, muitos poderiam imaginar que a tranquilidade voltaria a reinar, mas não foi isso que aconteceu.

O mercado já esperava o impeachent ou, como se fala, já estava precificado. Portanto agora é que deve começar a prova de fogo para a retomada do crescimento do país.

Na parte econômica, os problemas estão bem diagnosticados e sendo tratados com seriedade. Como bem pontuou Marcelo Giufrida da Garde Investimentos, “o governo colocou o carro na direção certa, mas a estrada que ele vai percorrer é uma estrada brasileira”. Realmente o caminho não vai ser fácil e os desafios agora deverão ser políticos com a guerra para aprovação das reformas necessárias.

O centro das atenções do mercado no governo Temer é a PEC dos gastos que limita os gastos da União, fator condicionante para a solução do problema fiscal brasileiro. A reforma na previdência e a reforma trabalhista também estão na pauta e, igualmente, significarão longas batalhas.

Pelo lado positivo já vemos a diminuição da inflação – fator que deve motivar a queda da taxa de juros. Outro ponto importante que mostra recuperação da confiança no Brasil é a demanda por emissões de títulos de empresas brasileiras no exterior. Isso demonstra que os investidores estão vendo Brasil com ‘melhores olhos’.

Não dá pra negar que o momento é muito melhor do que era a alguns meses atrás. A volta da confiança de investidores e consumidores é notável e isto, por si só, já é uma boa parte para a retomada de um ciclo virtuoso. Ainda temos problemas crônicos e críticos, mas como disse o economista chefe do banco Safra Carlos Kawall, “o Brasil continua na UTI, mas agora com uma equipe médica melhor e com o diagnóstico correto”.

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