Carta do gestor: maio 2021

  • 18/05/2021
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Warren Buffett costumava dizer que “quando a maré baixa é que se descobre quem está nadando nu”.

Isso vale muito para os mercados pois, na euforia, boas e más empresas acabam se valorizando. Quando a maré é favorável, boas e más economias acabam crescendo. Mas nos momentos de crise, ou seja, quando a maré baixa, é que os problemas se tornam evidentes.

Recentemente tenho pensado bastante nessa expressão quando pensamos no Brasil. E não, não quero minimizar os problemas brasileiros, nem tampouco pensar que nossa situação é confortável.

Mas é fato que o pessimismo prevaleceu de uma forma aguda nos últimos tempos. Não conseguimos enaltecer nada de bom em relação ao nosso país – apenas problemas, intrigas e mazelas são manchete. E claro, especialmente quando falamos de política, temos combustível de sobra nos três poderes para pôr fogo nessa fogueira.

A novela do orçamento chegou ao fim com uma solução ao bom e velho estilo brasileiro, muito longe do ideal, mas suficiente para passar para o próximo tema. Falando em “passar”, nossas escolas e universidades públicas continuam sem aulas presenciais, o que trará sérias consequências para formação de nossos cidadãos nos próximos anos – um problema que está sendo negligenciado e impossível de ser mensurado.

Por outro lado, apesar de todos os ruídos, muita coisa importante tem sido colocada em pauta no congresso. E é muita coisa mesmo! Marco do saneamento, das startups, do gás, do câmbio, a autonomia do Banco Central, as reformas administrativa e tributária e uma série de outros pontos que não são notícia, mas que são importantes para diminuir o peso do estado, aumentar eficiência e destravar a economia.

Confira a nossa análise semanal do cenário macroeconômico com foco nos investimentos, por Alexandre Amorim, CGA.

Tivemos também a volta – com sucesso – dos leilões de concessão. O mercado corporativo está aquecido como nunca, com uma quantidade imensa de fusões, aquisições e investimentos por parte das empresas. Falando em empresas, os resultados vêm surpreendendo positivamente – tanto do ano de 2020 como do primeiro trimestre de 2021.
No meio disso tudo, falta apenas o investidor estrangeiro. Esse está, de fato, assimilando todos os ruídos políticos e ainda bem distante do país.

Com isso tudo, resta saber como estamos por debaixo da linha d’água. Aparentemente, muitas coisas estão menos ruins do que se pinta, muita coisa boa andando, investimentos acontecendo – o que pode nos fazer aproveitar o ciclo de crescimento mundial pós-pandemia. Se nossos representantes ajudassem um pouco – ou ao menos não atrapalhassem tanto – poderíamos surfar essa onda bem vestidos.

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