Começamos 2017 com ânimo novo. Não que as coisas estejam tão bem assim (talvez até nem bem estejam) mas, depois de tempos tão sofridos, qualquer melhora é vista com muita empolgação.
O ânimo aumenta a confiança e, em se falando de economia, confiança é tudo (ou quase tudo). Os investidores iniciam suas apostas, os empresários começam a pensar em expansões e investimentos e as pessoas voltam a pensar em consumir. Com isso podemos vislumbrar deixar para traz o maior período de recessão da história do país.
Tem outros dois fatores muito importantes nesse contexto: inflação e juros. A alta de juros serviu como um remédio para conter a escalada da inflação mas, por outro lado, serviu para agravar ainda mais a recessão. Desde o último semestre a inflação vem dando sinais de controle e com isso o Banco Central demonstrou que vai ser mais contundente com o corte de juros. Se tudo andar como o esperado, teremos um cenário econômico – se não ótimo, ao menos bom!
O cenário político também foi favorável ao governo. As vitórias obtidas com a eleição dos presidentes de Senado e Câmara são um grande passo para a implementação das medidas previstas na agenda, como a reforma trabalhista e da previdência. Foi isso que trouxe esse ânimo novo. Prova disso foi a queda dos juros pagos pelo governo nos títulos do tesouro direto (NTN e LTN), a alta da bolsa e a queda do dólar.
Mas ainda estamos muito longe de um cenário tranquilo! A economia real ainda não demonstrou nenhuma melhora nos números, o lado fiscal continua sendo um imenso problema e a lava jato sempre pode aparecer com novidades que envolvam nomes do governo.
E ainda tem o cenário externo. O mandato de Donald Trump é uma verdadeira caixinha de surpresas, a Europa terá eleições importantes – especialmente na França e Alemanha, sem falar na saída da Inglaterra da Zona do Euro. E ainda temos as tensões geopolíticas no Oriente.
Por isso, vale lembrar que o mercado sempre antecipa os fatos. Se uma melhora é prevista, o mercado se empolga antes e vice versa. Depois de períodos tão conturbados como o que vivemos recentemente, qualquer sinal de melhora é visto com muita empolgação. O Brasil é um país grande, com muitas necessidades e, consequentemente, com muitas oportunidades. Se tivermos uma melhora na condução política e econômica sem dúvidas teremos dias melhores pela frente.
Mas não podemos esquecer que estamos no Brasil e aqui nada acontece muito fácil. Portanto o ‘tempo é bom, mas sujeito a chuvas e trovoadas’.
Alexandre Amorim, CGA, CFP®.
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