Carta do Gestor: abril/2017

  • 05/04/2017
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Na carta anterior falamos que o momento era de cautela. O mercado vinha de uma euforia com a mudança na condução da economia que ainda não tinha alicerce para ter reflexos na economia real. Bolsa em alta, juros e câmbio em queda. Mas e aí, como ficamos?

Infelizmente no Brasil ainda se diz que o ano começa depois do carnaval. Também pudera, o país em que há recesso do Judiciário e do Congresso (não, não é férias), e ainda se faz horário de verão em muitas repartições públicas. Como o carnaval foi no fim de fevereiro, sim – o ano começou depois do carnaval.

E março foi agitado! As delações dos executivos da Odebrecht estão deixando boa parte do Executivo e Legislativo de cabelo em pé. Já se fala que as delações do Sérgio Cabral vão envolver também o Judiciário.  Apesar disso, foi dado início à temporada de reformas e a primeira delas foi a da terceirização. Sem dúvidas o governo quis testar o ‘termômetro’ para quando for passar a mais polêmica delas, que é a da Previdência.

Falando em Reforma da Previdência, algumas idas e vindas aconteceram durante o mês. Concessões e mudanças na regra para os servidores municipais, estaduais, mulheres e rurais estão na pauta. Henrique Meirelles, por outro lado, diz que é “tudo ou nada”. Falando no Judiciário, o julgamento da chapa Dilma-Temer promete algumas emoções. Até a Polícia Federal deu suas cabeçadas no mês – na sua maior operação da história, acabou gerando um grande problema para uma das maiores indústrias exportadoras brasileiras: a de proteína animal.

Mas tiveram muitas notícias boas também! O índice de confiança do consumidor subiu em março e atingiu o maior nível desde dezembro de 2014. Depois de dois anos de queda, tivemos o primeiro mês com criação de empregos positivo (35 mil vagas). A inflação medida pelo IPCA veio mais uma vez abaixo das expectativas e o acumulado em 12 meses já está em 4,76% – colado no centro da meta que é de 4,5% – abrindo espaço para quedas mais acentuadas na taxa de juros SELIC. Mercado confiante, desemprego desacelerando e juros em baixa são um catalizador e tanto para a economia voltar a crescer. E para fechar com chave de ouro, a Moody’s (Agência Internacional de classificação de risco) manteve a nota brasileira (que é de mau pagador), mas mudou a expectativa de negativa para estável, citando que “ o risco de piora refletido na perspectiva negativa diminuiu nos últimos seis meses”.

Enfim, foi um mês agitado. A bolsa de valores chegou a ter uma queda considerável, mas reduziu no fim do mês e fechou mais um trimestre (o quinto consecutivo) em alta. Os juros ficaram estáveis e o câmbio também.

Ainda vale a cautela, pois as notícias têm melhorado, mas o alicerce ainda não é sólido e temos um longo caminho pela frente!

 

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


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