Carta do gestor: fevereiro 2021

  • 16/02/2021
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Uma nova esperança

Quando Tom Jobim falou que “o brasil não é para principiantes”, não deve ter imaginado que essa frase iria praticamente se perpetuar, mantendo-se sempre atual ao longo dos anos.

Obviamente, o Brasil não é o mesmo de quando a frase foi dita pelo boêmio. Olhando para trás e com o olhar um pouco mais crítico, podemos ver o quanto o país tem evoluído política e economicamente. O problema é que, muito provavelmente, o corporativismo, compadrio e aparelhamento do estado evoluíram na mesma velocidade ou, quiçá, ainda mais rápido.

Como costumamos falar, o estado brasileiro é um gigante que consome muito em troca de muito pouco e qualquer tentativa de mudança esbarra nas amarras de quem, de alguma forma, se alimenta dessa engrenagem. Por isso que as reformas e mudanças estruturais só ocorrem quando o problema chega ao limite.

Para a economia crescer, é necessário liberdade. E quanto maior o estado, mais entraves ao crescimento aparecem. Sabemos que a burocracia é um prato cheio para a corrupção e, quanto mais complexidade, mais aparecem “oportunistas” vendendo facilidades. E aí, muitos são prejudicados e poucos são favorecidos.

Enfim, estamos mais do que cientes dessa situação. Mas por que falar disso agora?

Confira a nossa análise semanal do cenário macroeconômico com foco nos investimentos, por Alexandre Amorim, CGA.

Como também temos dito, estamos novamente em uma encruzilhada. Ou seja, mais uma vez chegamos num daqueles limites onde uma decisão é necessária.

Excluindo aqui qualquer viés político e nos atendo apenas a condução da política econômica, podemos afirmar que o Brasil voltou a entrar nos eixos após a mudança radical na condução da economia promovida por Michel Temer. A equipe colocada por Jair Bolsonaro manteve essa linha, tentando implementar uma forte agenda de reformas, diminuição do tamanho do estado e da burocratização, com o objetivo de tornar nossa economia mais eficiente.

Obviamente, a fórmula não é simples e o caminho mais difícil ainda. Para piorar, no meio disso tudo, uma pandemia que, além de mudar o rumo do projeto, ainda suscitou a ambição da classe política, que viu na criação de um orçamento paralelo uma brecha para conseguir recursos sem extrapolar as regras.

A pandemia ainda não acabou, mas a atividade econômica começa a voltar para os trilhos. Agora é hora de colocar novamente na mesa as reformas tão necessárias. E, ao contrário do que se pensava, o governo mostrou uma força muito grande com a eleição do congresso.

Portanto, mais do que nunca, está na mão do governo a responsabilidade pela colocação de uma agenda para tentar corrigir os problemas graves que o Brasil enfrenta.

E o cenário mundial pode nos ajudar. Temos uma liquidez abundante que costuma impulsionar as economias em momentos pós-crise. Temos ainda um cenário de juros baixos inédito no país, que pode facilitar o investimento das empresas. Mas, como sempre, o caminho não é fácil – precisa haver confiança dos investidores, segurança jurídica e mitigação dos riscos relacionados – especialmente – ao problema fiscal do país.
Mas, como povo resiliente que somos, mais uma vez, temos a esperança de um futuro melhor.

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