Carta do gestor: julho/2018

  • 03/08/2018
Página inicial - Carta do Gestor - Carta do gestor: julho/2018

atual situação economica do Brasil

Desde o impeachment de Dilma Rousseff que o pleito de outubro próximo vem sendo esperado. Michel Temer promoveu uma grande mudança na condução da economia, mas desde o início era visto como um “governo tampão” e, apesar de ser um grande articulador político, tinha muitas fragilidades por conta do envolvimento nos escândalos de corrupção. Tendo mudado de time no meio do campeonato, teve que conquistar o apoio da antiga oposição (e pagar um preço alto por isso) e sofrer com a oposição de seus antigos aliados – agora seus arqui-inimigos. Tudo isso numa trama que faz a maior das tramas da Netflix parecerem filme da sessão da tarde.

Temer viu que sua salvação poderia estar na economia. Depois de um tombo tão grande, qualquer melhora significa muito e havia no Brasil uma imensa crise de confiança. Uma melhora nas expectativas poderia ser o pivô para a virada desse quadro e a retomada do crescimento econômico.

De cara foi nomeado um “dream team” para comandar a economia e essas equipes desempenharam firmemente seu papel. Mas era necessário uma série de reformas e, para tanto, se dependia do congresso – justamente aquele que já não se entendia mais se era situação ou oposição.

Então, no início, prevaleceu o lado articulador de Michel Temer. Uma série de coisas até então inimagináveis foram votadas e aprovadas. A confiança aumentou, investimentos apareceram e a economia começou a dar sinais de melhora. Aí, na hora da mais importante das reformas, a “corda fraca” de Temer arrebentou e todas suas fichas foram gastas para se manter no poder.

Claro, esse é um resumo muito simples e rápido de tudo o que aconteceu nesse período para tentar explicar a importância das eleições desse ano de 2018. O fato é que estamos a pelo menos cinco anos (desde as manifestações de 2013) vivendo uma época muito conturbada e, com isso, concentrou-se as expectativas de que um novo governo pode iniciar um novo ciclo.

É fato que não teremos grandes mudanças. Todos os candidatos que estão participando, mesmo com algumas diferenças de pensamento, estão na política a longos anos e o sistema político atual foi construído de forma a se proteger, portanto também não veremos muitas mudanças em relação a forma em que se tomam as decisões políticas.

Entretanto, o país tem sérios problemas – especialmente no âmbito fiscal – e, a princípio, os candidatos com chance de vitória tem consciência disso. E é aí que o mercado está apostando suas fichas. E é isso que vem ditando o mercado durante todo o ano de 2018 – desde que o governo perdeu a batalha da reforma da previdência em dezembro de 2017.

A volatilidade que se esperava para 2018 por conta das eleições acabou sendo antecipada por conta do cenário externo (leia-se Donald Trump e seus rompantes) e agravada com a greve dos caminhoneiros. Prova disso é que julho já foi um mês muito mais calmo para o mercado.

É muito provável que alguma coisa ainda aconteça que gere volatilidade até as eleições, em outubro. Não há qualquer certeza sobre os candidatos, os programas econômicos ainda estão sendo definidos e, afinal de contas, estamos no Brasil, onde (como dizia Pedro Malan) até o passado é incerto.

Que venha outubro, que venha nosso novo presidente e congressistas, e que o grande vencedor dessa eleição seja o Brasil!

 

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


Receba uma atualização mensal da atual situação econômica do Brasil!

[contact-form-7 id=”11711″ title=”Atualização Carta do Gestor”]

Nossos artigos