Carta do Gestor: agosto/2016

Depois de muito tempo, a calma e a tranquilidade voltou a ser encontrada no mercado financeiro. Também, depois de muito tempo, temos uma equipe econômica trabalhando e conquistando confiança dos investidores.

Claro, o caminho é longo e estamos muito distantes do cenário ideal. Mas o mercado é movido por expectativas e o simples fato de que a economia está sendo tratada com a seriedade que merece (até pelo fato de não haver espaço para erros ou experimentações) tem feito com que o Brasil seja visto de forma mais positiva.

O cenário mundial também ajudou bastante. Os dados sobre a economia americana mostraram uma melhora na atividade econômica na geração de empregos, produção industrial e consumo. Até a saída da Inglaterra da União Europeia, que no início foi um grande susto, acabou sendo favorável para que investidores buscassem maiores riscos para seus investimentos.

Com a calmaria reinando por aqui, isso foi positivo para o Brasil.

Mas ainda é cedo para qualquer comemoração. Se as expectativas melhoraram, os fundamentos ainda são os mesmos. O déficit fiscal e a dificuldade para aprovação das reformas necessárias continuam sendo um entrave para melhorIas mais consistentes na trajetória da economia. Também precisamos do desfecho oficial do processo de impeachment, que deverá ocorrer ainda esse mês.

Os ativos do mercado financeiro já apresentaram forte recuperação. Bolsa de valores e câmbio, especialmente, recuperaram valores de alguns anos atrás. As taxas de juros também estão na mesma trajetória – que só não foi melhor por conta da resistência da inflação.

Resta saber agora o quanto disso é expectativa e o quanto é fundamento. Mercados costumam antecipar os fatos e não é raro que atinjam os valores ‘justos’ antes mesmo dos acontecimentos se concretizarem.

Como diz o ditado, o mercado sobe no boato e cai no fato! A esperança é que ainda estamos muito mais próximos do fundo do poço do que da saída, portanto ainda existe um longo caminho pela frente e, consequentemente, de espaço para melhora do mercado e da economia. Vamos esperar (e acompanhar muito de perto) as ‘cenas dos próximos capítulos’.

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