6 minutos – Quarentena: como preparar as finanças para a crise econômica que vem aí

  • 30/03/2020
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A ficha caiu e assustou. A pandemia do coronavírus não vai afetar somente a saúde das pessoas, mas também vai provocar uma crise econômica sem precedentes na história recente da humanidade. Embora a sensação seja de estarmos de mãos atadas, há pequenas medidas que podem ser adotadas desde já para melhorar as finanças.

Para saber como dar um fôlego nas economias domésticas mesmo em situação de isolamento, o 6 Minutos conversou com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, e planejadora financeira Malu Sprícigo, da ParMais.

“Vai ser preciso sair da zona de conforto, sair da inércia e tomar atitudes para organizar as finanças. Aproveite esse tempo de isolamento para começar essa mudança”, diz Malu.

Veja o que elas disseram:

Dê um basta na desorganização: descubra quanto ganha e quanto gasta

A primeira recomendação é parar com esse hábito de ir levando a vida no zero a zero, sem saber ao certo quanto ganha ou quanta gasta. “Isso acabou, quem não tem esse tipo de organização agora vai precisar ter. Precisa prestar atenção e anotar tudo o que gasta, tudo o que recebe e analisar se é hora de mudar de atitude em relação às despesas”, diz Marcela.

Malu sugere que as pessoas façam um levantamento do fluxo planejado de entradas e saídas financeiras para os próximos 12 meses. “Coloque tudo: faturas do cartão, parcelas do financiamento, todo custo fixo existente. Veja se você vai ter um rombo e precisará de empréstimo.”

Gasta mais do que ganha? Veja como mudar isso

Segundo a economista do SPC Brasil, a análise do perfil dos gastos vai fazer com que as pessoas descubram onde estão gastando mais do que devem. Se for no supermercado, por exemplo, dá para cortar o que for supérfluo, trocar de marca ou mesmo mudar de loja. “Vá mais longe, busque um supermercado mais barato.”

Preste atenção aos gastos invisíveis

Existem gastos que caíram durante o confinamento, como o cafezinho na padaria ou o chocolate depois do almoço. Mas quando tudo voltar à normalidade, sabe-se lá quando, Marcela sugere que as pessoas repensem esses pequenos gastos que parecem mínimos, mas que custam muito ao final do mês

Outra dica é passar um pente fino em todas suas as assinaturas e pagamentos automáticos: jornais, revistas, streamings de música, filmes, plano de dados, de telefonia, academia, cursos. “Você usa tudo o que contratou? Se não usa, renegocie com o fornecedor um desconto ou avalie cortar o gasto. Tem um monte de coisa que as pessoas pagam e nem percebem, é hora de olhar cada pagamento.”

Mude seu padrão de vida (e de consumo)

A economista chefe do SPC Brasil diz que é hora de analisar se é hora de fazer mudanças mais drásticas no padrão de vida. “É hora de se perguntar se preciso mesmo desse carro ou se posso ter um mais econômico. Quem planejava trocar de carro ou casa, deve refletir se é hora de trocar ou dá para ficar mais um tempo com o que tem.”

Para quem mora de aluguel, Marcela diz que agora é hora de renegociar o contrato ou até mesmo mudar de bairro. “Às vezes, a pessoa mora em um bairro caro, em que todos os serviços são mais altos. Avalie se vale a pena mudar.”

Malu também sugere esse tipo de negociação. “Todo mundo está negociando, os fornecedores também estão. Todos sabem que é hora de fazer algum tipo de negociação para não perder aquele cliente.”

Negocie com seus prestadores de serviços

Esse é um dos pontos mais delicados, mas é necessário tocar no tema. “No caso de uma pessoa que tem uma mensalista que vai duas vezes por semana limpar a sua casa, será que dá para reduzir para uma vez? Mantenha os pagamentos em dia, mas chegue a um bom termo”, diz Marcela sobre o pós-pandemia.

Segundo ela, esse raciocínio vale para tudo. “A família que sai para comer fora todo fim de semana pode reduzir isso para uma ou duas vezes no mês. Não é pra deixar de fazer, mas para moderar.”

Venda o que não usa mais

Essa dica é mais para ajudar quem teve perda imediata de renda. Faça uma limpeza nos armários e veja o que não usa mais. Anuncie pela redes sociais e tente obter algum dinheiro.

Busque opções para a alimentação

Muita gente não se vira bem na cozinha, mas também está assustada com os preços do delivery. A dica é procurar pequenos fornecedores que entregam marmita em casa, por exemplo.

Cuidado com o cartão de crédito e cheque especial

Por mais enrolado que você esteja, não use os limites do cartão de crédito e cheque especial, pois são os mais caros que existem. “Nesse cenário de incerteza, as pessoa não vão conseguir pagar depois. É melhor procura um crédito pessoal”, diz Marcela.

Malu vai ainda mais longe e diz que é preciso cortar os gastos com o cartão de crédito. “É preciso parar com gastos desnecessários. Está todo mundo em casa, então fica fácil cair na tentação das compras online, da comida em casa. As pessoas já têm parcelas antigas, melhor não fazer outras.”

Tenha um plano B de trabalho

Acha que vai ser demitido? Já vá pensando em um plano B. Mantenha-se em contato com pessoas da sua área e descubra quais suas habilidades. De repente, é hora de pensar em uma nova carreira – aproveite então o momento para tentar realizar um antigo sonho profissional.

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